Capítulo 8 - Dia de ressaca Parte 1

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Pov Lara

O sol que já clareava todo o quarto, incomodou meus olhos quando lutavam para abrirem. Minha cabeça parecia que ia explodir, meu estômago dava voltas. Sentindo como se tivesse sido atropelada por uma carreta, cansei de lutar contra aquela realidade, me virei para o lado aposto da janela por onde o sol entrava, cobri meu rosto com o edredom tentando voltar a dormir. Por falar em dormir, eu acho que tive um sonho muito louco, as imagens borradas e confusas misturavam-se na minha cabeça. No sonho, eu ria como louca, dançava macarena e cantava em cima de um balcão de cozinha. NOSSA! Que sonho sinistro! Se aquilo fosse real eu provavelmente iria passar uma década em sair de casa.

Rolei no que era para ser a minha cama, mas estranhei por estar extremamente dura. Meu rosto ficou descoberto e me vi forçada a abrir um olho. Então, percebi onde estava. Como eu fui parar no chão do banheiro? Como eu vim parar no banheiro com o meu edredom limpinho e cheiroso? Me sentei tão rápido, que o banheiro de paredes largas pareceu ficar extremamente estreito e girando, como aqueles brinquedos de parques que outras pessoas entram por pura espontânea vontade, mas que eu não iria nem que me dessem Júlia de presente. Olhei em volta e então consegui me situar melhor, estava deitada entre o quarto e o banheiro, bem no meio da porta. Como eu tinha ido parar ali? Eu não fazia ideia. Só sei que sentia que minha cabeça iria estourar a qualquer momento e quando minha mãe entrasse no quarto haveria sangue pelas paredes e só metade de mim para se fazer um funeral, por que meu Deus, que dor é essa.

– Gente que zona, que bicho passou por aqui? – Me questionei sozinha olhando o estado catastrófico que meu quarto se encontrava.

Havia roupas espalhadas por toda parte, a cama toda bagunçada parecendo que um casal de doninhas acasalou em cima dela, sacolas em cima da minha escrivaninha, uma garrafa de refrigerante jogada no canto, embalagens de hambúrguer e pizza. Pronto, o casal de doninhas fez festa no meu quarto e depois praticaram o coito.

Estava tudo muito estranho, então resolvi finalmente me levantar do chão e ir tomar um banho para fazer minha higiene matinal.

Depois de banho tomado me arrumei e demorou mais que o esperado para conseguir encontrar meu uniforme da escola em meio a este caos. Depois de pronta fui pentear o cabelo. Ao passar a escova de uma vez, senti um galo grande e dolorido atrás da cabeça. Ok, então eu entendi tudo; um casal de doninhas invadiu meu quarto, me apagaram, reviraram tudo, comeram e depois foram arrumar filhotinhos na minha cama.

– Lara, deixa de ser louca caraí. – Balancei a cabeça em reprovação a mim mesma.

Assim que entro na cozinha dou de cara com minha mãe que já estava tomando uma xícara de café enquanto olhava para o telefone. Quando me percebeu chegando ficou me encarando estranho.

– Bom dia, raio de sol! Ou devo dizer zombie? Porque minha filha, sua cara de defunta está gritante.

Só então lembrei que minha mãe é o tipo de pessoa que adora rir das desgraças alheia, se for as minhas então, ela se diverte horrores.

– Há, há, há, muito engraçada Val. – Fingi uma risada forçada.

– Me conta tudo! Como foi ontem? – Perguntou curiosa.

– Não posso fala do que não me lembro. – Resumi minha situação com as duas mãos na cabeça e de olhos fechados. – Saiba lidar com isso.

– Não acredito que meu bebê se misturou na galera e teve seu primeiro porre de apagar geral. Estou tão orgulhosa!

Comemorou fazendo uma cara estranha de um orgulho ainda mais estranho como se eu tivesse sido aprovada em medicina. Que mãe comemora o porre de uma filha? O fato que é que mais estranha do que ela, só a sensação que ela me faz sentir quando tem essas reações. Me sinto uma baby E.T.

Eu, você e o acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora