Capítulo 39 - Parque parte 2

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Pov Rebeca

Assim que chegamos ao parque fui direto para bilheteria comprar nossos ingressos, ou pelo menos tentei, já que Lara não me deixou completar a compra sem antes fazer um alvoroço. Ela não queria que eu pagasse tudo sozinha, eu até tentei argumentar que eu que havia a convidado, logo era minha responsabilidade pagar, mas nada feito... a bicha sabia ser teimosa quando queria. Sendo assim, acabamos dividindo os gastos da noite, ela comprou os ingressos e eu compraria a comida. Mal sabia eu que me arrependeria disso mais tarde.

A noite mal tinha começado e eu já tinha rido horrores. Lara desperta em mim lados que até então só minha família conhecia. No começo fiquei com medo disso, mas hoje estou me permitindo agir diferente, ou melhor, me permitindo ser eu mesma. Isso porque queria que ela me conhecesse por completo e para isso era preciso abaixar as muralhas e mostrar a Amélia leve que existe em mim.

Eu havia chegado à conclusão de que eu realmente queria essa garota para mim, então chegou o momento de ir à luta. Como eu disse mais cedo: ela vale muito apena o esforço.

– Posso? – Perguntei passando o braço por seus ombros. Ela afirmou com um aceno e ficou olhando para os meus olhos.

– O que foi? – Questionei com ela ainda me encarando.

– Nada... seus olhos são muito verdes.

– Sim, são, mas eu achei que você já tivesse percebido isso. Acho que a visão não está em dia, Dona Lara. – Brinquei para esconder a timidez e ri apontando os dedos para seus olhos.

– É claro que eu já tinha percebido, sua trouxa. Sou doida, mas não sou cega. – Fez cara de brava mostrando a língua para mim e continuou. – Eu só nunca tinha dito para você o que achava deles antes. São tão intensos, parece que você consegue ver minha alma.

– E isso é bom ou ruim?

– Não sei, porque você me olha de um jeito como... Como se eu estivesse sem roupa. – Falou pensativa.

O fato dela viajar tão me fascina demais.

– Isso não seria nada mal no futuro... – Sussurrei baixinho.

– Que?! – Lara me olhou alarmada de olhos arregalados.

– Oi? Eu não falei nada não. – Ela continuou me olhando. – Eu estava brincando, Duarte. – Não estava não. Mas isso ficou só na minha cabeça mesmo.

Lara me lançou um olhar desconfiado e eu fiz cara de santa, sorrindo sem mostrar os dentes.

– Quero ir no disco. – Ela falou com agitação mudando de assunto, e saiu correndo me puxando pela mão.

Ao chegamos de frente para o brinquedo eu busquei recuperar o fôlego. Ela estava tão empolgada que dava até gosto de ver.

– Vamos... Começar de novo tá bom... Não sei se você percebeu, mas eu estava tentando flertar com você. – Disse enquanto voltava a respirar.

– Sério? Nem percebi. – Riu debochada.

– Funcionou?

– Não sei, será que sim? – Colocou uma das mãos no queixo e fez cara de pensativa.

– Vou ter que continuar tentando então, para ver se te convenço.

Sussurrei em seu ouvido passeando o nariz por sua orelha até chegar no pescoço onde deixei um beijo. Me senti em nas nuvens ao perceber que seu corpo se arrepiou e seus olhos se fecharam e logo se abriram voltando e me encarar.

– Fila... brinquedo... ham, vez nossa é a próxima.

Saiu tudo bagunçado, mas consegui entender que ela tentava dizer que éramos as próximas no brinquedo. Era divertido deixá-la tão desconcertada.

Eu, você e o acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora