|9 - A paixão ganha o medo|

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Eu preferia ser beijada".

A ideia tomou forma lentamente na cabeça de Mina enquanto fitava os olhos de Jeongyeon. As mãos da detetive estavam firmes em seus ombros, mantendo-a próxima. O espaço entre as duas irradiava calor, um calor que parecia cercá-la como um campo magnético que atraía e aproximava o rosto de ambas.

— Aí estão vocês. — Eunji disse ao se aproximar, quebrando o encantamento entre elas. — Desculpe-me por tê-las feito esperar. Irene precisou de todo o tipo de referência sobre você... para saber se era capaz de fazer o trabalho. Prometi que faria. Espero que não tenha ultrapassado meus limites ao oferecer seus serviços.

— Tudo bem. É uma forma de ganhar dinheiro sem o compromisso de um emprego permanente, no caso de eu resolver que Busan não é a cidade ideal para mim. Vai ser um desafio conseguir juntar tudo a tempo.

— Juntar tudo a tempo para quê? — Quis saber Jeongyeon.

— Para o queijo e vinho na casa de Irene, para a Cat Association. — Respondeu Eunji. — Ela deixou o serviço de bufê e sabe lá Deus o que mais para a última hora. Mina vai salvar o evento para Irene.

"Ou transformar tudo num desastre total".

Mina pensou, sem conseguir se controlar.

— Minha jovem, o que eu disse sobre esperar encrenca? — Eunji interveio, como se lhe ouvisse os pensamentos. — A única forma de deixar para trás essa história de azar é colocar pensamentos bons e positivos em sua mente. Diga a si mesma que tudo vai correr bem e aja de acordo com isso, sem ligar para os medos que possa ter.

Mina conseguiu sorrir para ela. A mulher tinha razão, naturalmente. Não havia sentido em sofrer por um problema futuro, quando tinha tanto o que fazer no presente.

Sua atenção foi tomada para Jeongyeon. Acabara não perguntando porque ela tivera vontade de esganá-la. Devia ser pela sua interferência com Bang Sihyuk. Mas por que diabo teria vontade de beijá-la? Aquela pergunta em particular a perseguiu durante todo o jantar no restaurante no alto do Hotel Yang. Apreciava a bela paisagem noturna da baía quando pegou Jeongyeon a observando enquanto Eunji explicava sobre os fundos que Irene pretendia levantar.

— Enquanto esperamos pela sobremesa, quem sabe você quer me contar porque estava tão nervosa no interior da galeria. — Pediu Jeongyeon.

Mina sabia que Jeongyeon merecia uma explicação. Mas antes de narrar o encontro daquela noite, ela disse que encontrara seu quase esposo e achara que ele também fora uma vítima no caso do corretor.

— Você se encontrou sozinha com ele? — Jeongyeon perguntou.

— Foi.

— Mina, poderia ser perigoso.

— Perigoso? O homem é culpado de tentar bigamia. Não é o mesmo que ter assassinado várias pessoas. — Respondeu ela.

— Como sabe disso? Você mesma admitiu que não verificou o passado dele.

— Escute, estou tentando lidar com minha vida. Já tenho problemas suficientes com os meus medos para ter de lidar com os seus também.

— Certo, mas os meus são baseados na realidade, no tipo de coisa que vejo todos os dias. — A detetive rebateu no mesmo tom.

— Claro, com isso você quer dizer que os meus medos não passam de imaginação? Vá dizer isso aos donos da Companhia de Travesseiros Good Night. Tenho certeza que ainda devem estar catando penas no meio dos tijolos.

— Sem negatividade enquanto comemos. — Interveio Eunji em voz baixa. — Não faz bem para a digestão. Jeongyeon, Mina e eu discutimos este assunto ontem. Ela teve o cuidado de encontrar com o sujeito num lugar público.

Gatos Pretos, Amuletos e Mais Mil Coisas de Azar - JeongMiOnde histórias criam vida. Descubra agora