Passamos 5 meses intercalando nossos dias com treino e missões pequenas, como juntar lixo do riacho ou tirar um gato da arvore, hoje era só mais um dia que eu levantaria, treinaria pela manhã e pela tarde teríamos que correr por Konoha para ajudar alguém, não entenda mal, não vejo problema nisso, mas parece que todos esqueceram qual é minha missão aqui, até eu meia que esqueço as vezes, o cotidiano faz isso com as pessoas, elas simplesmente são carregadas por ele e esquecem de que nem sempre ele é cumprido, já nem estou tão alerta mais, já não saio de madrugada para patrulhar Konoha a noite, no começo eu fazia isso toda noite, procurando orochimaru, as noites foram diminuindo e hoje nem saio mais.
Hoje era só mais um dia da mesmice, me levanto e vou me arrumar, quando me olho no espelho não reconheço aquela menina ali, me pego pensando “será que alguém já se sentiu assim? Como se não se reconhece-se mais?” tudo mudou, já não tenho mais os meus treinamentos do clã, não tenho as reuniões, não tenho a paz que tinha lá, todo dia vejo gente se perdendo e entristecendo, e parece que aquilo consome a gente. Olho para meu cabelo que está mais comprido, aquelas roupas vermelhas que já me cansaram, que saudade de todos do clã, da minha família, que saudade da roupa preta.
E pensando nisso vou em direção da minha cama e me abaixo para pegar a caixa grande embaixo dela, ilumino minha Hikari sobre o selo dela e a mesma abre, dentro esta meu antigo uniforme negro, pego com cuidado como se fosse a muito tempo e ele pudesse desmanchar em minhas mãos, toco o símbolo da minha família, meu sangue, quando vejo sinto o molhado de uma lagrima em meu olho direito, no momento lembro do meu pai falando para min nova quando ele e mamãe ainda saiam em missão e eu chorava escondida dos ninjas toda a noite, com saudade “minha pequena flor, quando a saudade é tanta que já não cabe no peito, deixe que ela escorra pelos olhos, não tenha vergonha de amar tanto algo ou alguém, que só ficar longe dele dói, eu passamos isso toda noite longe de você meu amor, dói, mas sei que você sempre está comigo, pois sua Hikari é minha e assim somos um só.” Ele sempre sorria e me confortava quando me perdia. Seco as lagrimas e olho a katana que ele me deixou dentro da caixa, embalada por um manto vermelho, sinto ele ali, no mesmo momento fecho os olhos e me concentro na minha Hikari, penso em meu pai em como ele também tem um pedaço de min nele, tem um pedaço de Hikari nele, e assim eu sussurro – eu amo vocês, pai, mãe, saudades – me levanto e guardo as coisas, tranco o selo novamente e vou em direção a saída mas paro novamente na frente do espelho, e sorrio pensando “eu não me reconheço pois não sou mais a mesma, como a vida sou mutável, mas ainda sou eu” ativo o Hanangan que só eu possuo “sou eu que escolho como seguir e o que seguir, sou eu que escolho” e pensando assim eu sigo para o campo de treinamento, mas hoje não vai ser mais um dia, vai ser “O” dia, pois vou fazer de todo “O” dia, porque eu decidi assim.
Chego no campo de treinamento, parece que sou a primeira, acho que vou começar a treina, e com a saudade de casa ainda apertando o peito, penso em treinar o taijutsu Haruno, tiro os calçados e fico de pés descalços na grama, fecho os olhos e sinto a vida por tudo, começo a escorregar o meu pé direito e inclinar o corpo, minha mão segue o fluxo do vento e meus pés carregam a força da terra, sinto que a Hikari de tudo começa a ir comigo conforme movo os braços com o vento, que se molda a meu balanço, nosso taijutsu pode ser comparado a uma dança, utilizamos do Hikari de tudo para termos ataques mais ágeis e fortes, enquanto pudermos sentir e tocar Hikari podemos transformá-lo em força, e assim sigo fazendo voltas pela grama e fazendo as folhas das arvores em volta seguirem o fluxo do vendo, que segue o fluxo de min, aquilo me traz a paz que eu tanto sentia falta, soco o ar e o vendo que me acompanhava empurra tudo na direção que soquei, faço um chute giratório e levanto 5 metros do chão pois o vento me empurra pra cima fazendo um círculo onde minha perna antes passou comigo no meio, dou alguns mortais como se fosse o vento e meus pés jamais soltassem a terra, e continuo com os passos e ataques, pegando a Hikari e transformando em força, agilidade e destreza.
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O Clã Haruno - A história não contada
AksiyonO Clã Haruno... Com as sombras como uniforme E a luz como proteção; Eles defendem o mundo ninja do que apenas os mesmos podem ver; Comentados em sussurros e lendas; Vistos entre vultos na escuridão; Eles protegem a vida; carregam o fardo pesado do c...