Capítulo 9: Novo Trabalho

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Olhei fixamente ao alto para o prédio do meu novo emprego: ele era enorme e tinha vários departamentos aparentemente só pela minha observação. Essa rua aqui é bem movimentada. Vários carros passando para um lado e para o outro velozmente e aqui é uma via de mão dupla. É preciso tomar muito cuidado na hora de atravessar porque é uma grande cidade

Entrei cumprimentando o homem lá na recepção e me desejou boas vindas, agradeci pela gentileza e parecia simpático. Fui até o elevador, apertei o botão para o quarto andar e junto comigo entrou uma garota ruiva que nem bom dia me deu e o olhar dela transparecia superioridade. Olhei disfarçadamente seu crachá e vi que ela era aprendiz no setor de contabilidade. Tanto faz. Deve ser bem aquele tipo que se acha fodona só porque sabe matemática.

Fui até a sala do RH para ser entrevistada pelo recrutador e até que eu estava bem tranquila externamente. Nada mais me causa aquela ansiedade natural depois de tudo que já passei nos últimos tempos. Isso daí?! Tsc! É fichinha comparado aquelas outras situações tenebrosas que até hoje é uma incógnita.

— Contratada! — afirmou ele imediatamente — mesmo com indicação, você se saiu muito bem! Sabe se comunicar, mostrou clareza no seu objetivo, conhece os valores e a missão da empresa e tem um perfil administrativo! — continuou — Você vai atuar como auxiliar de escritório!

— Obrigada — confesso que me
animei um pouquinho pelo fluxo de  como tudo estava ocorrendo.

— Amanhã mesmo você começa e vou comunicar ao seu novo chefe para você iniciar sua jornada de aprendiz! Vou falar com um dos colaboradores para te entregar logo o uniforme, seu crachá e a apostila teórica da sua área para você estudar já um pouco e estar por dentro de tudo.

*UM DIA DEPOIS*

Estava lá na empresa e por algum milagre cheguei cedo (seria burrice chegar atrasada logo no primeiro dia), mas claro, foi uma eterna luta para me levantar porque ainda estava com aquela sensação de sofrimento terrível corroendo meu peito e ter que recomeçar a vida do zero de novo e sair da zona de conforto é desesperador de certo modo.

Um dos instrutores do RH me orientou no meu primeiro dia de quais atividades eu exerceria no meu setor. Até que minha área é uma área tranquila: só preciso digitar documentos no computador, preparar relatório e planilhas, organizar arquivos da empresa e de clientes, e realizar atendimento telefônicos. Tudo muito simples.

Depois fui até lá no escritório do meu chefe e conhecê-lo pessoalmente. Bati na porta e esperei uma resposta que não demorou:

— Pode entrar — falou ele com uma voz rouca e firme.

— Prazer, me chamo Selena — falei baixinho e com uma certa vergonha, não sei o motivo. Ele me olhou de cima a baixo, colocou um sorriso no rosto e falou:

— O prazer é todo meu — me deixou desconfortável o jeito que ele me encarou. — Me chamo André! Você é a novata certo?! — ele perguntou isso de um jeito estranho, espero estar interpretando mal.

— Sim e hoje é meu primeiro dia.

— E o que deseja Selena? — essa pergunta me deixou muito desconfortável porque eu não pensei muito sobre isso. Na verdade não queria nada . Fiquei parada por uns minutos me perguntando o que fui fazer ali.

— É... — não saía nada da minha boca, sentir meu rosto arder de vergonha e não consiguia arrumar uma desculpa para sair da saia justa que eu me coloquei. Ele começou a rir alto como se alguém tivesse contado uma piada muito boa e eu congelei.

— Tá, ok, você não tem nada pra dizer? — ele continuava esperando uma resposta minha — Bom, já se apresentou Selena. Volte para seu trabalho — na mesma hora virei de costas e saí do escritório.

P.O.V ANDRÉ:

Essa tal de Selena me deixou muito intrigado, tem algo nela que me deixou fascinado! Percebi que já estava na hora do almoço e saí para almoçar normalmente. Todo mundo sai para comer num restaurante que não é muito longe daqui e a comida é muito boa. Assim que saí da minha sala, vi Selena ainda sentada trabalhando.

— Selena, está na hora do almoço —  não me deu atenção, então fui até lá e cutuquei seu ombro, ela me olhou com um olhar tão intrigante.

— Está no horário de almoço — repeti

— Ah sim, nem percebi — ela falou baixo e meiga.

— Você quer ir até a minha sala? Eu peço pra entregar o nosso almoço aqui.

— Eu adoraria — ela sorriu e me acompanhou até a minha sala.

Sentou na cadeira, cruzou as pernas e me olhou nos olhos bem maliciosa.

— Como devo te chamar? — perguntei pra puxar assunto.

— Sub — respondeu.

— Sub — fiquei intrigado — por que Sub?

— Por que me chamo assim ué — ela deu de ombros. Acho que ela quer brincar e eu adoro brincar.

A conversa entre nós dois foi bem agradável  e o almoço chegou. A gente comeu e na hora de ir embora, eu dei um beijo no canto da sua boca. Ela sorriu e me olhou bem nos olhos:

— Até mais tarde senhor André!

Assim que ela saiu, eu não conseguir mais prestar atenção no trabalho. Só ficava imaginando ela de quatro pra mim. Meu Deus, ela entrou na minha mente tão rápido e não fez nada pra isso! Só sorriu um sorriso bem peculiar.

Quando dei por mim a hora tinha voado e tinha que ir embora. Peguei minhas coisas e antes de sair, passei na mesa dela.

— Adorei a nossa conversa, Sub — me certifiquei que ninguem tinha ouvido e saí bem rápido . Não posso negar que estou adorando isso.

Cinco Versões de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora