IV- Brandon Strong

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Dragonstone,

Ele ofereceu gentilmente seu braço a Myria. Deixando-a guiar seus passos, levando ela como uma boneca de vidro. Qyle sabia que seu sobrinho era um homem bom, e vivido. Sabia de suas idas até o vilarejo e das camas que ele frequentou; o príncipe dornes fingia não ver, mas sabia da atração mutua e ligação inegável entre seu sobrinho e o príncipe Jacaerys, o que parecia não responder suas perguntas, por que ele evitava a esposa? Qual a verdadeira razão daquela recusa tão forte ao seu destino?

Ele assistiu o sobrinho se afastar pelos corredores do castelo.

Brandon gostaria de desejar sua jovem esposa, gostaria de poder tocá-la com todo amor e devoção que ela merecia, mas sempre que tentava vê-la como mulher se sentia sujo com a possibilidade de deflorar sua inocência. O Strong acumulava alguma experiência, tivera diversas prostitutas em seus braços e nunca havia se sentido desse jeito, talvez por nunca ter tirado a virgindade de alguém, especialmente nobre de uma família tão importante e distinta, ele se sentia indigno.

— Sinto muito. Eu não desejava que chegasse a isso.

o jovem ficou em silêncio, pensando no que havia acontecido.

— Não é culpa sua, eu errei.

Myria se sentou na cama, com um sentimento totalmente diferente daquela manhã.

— Eu não devia ter lhe pressionado.

Brandon se sentou ao lado dela oferecendo ajuda com os laços do espartilho.

— Você estava em seu total direito, como esposa, como mulher.
Ver a peça se alargando e dando espaço para o corpo dela, por alguns instantes Brandon viu algo que até então não existia em sua mente. Ela era de fato uma mulher.

— Obrigada por me ajudar, vou me trocar para dormir.

Ela se levantou segurando a parte da frente solta com as duas mãos na frente do busto. Envergonhada pela proximidade que ali existia entre eles.

Ele gostaria de dizer que não estava pensando direito, que seu corpo agiu contra sua consciência, mas ele pensou muito bem antes de segurar Myria pela cintura, aproximando seu corpo do dela, se permitindo absorver perfume de seu corpo.

— O-que, o que está fazendo?

— Conhecendo a-ti.

Brandon respondeu com os lábios pairando sobre os cabelos dela. Myria sentiu todo seu corpo esquentar, tal qual havia lido e ouvido sobre.

— Acho que está passando dos seus limites...

— Tal qual você desejava, estou certo.

Ela puxou o ar com força, mantendo seu foco em não cair.

— Você disse...

— Eu sei o que disse. No entanto, posso ter mudado de ideia.

Ele encostou o peito nas costas dela, abaixando seu rosto para próximo ao de Myria.

— Me diga para parar, e eu o farei.

A mão dele descansou sobre o pescoço dela, usando os dedos para virar sua face. Os olhos dela estavam trêmulos e as pupilas estavam dilatadas que mal se podia ver o azul das íris.

— Não posso.

— Está ciente que não irei parar?

Myria apenas assentiu, derretendo nas mãos de Brandon quando os lábios dele se encontraram com os dela, dessa vez muito mais suave e sensual, tomados pelo desejo.

A jovem Tyrell rodou nos braços de seu marido, virando para ele frente a frente, sentindo seu perfume ainda mais de perto, ela deu o primeiro passo em direção a cama que deveriam dividir. Brandon fez o restante caindo de costas com ela junto ao seu corpo, esperando pela reação da garota. E Myria respondeu, beijando-o, com os olhos fechados, se deixando levar pela sensação que crescia e a consumia de dentro para fora. O Strong inverteu as posições deixando-a sobre os lençóis enquanto se desfazia das botas e todo o tecido entre eles. Myria observou tudo se deixando encantar pelos movimentos apressados dele.

— Você é tão bonito...

