Maera de Dorne

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 O sol iluminava e aquecia o quarto inteiro, era quase como estar do lado de fora no solar, mas Maera preferia o lado de dentro, sempre lendo ou trançando seu cabelo e o de suas damas, com os braços adornados por braceletes dourados e a pele cheirando aos melhores óleos de Essos. Ela amava aquela vida, estava confortável em sua posição, terceira princesa de Dorne, ela não governara nada, poderia escolher se aventurar e teria a bênção de seu pai, ou se casar com um nobre de qualquer lugar, tomar amantes, ela estava livre de todo o peso da sucessão. Era o que dizia a suas damas e familia, mas o futuro pertence aos deuses, sejam os novos ou os antigos, valyrianos ou roinares, era suas vontades que prevaleciam na vida dos homens.

O verão não abandonava as terras dornesas, mas um vento frio preencheu o quarto de Maera naquela tarde.

"Sua majestade, a rainha Aemma da Casa Arryn morreu no parto de seu filho, Baelor, que também não sobreviveu a noite e se encontrou com sua mãe pela manhã. Os sete reinos estão de luto."

"Como eles ousam nos colocar de luto, não somos parte do reino que eles supostamente uniram."

 A mais velha disse, ganhando um olhar de reprovação do pai. Qyle permaneceu em silencio enquanto o patriarca tomou a palavra.

"Não quero dragões sombreando o céu de Dorne, nossa familia oferecerá condolencias ao rei e sua familia, enviarei Maera para nos representar na corte.

O vinho ficou amargo na boca da jovem princesa.

"Eu?"

Seu pai nem se dignou a olhar em sua direção, continuou a refeição em silêncio, as conversas ficaram para os lordes e damas da corte que nunca calavam a boca. Maera desejou que sua comida estivesse envenenada, ou que um escorpião sorrateiro a pegasse por debaixo da mesa. Nada se concretizou, no fim daquela noite a princesa estava se despedindo de sua vida, a unica que tinha conhecido.

"Mae, quero que saiba que a escolhi pois é minha favorita, e provavelmente a mais capaz de cumprir com o verdadeiro propósito da viagem á corte, Rhaenyra tem sua idade e precisará de apoio, um luz para lhe alegrar, sua graça acaba de perder a mãe e o irmão, haverá cobranças sobre ela, e os Higtowers tendem a ser muito egoístas, minhas fontes revelam que Otto Higtower pretende colocar seu passarinho no trono. Não podemos permitir que isso aconteça, o rei está triste, ofereça sua lealdade e amizade, ofereça aos dragões o calor do sol do deserto. 

 Minha querida filha, se existe algum Martell capaz de mudar a história esse alguém é a bela flor-do-deserto, você

                                            com amor, papai."

Ela partiu dois dias depois, em uma viagem de quase uma lua, parando em casas dornesas menores, cavalgando com senhoras e cantando em jantares banhados pelo calor do deserto. Quando a areia foi trocada pela estrada do rei, Maera se sentiu longe de casa pela primeira vez. Subindo em direção á Porto Real, pararam nas terras da casa Cole, e foram bem recebidos, ali a princesa dornesa ganhou o apelido de "princesa sol", alguns a chamariam assim até seu último dia, mas durante a conturbada Dança dos Dragões, ela recebeu outros inúmeros nomes.

Uma lua depois da partida, a comitiva dornesa chegou e partiu deixando apenas Maera e Colegan, seu escudo juramentado, na corte.

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