Estamos no terceiro dia das diárias, à pleno vapor com as gravações da série. Já estou começando a me adaptar com os sentimentos da minha controversos da Luiza, o tom de voz, os olhares e as reações que ela possui. Estou me apaixonando por ela, mergulhando de corpo e alma neste trabalho, espero que o público compre nossa história e nos aceite como as atrizes que compõe as personagens, eu e a Buiar. Falando nela, apesar de estarmos no início dos trabalhos temos nos entrosado cada vez mais, estou ficando a cada hora que passa mais segura ao lado dela. Parece que entre nós não há competição. Mas uma cumplicidade em fazer as coisas caminharem, darem certo e a série ir para a frente sendo nós os rostos desta história. As diárias de gravação são bem longas, doze horas, talvez esteja aí o motivo de tanto entrosamento entre nós, mesmo as cenas sendo mais pesadas, com momentos de choro e algumas brigas.
Assim que finalizamos a diária do terceiro dia, comi alguma coisa na cozinha e corri para o quarto para tomar um banho e aproveitar um pouco de silêncio. Hoje o dia teve algumas externas, e precisamos repetir algumas vezes as mesmas cenas, falas, gestos e posicionamento. As externas são mais exaustivas, não temos o controle do ambiente, muito menos dos ruídos. Eu só desejo tomar meu banho mesmo. Estava secando meu cabelo, quando a porta do quarto abriu
- Reis?
- Oi Buiar, tô aqui no banheiro secando o cabelo, já tô terminando. Você também deve tá doida pra tomar seu banho né? - Imediatamente ela entrou no banheiro e começou a tirar a bota e meia que estava calçada.
- Tô sim, as gravações formam longas... quero ler um pouco e dormir. Fez uma pequena pausa enquanto tirava as meias e me olhou através do espelho.
- Prontinho, terminei... você vai usar o secador? Eu deixo aqui para você secar seu cabelo.
- Vou sim, obrigada! – Ela disse, e eu sai do banheiro no momento em que estava desabotoando a calça. Uma pena! .... Pensei e sorri, eu bem que poderia ter demorado mais para secar meu cabelo.
As noites na serra são frias e agora na parte da noite estava chovendo, eu estava na cama respondendo algumas mensagens que havia recebido durante o dia, e como estávamos trabalhando o tempo todo não consegui parar um minuto responde-las. Quando ela deitou na cama, eu já estava bem sonolenta, quando falei:
- Vou dormir, você vai ler?
- Só um pouquinho, preciso desconectar um pouco das gravações e do dia de hoje.
- É uma boa tática, eu trouxe um livro que estava lendo em casa. Mas hoje não vai rolar, tô morta de sono.
- Você está com carinha de cansada mesmo, dorme. – Me olhou enquanto abria o livro, eu me virei para meu lado da cama e rapidamente peguei no sono.
Ouvi um barulhinho bem de longe, a cama mexendo bem de devagarinho. Tenho o sono leve, qualquer coisa me acorda, abri os olhos me virei para o outro lado. Era a Buiar guardando o livro na cabeceira.
- Desculpa, te acordei. Fiz barulho na hora que coloquei o livro aqui do lado. – E em seguida ela apagou a luz do abajur que iluminava o livro que lia.
- Eu tenho sono leve, relaxa! Tava lendo até agora?
- Uhum... Disse ela apenas balbuciando baixinho para não fazer mais barulho e se ajeitando na cama quando falou. - Tá friozinho né?
- Um pouco. – Respondi-a enquanto ela ainda se arrumava nas cobertas, senti que não tinha calor nenhum em seu corpo. - Tá gelada Pri!
- Então chega mais para cá Reis, você está quentinha.
- Vem você pra cá, me abraça para se esquentar mais rápido. E assim, rapidamente ela puxou o seu travesseiro para perto do meu e me abraçou de conchinha.
- Que pé frio Valentina!!!
- Me esquenta amor – Disse e soltou uma pequena risada. Encostou-se totalmente no meu corpo, me envolvendo ainda mais em seus braços, eu pude sentir a sua respiração que batia em meu ouvido e assim, rapidamente peguei no sono envolvida nos braços dela.
Na manhã seguinte, o celular nos despertou às 08:30. As diárias iriam começar um pouco mais tarde, pois tínhamos cenas que iriam do início do pôr do sol ao começo da noite. Corri para tomar banho e me descer para o café. Quando terminei de me arrumar e voltei para o quarto a Buiar ainda estava com os olhos fechado, cheguei perto dela passei as costas do dedo indicador em seu nariz, bem de leve para não assusta-la.
- Bom dia! Tá com sono ainda? – Ela só balançou positivamente a cabeça e começou a se espreguiçar na cama. – Toma um banho para despertar e vem comer alguma coisa que você desperta, eu tô descendo tá?
Sai do quarto e fechei a porta. Estava na metade da escada quando vi a Nathali chegando suada lá de fora, com a energia lá no alto, ela acorda cedo para malhar.
– Que pique hein Nathi?
- É menina, tenho que fazer a minha parte né? Ou tá achando que eu nasci virada pra lua igual você, que nem precisa de malhar e tem esse abdômen!
- HAHAHAHA... falando nisso vou tomar meu café, tô com fome!
Terminei o café corri para o quarto para fazer maquiagem e o cabelo, para não atrasar o set. Quando Pugliese chegou onde eu estava para me explicar as gravações de hoje.
- Te achei! A Buiar tá subindo e vou passar rapidinho as cenas que temos que gravar hoje.
- Cheguei gente!
- Meninas é o seguinte hoje teremos as primeiras cenas com os pais da Luiza e com o médico onde ele vai fazer a primeira avaliação e depois a outra cena é do diagnóstico da perca de memória. E vamos fazer uma externa Buiar entre você e os pais da Luiza ok?
- Sim... a respondemos uníssona.
- Já na parte da tarde, teremos cenas internas, graças a Deus! São cenas de vocês duas e o Léo, são mais leves e descontraídas. Ela disse virando a página de seu roteiro. – Já na parte da noite, vamos gravar o primeiro beijo da Valentina e da Luiza.
Quando ouvi, foi involuntário, olhei para Buiarque abriu um sorriso e colocou o cabelo atrás das orelhas, já eu gelei, seráque eu tô preparada para esse beijo?
***Voltei! Eu sempre volto!!! Não esquece de deixar seu comentário, ok?****
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Valu - Como nos encontramos
Fanfiction"Se a pessoa estiver destinada a você, independente de tudo, vocês irão se encontrar. Mesmo que precisem se reconhecer mil vezes. " A forma pela qual as coisas começam, as histórias acontecem, as vezes sem querer e sem maiores pretensões. E como as...