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Amber

Era difícil esquecer tudo tão de repente. Mesmo com toda traição e infidelidade eu tinha amado Sebastian com todas as forças como jamais amei na minha vida. Ele tinha me mostrado o céu e o inferno e agora eu me sentia no limbo. Eu levava um filho dele no ventre. Tinha marcado minha vida de forma indelével e permanente sem meios termos.

O que me enfurecia mais era que mesmo sabendo que eu nunca o perdoaria nunca mesmo naquele sonho eu senti um prazer indescritivel. Meu corpo ignorante ainda sentia falta do dele.

Conscientemente minha raiva suplantava tudo mas quando eu relaxava e meu subconsciente assumia aquilo voltava com tudo. E era enlouquecedor pois eu não queria sentir mais nada. Só nojo.

Cada vez que eu pensava que tinha me beijado com lábios que beijaram outras, que tinha me penetrado para depois ou antes entrar em outra mulher, eu parecia me rasgar por dentro e chegava a ficar sem ar, de tanto ódio e fúria. E não apenas uma mulher, várias, naquelas que vi nas fotos.

As imagens pareciam gravadas a ferro em minha mente. O modo como estava em cima de uma, penetrando-a, enquanto fazia sexo oral em outra, com dois dedos dentro dela.

Eu e todas elas faziamos apenas parte de um pacote, que Sebastian usava até cansar e perder o interesse.

Passei as mãos pelo rosto, tentando parar de chorar, mas as lágrimas continuavam a jorrar, a dor vinha tão de dentro, de um lugar tão profundo, que parecia não ter fim. Mas lutei para que tivesse. Um dia ele sairia em definitivo do meu corpo e da minha mente e eu não
sentiria mais nada, só indiferença. Nesse dia eu seria feliz.

Nunca mais deixaria que tocasse em mim. Eu o odiava e desprezava com todas as forças. E com o tempo, os sonhos acabariam e aquele desejo também, que existia quando eu não queria. Tinha sido tudo intenso demais e eu era consciente que dota tanto, mas tanto, por que eu o amava. Ou melhor, eu tinha amado uma imagem idealizada de alguém que não era verdadeiro.

Achava diftcil um dia amar assim ou confiar em outro homem. Mesmo sabendo que nem todos eram iguais, agora eu só pensava em me estabelecer e dar o melhor para o meu filho. E em ter paz.

Precisava pensar no bebê. Ele era ainda tão novinho para já iniciar a vida naquela guerra, tão diferente de tudo que imaginei. Em meus sonhos desde garota, esperava encontrar o homem da minha vida, casar, ser feliz, ter filhos. E olha o que tinha acontecido. Toda aquela confusão e um inocente serzinho no meio. E eu tinha que pensar
nele, acima de tudo.

Minha mãe estava comigo no quarto. Meu pai havia botado pra fora Sebastian e agora ele estava dando carão na filha de 26 que acabou de deixar entrar o homem que destruiu a minha vida.

- Vai ficar tudo bem.- Ela me consolava. Sempre que fechava os olhos ele vinha na minha mente. Eu já não aguentava mais.

Jason veio me visitar no dia seguinte e me levou para o cinema. Já que era sábado. Assistimos um filme de terror, eu custumava assistir filmes de romance, mais hoje eu achava ridículo ver esses tipos de filmes.

Ainda não havia contado para ele que estava grávida. Estou tentando criar coragem para isso.

- O que quer comer?- Ele me tira dos meus pensamentos.

- Qualquer coisa que deixe minha barriga cheia.- Brinco.

- Tudo bem.- Sorri. Qualquer coisa eu como.

Depois de comermos saimos da lanchonete para dar uma volta. Ele me levaria para casa, fechei os olhos e pensei:esse seria um bela oportunidade para contar a ele.

- Eu estava pensado, eu te conheço você me conhece, poderimos sabe, começar um relacionamento...

- Eu acabei de sair de um bem traumatizante, e não quero entrar em outro.- Jogo tudo.- Estou grávida, Jason.- Ele arregala os olhos surpreso com o que acabei de dizer.

Simplesmente AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora