Capítulo 03

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Fiquei deitada por um tempo, apenas pensando no que responder, Sergio não estava aceitando bem a separação, e mesmo sendo alguém que não parecia querer me machucar, sentia que não podia confiar totalmente.

Lis vamos conversar, eu mudei.
Add: Sérgio

Não conseguia mais acreditar em suas promessas, eram tão vazias como um copo furado, Sergio e eu éramos o casal perfeito, cheios de sonhos e ideais, ou pelo menos foi assim durante os dois primeiros anos, um pouco antes do casamento ele se tornou alguém desligado, sem motivação e egoísta, eu tentava levantar seu astral, apoiar, mas sempre em vão, sentia que estava perdendo minha vida e identidade, mesmo assim resolvi confiar e casar, mas depois de um ano de casada percebi que esse nunca foi o sonho dele e então resolvi separar.

Sergio, não acho uma boa ideia. Precisamos de tempo, tempo para colocar as coisas em ordem, por favor.

Tudo bem, mas vou esta pronto quando quiser conversar.
Add: Sérgio

Olhei para o teto pensativa por um tempo, era tão desgastante essa situação que eu sentia que iria perder o controle a qualquer momento. 

Duas semana depois

- Amiga o filme vai começar._ Isabela se jogou no sofá com um balde de pipoca, sentei ao seu lado de pijama como sempre fazíamos em nossas noites de folga.

- Tem certeza que quer assistir esse filme?

- Claro, fiquei sabendo que é muito bom e tem um ator maravilhoso._ revirei os olhos e apertei o play. No final do filme eu estava desnorteada, se é essa palavra que eu deveria usar. 

- Amiga você esta bem?_ meus olhos continuavam vidrados na tela da televisão, minha boca estava seca e meu corpo estava em chamas. 

- Acho que não foi uma boa ideia assistir esse filme._ comentei bebendo um pouco de suco.

- Não vai me dizer que esta com tesão?_ Isabela começou a gargalhar, senti o rosto corar.

- E você não? Esse filme 365 DNI é quase um porno._ endireitei o corpo causando ainda mais gargalhadas de Isabela.

- Lis acho que você esta precisando de um homem, já faz o que? Um mês?_ olhei para o chão mexendo com o pé um pouco sem jeito.

- Dez meses na verdade._ Isabela abriu a boca surpresa.

- Não posso crer! E aquele bonitão do bar?

- Ele não ligou, nem deve lembrar que me conheceu aquele dia._ as palavras saíram mais desanimadas do que eu queria, Isabela pensou um pouco, mas depois suspirou desanimada.

- Amiga, precisamos arrumar alguém pra você já...

Segunda feira não era o melhor dia para dar aula, os alunos ainda estavam empolgados com os relatos das festas da noite anterior e a maioria dormia em sala, isso quando iam para escola. 

- Lis podemos adiar a apresentação dos poemas para quinta feira?_ Bruna perguntou para a turma toda.

- Claro, mas se alguém já tiver com o dever pronto e quiser começar não tem problema._ os alunos olharam entre si, mas concordaram que seria melhor deixar para quinta. Continuamos falando sobre poesia ate que o sinal tocou e todos os alunos se dispersaram. - Bianca, posso falar com você?_ a menina se levantou e me seguiu ate o corredor. - Percebi que o Diego não veio, aconteceu alguma coisa?_ Bianca de repente ficou nervosa e eu sabia que alguma coisa havia acontecido. 

- Bem professora, ontem pegaram ele, só vão liberar com um responsável maior de idade, mas ele não tem ninguém.

- Quem mais sabe disso?

- Todo mundo que estava lá ontem, mas professora, está envolvido com coisa grande.

- Tudo bem Bianca, para qual delegacia ele foi levado?_ Bianca anotou o endereço, agradeci e pedi que voltasse para sala de aula. 

Contei o ocorrido para a diretora que permitiu que eu fosse buscar Diego, passei primeiro na sua casa na esperança de encontrar a mãe bem pela primeira vez, por sorte ela havia acabado de acordar, contei o ocorrido e pedi que me acompanhasse. 

- Oi boa tarde, estou procurando Diego Rodrigues._ perguntei na entrada, uma policial pediu que eu aguardasse enquanto verificava.

- Ele esta aqui, foi detido na noite de ontem com entorpecentes, você é a responsável?

- Eu sou._ a mãe levantou, sua situação era terrível, a policial deu alguns papeis para que fossem preenchidos e logo depois soltou Diego. 

- Espero não ver você aqui de novo._ a policial falou entregando as coisas do menino. 

- Lis? O que esta fazendo aqui?_ Diego parecia envergonhado.

- Falo o mesmo pra você, achou mesmo que não sentiria sua falta?_ peguei na mão dele.

- Isso não é da sua conta, não deveria se importar._ Diego puxou a mão e caminhou para onde sua mãe estava. - Vamos mãe._ fiquei paralisada, a mãe de Diego apesar de tudo tentou dizer um obrigada, limpei as lagrimas do meu rosto, e sair sem olhar realmente para onde estava indo.

- Perdão, eu não..._ parei de falar ao levantar os olhos e ver Alan parada a minha frente, sua mão segurava meu braço impedindo que eu caísse.

A lei do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora