Capítulo 21 - Procurando por Lara parte 1

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Pov Professor Anderson

O dia hoje estava sendo tão produtivo quanto cansativo também. Vida de professor não é fácil! Eu costumava dizer que nós recebíamos pouco para sermos santos, mas olha... É um perrengue atrás do outro. Eu particularmente não vejo a hora de me aposentar para curtir minha beleza nas lindas praias desse país, se bem que: vida de aposentado no Brasil, também não é fácil.

Naquela manhã, junto com meus colegas de trabalho, saímos com os alunos para um passeio. Apesar daqueles alunos serem fedelhos barulhentos, até que foi algo incrivelmente agradável e interessante. Quando voltamos para o acampamento já era tarde. Os alunos estavam completamente cansados, chatos e barulhentos como sempre. Eu não perdia a oportunidade de alfinetá-los... Essa é uma geração de fast food e sedentarismo, por isso não podiam espirrar que já estavam reclamando de dores e cansaço. É por isso que eu sempre gosto de deixar claro em minhas aulas a importância de praticar exercícios para ter uma saúde melhor, além de ajudar na estética também. se bem que nesse último quesito, eu diria que só um milagre ou quem sabe se eles nascessem de novo ficariam mais bonitos.

Depois do almoço onde aqueles lunáticos dos meus alunos pareciam disputar a medalha de mais esfomeado, fui para a minha barraca deitar um pouco e descansar minha beleza. Quando acordei já tinha se passado algumas horas, tudo estava estranhamente calmo, foi quando meu olhar percorreu pela barraca e na mesma hora senti falta de alguma coisa, ou melhor, de alguém: Bartolomeu.

Revistei a barraca inteira e nada de vê-lo em canto algum. Nesse momento já me bateu a preocupação. Bartolomeu não pode desaparecer, ainda mais em um lugar aberto como esse com mata fechada por perto. Ele só saia da barraca quando eu me certificava que não tinha ninguém do lado de fora. Então como isso foi acontecer?

Sai feito louco na intenção de procurá-lo por todo o acampamento. Eu tinha que encontrá-lo para o nosso bem. Bartolomeu é o meu coelho de estimação e eu sou de estimação da mamãe. Meu Deus! Ela ia me matar. Sem contar que eu sou tão apegado a esse bichinho que não conseguiria passar três dias longe sem vê-lo. O trouxe escondido para a viagem. Ninguém poderia saber que ele estava comigo, é claro que não permitiriam trazer animal para um acampamento lotado de alunos. E agora ele está perdido!? Não, não, não... Não podia ser.

Quanto mais eu rodava entre as barracas, mais triste e preocupado eu ficava. Ele não estava em canto nenhum! Onde será que ele se enfiou? Novamente eu pensei: Minha mãe vai me matar! Ela também é super apegada ao Bartô (é assim que nós o chamamos, pelo apelido).

Rodei por toda área e sem sinal dele, meu coração já estava acelerado, descompensado, atormentado... De repente começou a chover e aí que eu me vi doido de vez. Não acredito que isso estava mesmo acontecendo. Só em pensar que o meu bichinho peludo e fofo estava na chuva por aí, meu coração apertava. Em silêncio eu só sabia pedir a Deus que para protegê-lo. Que ele tivesse entrado em alguma barraca e se escondido nela. Isso seria melhor do que estar na mata nessa chuva forte, no escuro, sem comida e sem seu papai.

Roendo as unhas e tomado por preocupação, decidi esperar a chuva passar para procurá-lo novamente, jamais iria embora sem antes achar o meu amiguinho.

Pov Rebeca

Fazia muito tempo que eu não passava uma noite tão mal dormida. Saber que eu estava ao lado de Lara, estava mexendo com as minhas estruturas. "Droga Rebeca, porque você tinha que beija-la?" Repreendi a mim mesma por pensamento. Não era que tinha sido ruim beijá-la, ao contrário, mas eu não podia simplesmente ignorar o fato que Lara tinha um abismo por outra, e que não era exatamente com olhar de paixão que ela me olhava. Eu não podia ser um passatempo para alguém se divertir e depois dá um pé na bunda.

Eu, você e o acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora