Fui para a festa com um nervosismo que só aumentava conforme eu me aproximava da casa dos meus pais. Era como se toda minha vida se encaminhasse para aquele momento.
Meus sonhos e desejos, meu amor, tudo se concentrava no único objetivo de estar perto de Amber
novamente. E do nosso filho. Eu já nem pedia mais perdão. Eu queria qualquer migalha. Eu a vi de imediato ao chegar na entrada do jardim dos fundos. E parei, emocionado, sem ar, sentindo o coração bater tão forte que dota. Ela ria, lindíssima em um longo vestido creme com alças grossas, que cata suavemente modelando os seios mais cheios e redondos e abarriga arredondada.Seus cabelos caíam em ondas suaves e douradas até o meio das costas, Parecia uma deusa de luz e beleza.
A gravidez aumentara aquela aura de suavidade em volta dela, de feminilidade. Seu sorriso
era mais lindo e verdadeiro do que eu me lembrava e senti dor por dentro, imaginando que nunca mais sorriria daquele jeito para mim.Eu me senti massacrado, todo sofrimento e saudade daqueles meses parecendo pesar de uma vez em meus ombros, me fazendo padecer como um condenado, de culpa e arrependimento, de angústia e raiva de mim mesmo. E foi naquele momento que Amber me olhou. De repente, virou a cabeça e lá estavam seus olhos prateados nos meus, um sobressalto em suas feições. E naquelas frações de segundos em que não pôde disfarçar, eu vi, vi um espelho da minha alma e da minha dor, dos meus sentimentos, vi saudade e amor, e uma felicidade exposta. E senti um baque por
dentro, uma adrenalina de paixão e esperança, uma chama no meio da escuridão, que eu já tinha desistido de encontrar.Então ela se deu conta. Piscou e suas feições endureceram. Seus olhos se tornaram raivosos, seus lábios se apertaram. Mas o que não sabia é que já era tarde demais. Eu tinha visto. E fui até ela, todas as minhas defesas no chão, vaidade e arrogância esquecidas em
uma realidade que não era mais minha.Fui movido apenas por dois sentimentos: esperança e amor. Não sabia se eles me bastariam, mas era o que eu tinha para oferecer.
Amber pareceu se assustar. E fugiu.
Passei por todos e não cumprimentei ninguém. Nem vi que minha mãe estava a minha frente, observando-me. Eu só via Amber dobrando a lateral da casa, com certeza buscando a entrada dos fundos para se refugiar em algum banheiro. E o fato dela não ter condições de me encarar me deu mais esperanças. Seria pior se me desprezasse com frieza.
Virei também depois da parede. Era um local tranquilo e vazio, cercado de belas plantas que balançavam sob a brisa da noite. Apressei o passo e a alcancei antes que conseguisse entrar em casa. Eu segurei seu braço e a virei para mim.
Amber me olhou sobressaltada e com raiva. Puxou o braço e se encostou na parede atrás dela, ao lado de um caramanchão. Naquele momento nem pude me incomodar com seu ódio. Eu estava ocupado demais me desmanchando na felicidade plena de vê-la tão perto, de
sentir seu perfume e poder olhar sua barriga linda, a poucos palmos da minha mão.Embargado, não consegui resistir. Ergui a mão direita, doido para tocar nosso filho atraves de sua barriga, senti-lo ali, mas sua voz baixa e cortante me paralisou:- Não!
Eu fitei seus olhos. Não havia amor nem nada do que me deixou ver naqueles segundos. Só aquela mágoa, aquela raiva, aquele despre]o que pareciam ter se enraizado dentro dela.
- Você está linda!- Falei baixinho.
- Obrigada. Desculpe, mas preciso ir ao banheiro.
- Espere. Por favor.- Algo em meu tom a fez ficar lá, mal respirando. Passei o olhar pelos seios tão mais cheios que antes e a barriga redonda. Uma emoção indescrittvel me bombardeou e senti os olhos arderem. Indaguei baixo e rouco:
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Simplesmente Amor
RomanceHistória de Sebastian amigo de Evan (conhecendo um amor). Relacionamento sério nunca foi o forte de Sebastian, até conhecer Amber.