Harwin Strong

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O quebra-ossos.

Ele tinha dezessete anos, quando ela o viu, seu coração foi arrebatado no mesmo instante, mesmo tendo catorze anos, dois anos depois ela ainda sentiu o mesmo formigamento

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Ele tinha dezessete anos, quando ela o viu, seu coração foi arrebatado no mesmo instante, mesmo tendo catorze anos, dois anos depois ela ainda sentiu o mesmo formigamento. Os cabelos escuros que sempre pareceram macios e o sorriso que ele guardava para raras ocasiões, secretamente ela desejava que aqueles sorrisos fossem para ela.

Por ser filho de Lyonel Strong, um dos conselheiros reais, sua presença na corte era frequente, Maera não soube disso até encontra-lo no corredor do lado de fora do seu quarto.

- Milady. Espero que tenha tido um desjejum tenha sido agradável. 

- Oh, sir Hawin Strong; Bom dia, foi ótimo, muito obrigado.

- Eu vim para te acompanhar até a sala do trono, o rei está te esperando.

Ali estava ele, aquele sorriso om que ela sonhou diversas vezes ao longo dos anos. 

- Como ele está?

Maera tinha uma missão ali, seu pai foi claro quanto a isso, ele esperava que ela não se distraísse ou falhasse, qualquer passo em falso seria percebido por seus inimigos, mas Harwin não era um inimigo, a casa Strong foi leal ao trono desde a conquista, não seria difícil continuar seu legado.

- É difícil dizer princesa, tanto ele quanto a princesa Rhaenyra estão vivendo o luto de um modo muito fechado, talvez Alicent possa te dizer melhor como eles estão, já que ela sempre se encontra em sua companhia.

- Com a princesa, certo?

Ele negou, havia algo diferente na expressão dele, os olhos escureceram e a feição endureceu.

- Lady Alicent tem passado muito tempo com sua majestade, muitos sabem, ninguém comenta, especialmente por conta do Lorde Corlys e da princesa.

Sua majestade recebe visitas de Alicent, com certa frequência.

Era exatamente o que seu pais disse, as peças ganhavam vida no jogo dos tronos, e apesar de não gostar da ideia, estava na hora de colocar a Casa Martell no tabuleiro.

- Se ninguém fala sobre isso, por que me contou?

- Acredito que estamos do mesmo lado, princesa.

Ele estendeu a mão para ela e deixou uma moeda em sua palma. O símbolo dos legalistas de Rhaenyra.

Ele a deixou parada em frente a porta dupla da sala do trono. Com um dracarys dourado em sua mão, e uma informação formidável.

(...)

Daemon Targaryen era conhecido por diversos nomes, títulos e atitudes, uma delas sempre seria a de príncipe rebelde, e de fato era, quanto Otto Hightower o afastou da corte o príncipe Targaryen sabia que a mão do rei estava tramandk algo, e em nome da proteção de sua sobrinha, ele pôs seus próprios espiões para trabalhar. Um deles era o copeiro do rei, um menino Blackwood, que admirava Daemon, ele era os olhos e ouvidos do príncipe rebelde perto do rei, e se reportava diretamente a Harwin. Com auxílio de Dorne, foi fácil achar novos aliados, e a chegada de Maera aumentou o número dos legalistas de Rhaenyra.

Eles já sabiam que a princesa deveria suceder o pai, só precisavam fazer isso ser do modo mais pacífico e seguro, caso não fosse possível, Daemon ficaria mais do que satisfeito em levar fogo e sangue aqueles que se opusessem a sua Rhaenyra.

(...)

Maera entrou em uma sala do trono quase vazia, o ambiente era muito diferente daquele que desenhou em sua mente, talvez sua imaginação tivesse preferido desenhar algo mais próximo de uma criação humana, e não algo digno de deuses valirianos.

"Um grande trono de metal forjado pelas chamas negras de Balerion, o terror negro; feito com as espadas derretidas, retorcidas, amassadas e quebradas de todos os inimigos derrotados, um assento perigoso."*

Era muito maior do que ela esperava, cheio de espadas retorcidas que pareciam especialmente afiadas, muito alto e visivelmente desconfortável.

- Não é bonito.

- Majestade.

Maera fez uma mensura rapida sem o olhar nos olhos.

- Princesa, tamanha formalidade é um protocolo ultrapassado para os membros da sua casa. 

- Sinto muito por sua perda, Vossa Majestade, imagino que os ultimos dias tenham sido penosos. 

Viserys parecia ter se perdido de um segundo para o outro.

- Aemma dizia que o luto era o amor que perdura, só não esperava que fosse ser tão...**

- A perda é devastadora, não importa sua origem, não deveria se culpar por vivenciar a dor.

A princesa dornesa conhecia aquele sentimento, sua mãe havia morrido após uma febre, isso deixou sua familia devastada, até sua irmã que sempre se mostrou a mais forte e fria de todos teve sua dor exposta brutalmente. Maera se lembrava dos gritos de sua irmã, de seu corpo curvado sobre o da mãe morta sem se importar com o risco de adoecer também. A mais nova foi levada para seu quarto por duas criadas chorosas que passaram a noite a consolando mesmo que ela aparentasse estar lidando bem com aquilo, a verdade era que com nove anos era um pouco dificil compreender o que estava acontecendo a sua volta, foi só uma lua depois que o peso da perda recaiu sobre ela, e manto do Estranho se enrolou em seu calcanhar, não levando mais pessoas dela, mas como um peso para que ela lembrasse a morte era talvez a unica realidade para qual não havia preparo real, nenhuma aula, nenhuma lição, nada.

- Este é o tom que os dorneses usam com um rei, soa informal e pouco respeitoso.

- Me desculpe. Mas o tom desrespeitoso é frequente entre nossas casas.

- Você tem razão, não ha motivos para ser diferente agora... Sabe princesa, acho que sua presença na corte é um lembrete, ainda existe humanidade na realeza, você está cheia disso, sem medo de uma reação negativa, será bom para Rhaenyra.

Ele ofereceu um sorriso sincero, e cheio de dor.

Quando saiu da sala do trono, sabia que tinha ganhado um lugar na corte de Viserys. Ela só não esperava que o jogo dos tronos movesse suas peças com muita agilidade, quando virou no corredor seguindo pela direção que a levou até Viserys, Maera viu Alicent sendo guiada por um guarda real para a sala que acabará de deixar.

(...)

NOTAS...

uau, esse ficou um pouquinho mais do que eu esperava, acho que ficar três horas na frente do computador ajuda em alguma coisa.

* citação do livro Fogo & Sangue, na qual se baseia a Série House of the dragon;

** Menção a fala do Visão em WandaVision (ultimo episodio)

Obrigada por lerem...

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