Ela suspirou quando ele voltou a pairar sobre ela. seus olhos explorando toda pele descoberta, os musculos palidos por estarem sempre cobertos em contraste com o pescoço bronzeado que parecia brilhar sobre a luz trêmula das lamparinas do quarto.

— Eu deveria te falar isso.— Brandon respondeu enquanto subia as saias dela expondo suas pernas para ele. Myria segurou sua própria vontade de se retrair...

— Vou perguntar novamente, você tem certeza?

— Sim— Ela doia, doia em todas as partes do corpo, sobre a pele, dentro dela. Ardendo como fogo pelas centenas de sensações que ele a proporcionou naqueles instantes. E Brandon era o único que poderia curá-la.

***

Maera não conseguia imaginar a dor de sua amiga, Rhaenyra havia perdido demais nas últimas horas, e não havia ninguém que pudesse acalmar o coração dela, ou diminuir sua dor, nem todo leite de papoula, nem todos abraços e palavras de conforto.

Ainda que não houvesse mais o que se fazer, Maera foi até ela, com um chá e abraços para confortá-la.

a Targaryen estava péssima, a se dizer, com os olhos fundos e o rosto inchado de tanto chorar por suas recentes perdas.

— Não preciso de sua pena.

— Não conhece a mim mas, nyra. — Rhaenyra fungou se virando de costas, mae não pode fazer mais do que observar seu corpo se dobrar enquanto um choro profundo ecoava pelo quarto.— sabe que estou aqui para passar por isso com você.

— Eles levaram tudo, tudo!

— E você tomará novamente. Com fogo e sangue.

***

A manhã em pedra do dragão foi calma e diferente do que se esperava. Syrax e Caraxes voaram livremente pela ilha e pelo mar, como se estivessem finalmente dispostos a começar algo, seus rugidos acordavam vilas e todos os nobres do palácio.

Myria ainda estava acordada, com seu corpo dolorido e cheio de marcas de brandon, ele dormia sereno ao seu lado, com uma tranquilidade a ser invejada. Memórias da noite ainda viam a ela e deixavam a jovem atordoada, não havia sido nada como ela havia ouvido, doeu como um inferno e foi bom como se ela houvesse alcançado o paraíso.

— bom dia.

— Bom dia, não parece que dormiu.— ele comentou observando as bolsas escuras sobre os olhos dela.

— Terei muito tempo para dormir.

— Não quando eu retornar.

Ela corou, vermelha como as chamas de um dragão. Brandon enrolou uma mecha do cabelo dela em seu dedo, observando o tom vermelho vivido, permitindo que o momento o envolvesse, sem medos sobre o futuro, ou, arrependimentos sobre o passado.

Eles não demoraram muito mais, por mais seu desejo de continuar ali fosse real, ambos tinham deveres. Myria assistiu Brandon saindo antes de se sentar sobre os lençóis ainda desfeitos, acariciando seus braços cobertos pelo hobby.

— Não tem mais volta.

Ela suspirou, certa de que sua vida não voltaria a ser o que era jamais.

***

Rhaenyra recebeu um banho quente naquela manhã, e Maera ajudou ela a se vestir, hidratando e perfumando sua pele. Cantando canções em antigo valiriano, as mesmas que ela cantou para seus filhos.

Depois de prender seu cabelo em uma trança longa, que a fez parecer ainda mais pálida pela tristeza. Maera se permitiu observar a amiga, vagando entre pensamentos. Nenhuma dor superava aquela que ela passava, nenhum peso parecia maior do que o que ela carregava.

— Ser uma mulher é difícil, veja quanta dor carregamos, todos as flechas fincadas no alvo em nossas costas... Não é fácil, Rhaenyra, especialmente se você tiver uma coroa.

— Eles a tiraram de mim.

— E você tomara de volta. Com fogo e sangue.

DRAGON FLAME | HOTDOnde histórias criam vida. Descubra agora