┊𝐓𝐰𝐨 ━━

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𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐌𝐀𝐈𝐒
REVISADO
CAP 2

𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐌𝐀𝐈𝐒REVISADOCAP 2

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┊Ahmya Akashi┊

O mar é um verdadeiro abismo de ilusões. As ondas arrastam tudo que está ao seu alcance, assim como um filtro de sonhos. Já o vento, ele transparece o perigo em melodia. É fascinante.

Kazutora encarou o mar cabisbaixo. O seu olhar transmitia a mais pura angustia recheada de melancolia.

- Sabe, você é o meu melhor amigo... você nunca me assustou. — Comentei.

O vento soprou suavemente, trazendo alguns fios de cabelo para o seu rosto. Kazutora voltou o seu olhar a mim e respondeu: - Você poderia ter me escolhido.

- Eu não te merecia. - Voltei a encarar o mar. - Eu estava grávida de outro homem.

- Eu não iria me importar, porque Yuto é uma parte sua... da pessoa que eu mais amo.

- Kazu, eu gostei muito de você, mas eu não posso me permitir amar mais ninguém depois do que aconteceu. — Falei ríspida.

- Então, se não pode me amar, me use. Me use o quanto quiser. - Kazutora sorriu quando eu olhei em seus olhos escuros e sonhadores.

Meu rosto estava igualmente quente. Encarei o seu rosto pálido, ainda sem acreditar no absurdo que ele acabou de dizer.

- Eu jamais faria isso. - Inclinei a cabeça na sua direção.

Ele sorriu inocentemente: - Eu sei...

O meu celular começou a tocar, porque alguém estava me ligando. Era o Sanzu. Atendi e imediatamente ele começou a falar.

- O QUE? - Gritei. - Como assim você não está com o Yuto? Você só tinha um trabalho!

- Calma, irmã preferida. O meu chefe virou amiguinho dele e os dois sairam juntos. - Esclareceu com sarcasmo. - Daqui a pouco eles chegam.

Desliguei o telefone. Eu definitivamente iria matar o Sanzu.

Kazutora deslizou sua mão sobre o meu ombro e disse: - Está tudo bem, Myah... eu te deixo em casa.

Assenti com a cabeça. Eu tremia, como se estivesse congelando aos poucos. Era a primeira vez que isso me acontecia e eu estava nervosa demais para raciocinar o que acabou de acontecer.

Quando entrei na minha casa, me deparei com a cena deplorável do meu irmão sentado de forma desleixada no sofá.

Mikey┊

Crianças são ingênuas e isso é totalmente fascinante, porque elas são puras e não precisam se dopar para encarar a realidade. Às vezes eu gostaria de ser uma criança novamente...

Yuto dormia como um anjo. Eu sei que estou louco, mas não sabia que era ao ponto de me sentir conectado com uma criança desconhecida. Essa é a tal solidão?

- Papai... carrinho de bate-bate na próxima. - Yuto balbuciou enquanto dormia na cadeira.

- Eu não sou o seu pai, criança. - Murmurei.

- Uhm... queijo... taiyaki...

- Olha pra você, mal comeu e já está dormindo. - Resmunguei, colocando-o nas costas.

O déjà-vu... irônico, não é? Lembranças felizes te fazem ficar triste.

Entrei no carro e segui a localização enviada por Sanzu. Demorei, mas cheguei. Coloquei Yuto nos meus braços e toquei a campainha da casa.

A porta abriu como um passe me mágica. Meu coração quase saiu pela boca, porque vislumbrei a mulher que eu tanto lutei para encontrar. E agora estávamos frente a frente.

- Você...? - Ela me alfinetou com o olhar.

Que por sinal, são os olhos tristes mais lindos que eu já vi.

- Você e o Yuto são parecidos... - Eu murmurei, enquanto observava a criança que dormia em meus braços.

- PERA AÍ, VOCÊS SE CONHECEM? - Sanzu entrou na nossa frente.

- Não grita, seu porra. A criança está dormindo. - Lhe dei um puxão de orelha.

A mulher puxou Yuto rapidamente para os seus braços e disse enquanto balançava-o para que não acordasse: - Ele tem o sono pesado. E não, Sanzu, não nos conhecemos. O seu amigo deve ter me confundido!

Sanzu se apoiou no meu ombro e começou a roer a própria unha, enquanto me encarava sem parar. Ele inclinou a cabeça na direção do Yuto e o encarou da mesma forma como me encarava até segundos atrás.

- Vocês dois são até semelhantes... - Ele acariciou o próprio queixo.

A sua irmã aparentava estar nervosa, o que alimentava ainda mais a minha teoria. Isso me deixava com uma pulga atrás da orelha.

- Você é maluco? - Falei ríspido.

- Quer mesmo que eu te responda?

- Vocês dois devem ir embora! Já está muito tarde. - A mulher falou inquieta.

Ela se recusava a olhar nos meus olhos, agindo como se nada houvesse acontecido. E eu sabia exatamente que ela estava escondendo algo.

E então, lembrei da última conversa que tive o seu filho:

- Qual a sua idade, garoto? - Falei acendendo um cigarro.

A criança levantou a sua mão e mostrou 5 dedos.

- 5 anos? Interessante. - Murmurei.


751 palavras

I still remember

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