Rhaenyra Targaryen II

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Dorne já havia queimado uma vez.

Por meses Aegon, o conquistador, e suas esposas-irmãs fizeram campanhas militares sobrevoando e incendiando Dorne, na expectativa da Casa Martell se submeter e se ajoelhar para os Targaryens. Meira queimou, mas não se ajoelhou.

Mais de cem anos haviam se passado desde então, vários príncipes assumiram a casa Martell e todos se mantiveram fiéis ao seu lema, insubmissos, incuráveis e inquebráveis. Maera pensou que seu pai quisesse que ela se curvasse para Viserys, contudo aquele nunca foi o plano. Uma guerra se aproximava das terras ao sul, sua família buscava apoio e a triarquia oferecia isso, uma semana antes de Maera ser enviada a porto real, seu pai recebeu uma mensagem deDaemon, oferecendo apoio em troca de olhos na corte, e ali estava ela, jogando com todos, de todos os lados.

exceto com Rhaenyra. Com ela Maera era fiel.

(...)

- Acredito em você Mae.

Rhaenyra encontrou sua dama no jardim, lendo uma carta.

- Perdão Vossa Graça. Não ouvi o que disse.

- Ela está cercando meu pai, como pude não ver?

A morena olhou para frente, as flores que desabrocharam do outro lado do pátio.

- Às vezes não queremos ver, a verdade às vezes assusta.

- E o que te assusta, minha lady? Qual verdade não quer ver?

- Aqui na corte, e em todo o reino, lordes fecham os olhos para a guerra que ameaça meu lar, Dorne será atacada de todos os lados.

Rhaenyra tinha ouvido aquilo, dias atrás, quando Lorde Corlys Velaryon avisou sobre navios sendo saqueados e sua própria frota sofrendo com esses ataques, a frota da coroa estava sob ataque, e ninguém além dele falava a respeito.

- Devíamos fazer alguma coisa...

- Obrigada princesa, mas devo avisar, não há nada que possa ser feito. Dorne está por conta própria...

Rhaenyra ofereceu um sorriso gentil à nova amiga.

(...)

Rhaenyra era copeira real desde os seis anos de idade, suas lembranças de momentos com seu pai eram em sua maioria ao seu lado nas reuniões do pequeno conselho, onde sua presença era quase que obrigatória.

Alguns diziam que a princesa sempre foi como uma sombra para o pai, correndo atrás dele, em seu calcanhar e sempre com uma jarra do melhor vinho do reino.

- Rhaenyra, a copeira do rei não pode se atrasar. Como irei discutir o futuro de Westeros com o copo vazio.

Viserys tinha a voz séria, mas uma expressão divertida no rosto.

Haviam se passado alguns meses desde sua nomeação como princesa herdeira, desde então, sua relação com o pai havia evoluído, o mesmo não se dizia de Alicent, com quem a princesa falava muito pouco, já que Maera tinha assumido grande parte de suas funções. Apesar de saber da verdade sobre a relação entre Viserys e Alicent, a princesa Targaryen não havia a questionado, indo contra sua natureza, ela escolheu uma abordagem diferente, optando por deixar o jogo fluir para que ela pudesse de fato agir, sem precipitar nada ou parecer enciumada, mesmo que estivesse.

- Também há assuntos importantes do outro lado da porta, pai.

- E o que seria mais importante?

- Dorne.

Otto revirou os olhos.

- O que te fez se interessar pelos sulistas de Westeros?

- Uma guerra se aproxima deles pelo mar e a triarquia de Essos está tentando um acordo, em troca de ajuda na guerra dos degraus.

Corlys, que até então parecia entediado com a conversa da mesa, dirigiu seu foco para a princesa.

- Por que eles aceitariam tais termos?

A mão do rei perguntou.

- Porque a coroa não investe recursos suficientes nas terras dornesas.

- Estamos em guerra com Dorne desde a conquista, eles não aceitam fazer parte dos sete reinos, então que lutem suas guerras!

Otto pontuou, o que pareceu aborrecer o senhor da Casa Velaryon.

- Esperamos que eles dobrem o joelhos e se submetam, mesmo que seu lema seja o contrário disso. Vossa majestade, se me permitir, por que não tentar um acordo de amizade?

- O que propõe?

Questionou viserys.

- Ofereça ajuda a Dorne, eu enviaria navios e homens, assim poderíamos unir o reino contra um inimigo externo e criar um laço com dorne.

Esclareceu o senhor das marés.

- Você não fala sério.

Otto se exaltou.

- Sabe quem gostaria de participar disso, pai?

- Seu adorável tio. Lorde Strong, faria o favor de localizar e contatar meu irmão, Otto seus serviços não serão mais utilizados hoje e Corlys, leve a frota Velaryon até as águas de Dorne. Vamos fazer alguns amigos.

(...)

notas da autora...

o capitulo ficou um pouco menor do que eu gostaria, e fugiu da linha da série, mas eu prometo que não existem pontos soltos por aqui. 

obrigado por lerem

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