Capítulo 29 - Desilusão amorosa

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Pov Júlia

Decidi ir à escola dar uma olhadinha no jogo dos meninos. Não sou muito fã de assistir futebol, mas eu estava indo para torcer pelos meus amigos, isso era mais importante. Chegando na escola, avistei Lara devorando seus sonhos, sim, eram sonhos só que dessa vez de comida mesmo. Ela estava tão empolgada se lambuzando com aquele creme molengo e amarelo do doce, que nem se deu conta quando eu cheguei e sentei ao seu lado, só percebeu minha existência ali quando lhe roubei um dos sonhos restantes na bandeja.

No mesmo momento Bruna também chegou e sentou conosco, com uma cara muito da desconfiada, inclusive, mas depois de alguns minutos descobrimos o motivo: George! Sim, eles dois ficaram! Fiquei chocada ao saber que já era a segunda vez que esse ato acontecia. Aquele sim era um verdadeiro babado! Com certeza eu já tinha percebido que Bruna tinha uma queda pelo garoto, só queria esconder para não dar o braço a torcer.

Após ficarmos dando um tempo na cantina, percebemos que o jogo já iria começar, então corremos para o ginásio da escola para não perder nada. Durante o caminho resolvi me aproximar um pouco de Lara, pois gostava da ideia de estreitar laços com minha futura cunhadinha. Quem sabe me aproximando de Lara eu não encontraria uma maneira de ajudar Rebeca desenrolar aquilo que ela estava complicando. Me alegrei quando notei a preocupação de Lara com minha irmã, o que anotei mentalmente de contar a Rebeca depois.

Nós três ficamos juntas torcendo feito três doidas pelo o time de George, foi ai que me dei conta; Quando estamos dividindo a companhia uma das outras tudo ficava mais emocionante, o que me fazia questionar porque não éramos tão próximas antes se tínhamos uma vibe muito legal juntas. Eu gargalhava alto com as maluquices de Lara, e Bruna... Bem, é Bruna. Só um grito da garota já servia por nós três. Ô garganta abençoada a dela, viu? Eu me acabava de sorrir sempre que ela gritava e alguém a olhava de canto como se estivesse vendo um E.T, ou tomava um susto.

Os meninos do time da nossa escola estavam bastante empenhados e concentrados, dava até gosto de assisti-los jogando com toda aquela garra. As meninas e eu comentávamos sobre o jogo e ríamos das nossas palhaçadas. Sem dúvidas nós éramos as torcedoras mais animadas daquela arquibancada, isso ninguém podia negar. Estava tudo indo bem, até que em uma olhada que eu dei ao redor da quadra só para checar o movimento ao redor, avistei Melissa na arquibancada do outro lado, bem na pontinha, conversando com uma menina que eu não conheço, provavelmente ela era da escola rival. Elas me pareceram bem íntimas, a conversa fluía bem e elas estavam sorrindo. Pronto, na mesma hora bateu um desânimo em mim, não sei explicar direito, mas penso que nós duas é que deveríamos estar juntas e torcendo pela nossa escola. Sinto que Melissa e eu estamos meio afastadas. Sabe quando alguém conversa com você, está ao seu lado, mas parece distante ao mesmo tempo como se estivesse com a cabeça em outro lugar? Pronto, é assim que nós duas estamos. Não entendo o porquê disso, mas é algo que me incomoda e me deixa triste como se um vazio se instalasse mim.

Eu gostava da Mel, e não conseguia entender porque ela parecia querer se afastar de mim. Forço a memória e não acho que dei motivos para algo tão radical. As vezes que ficava pensando sobre tudo isso e chegava a conclusão que talvez ela só não sentia o mesmo que eu, mas isso me deixava triste, na fossa mesmo como nunca pensei que ficaria.

Fiquei tão para baixo que decidi ir embora sem esperar que a partida terminasse. Disse as meninas que o barulho me deixou com dor de cabeça, me despedi delas e saí do ginásio, fui andando até em casa, eu queria mesmo pensar sobre a minha desilusão amorosa ou quase isso.

Ao chegar em casa, vi que estava sozinha, meus pais ainda estavam na academia, então aproveitei meu "momento de solidão". Eu podia estar sendo um pouco dramática, mas quem já passou por isso sabe do que eu estou falando. Do jeito que cheguei em casa, me joguei no sofá e fiquei assim, bem largadona. Peguei meu celular e fiquei apenas arrastando o dedo na tela passando os vídeos que aparecia na minha for you, mas sem prestar muita atenção no conteúdo. Eu realmente estava sem cabeça para qualquer coisa que fosse. É incrível como uma única pessoa tem o poder de te deixar feliz ou infeliz na mesma proporção.

Eu, você e o acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora