Capítulo 24: Lar Doce... Lar?

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SELENA ON:

Estou em choque com tudo que está acontecendo... é muita informação! Fiquei parada olhando a imagem da Sub e pensando no quanto que ela sofreu.

— Acho que já falei demais.

— Não Sub, não vá!! Tenho tantas dúvidas...

— Eu não tenho as respostas para as suas perguntas.

E eu vi ela se afastando. Dessa vez não tentei fazer ela ficar. Fui tentar entender tudo que estava acontecendo mas não consegui ficar com os meus pensamentos pois vi uma pessoa que era familiar.

— Alisson — fui abraçar ela sem pensar muito e ela retribuiu com carinho.

— Oi minha pequena — disse com um sorriso acolhedor.

— Aonde estou, o que está acontecendo?...

— Vem aqui — ela me chama pra sentar no chão. — Tenho umas coisas para te falar.

ALISSON ON:

Meu nome é Alisson. Tenho 17 anos e estamos no ano de 1980.

Moro com a minha vó e com o meu irmão mais velho de 18 anos. Nossos pais nos abandonam e foram morar em outro país. Não sinto falta deles pois eu era muito pequena pra me lembrar, mas a minha vó nunca deixou faltar nada pra gente. Meus padrinhos também são muito presentes em minha vida!

Acordei mais uma vez como de costume e fui tomar meu café. Meu irmão já está a mesa então fui me juntar a ele.

— Bom dia Júnior!

— Bom dia.

Nesse momento minha madrinha entra em casa. Abraça minha vó, fala com o júnior e vem me beijar.

— Oi minha pequena.

— Oi dinda.

— Esse final de semana você vai com a gente pra casa da praia!

— Dinda tenho que vê com a vovó.

— Para de bobeira, já está tudo certo!

Olho pra minha vó e ela confirma com a cabeça e sorrir.

— Eu também quero ir — falou o júnior, ficando assim um silêncio chato na cozinha.

— Poxa... não tem como júnior. Já fechamos o carro — ela voltou a sua atenção pra mim. — Filha, arruma suas coisas e na sexta venho te pegar!

Fico triste pois percebi que o Júnior queria ir mas infelizmente não tem como. Rapidamente esse assunto se encerra. Sempre faço as coisas com os meus padrinhos. Meus padrinhos não têm filhos então meio que me adotaram e possuem uma condição boa, até mesmo já me chamaram para morar com eles, porém eu nunca largaria a minha vó e meu irmão por nada.

Já tinha se passado dois dias e eu estava no meu quarto lendo. Quando a minha vó entrou:

— Alisson, por que você quebrou o meu vaso?!

— Mas vó, eu não quebrei nada!

—  Não minta pra mim, só tem nós duas em casa e o meu vaso apareceu quebrado! Tem terra espalhada pra todos os lados, nem pra limpar —
Ela sai sem nem deixar eu me explicar, então fui e limpei.

De noite estava conversando com o Júnior na sala e a minha vó veio falar comigo:

— Alisson! Pedi pra você desligar o  fogo, você não fez, e agora o arroz queimou — Fiquei em choque porque eu tinha desligado e prestei atenção. Minha vó ficou estressada então não debati. Não sei o que estava acontecendo.

Muitas  pessoas começaram a fazer várias reclamações de mim. Um vizinho reclamou que eu quebrei a janela dele na hora que estava no quintal regando as flores, entre outras coisas mas eu não tinha feito nada. Não importava o quanto tentava explicar, ninguém acreditava em mim...

Enfim, não sei o que estava acontecendo mas eu tinha certeza que não fiz nada disso e nem queria entender o porquê daquilo acontecer, mas não me preocupava muito pois tinha certeza que eu era inocente e demonstrava isso com toda sinceridade. Minha vó mesmo crendo que eu estava "aprontando" e fazendo "coisas de adolescente", me liberou para fazer a viagem com meus padrinho.

Finalmente chegou final de semana e vou fazer a tão sonhada viagem para passar esses dois dias na casa da praia e eu estava extremamente eufórica e ansiosa! Meus padrinhos passaram bem cedo lá em casa para tomarem café da manhã pois estava nas pressas.

Enquanto tomavam café para se alimentarem bem pois a estrada seria longa, meu padrinho pediu para que eu abastecesse o carro dele com gasolina no tanque de combustível o suficiente para durar até chegarmos lá. Fiz o que ele pediu e voltei para a mesa esperando eles acabarem a refeição para partirmos logo.

— Que cheiro de fumaça é esse? — Disse meu irmão da sala e ele estava jogando no seu celular com seus fone de ouvidos.

— Fumaça, como assim? — é meu bolo filho que estou preparando aqui no forno — respondeu minha vó enquanto o tirava com suas luvas.

— Agora que o Júnior falou, é verdade. Estou sentindo um cheiro muito forte e estou me sentindo um pouco asfixiado — concordou meu padrinho e começou a tossir sem parar.

— OLHE, LÁ FORA! — apontou minha madrinha atônita.

— SAIAM TODOS DE CASA PELA PORTA DOS FUNDOS IMEDIATAMENTE! — Gritou minha vó desesperada.

O carro estava completamente em chamas e pegando fumaça... Meu irmão imediatamente quando ficamos no lado de fora, ligou pro bombeiro e que menos de 5 minutos chegaram lá rapidamente e apagaram aquele fogo todo com o extintor de incêndio e todos da vizinhança viram aquela cenário que poderia ter terminado em uma tragédia.

— Alisson... — olhou meu padrinho seriamente para aquela situação mas não me encarou. — Veja bem o que você fez. Poderíamos todos morrer com sua falta de atenção e prudência ao ter enchido o motor ao máximo do que era pra ter colocado.

— Não viajaremos mais — continuou minha madrinha com um olhar para baixo e já estressada com a situação.

— Aprenda ser mais responsável minha neta... esses dias não sei o que está acontecendo com você que anda meio desatenta com tudo...

— Me desculpa, me desculpa, me desculpa!... — digo chorando copiosamente e com o semblante caído de culpa, vergonha e tristeza.

— Desculpa, desculpa, desculpa?! É só isso que vai dizer?! Colocou a vida de pessoas em risco e quase acabou com a sua própria vida e com a nossa por descuido e irresponsabilidade! — disse meu irmão furioso.

— N- não, não foi minha intenção! Perdão, eu errei e fui completamente negligente!!!

— O inferno é cheio de boas intenções!

— Ou, fale direito com a sua irmã rapaz! Estamos vivos, é o que importa e não vai acontecer mais — rebateu minha vó.

— Já passou, não vamos remoer isso — disse meu padrinho com a mão na testa em negação não aguentando mais aquele conversa sobre o assunto.

— Minha afilhada, não pensa muito nisso, você cometeu um erro, tudo bem, relaxa, são coisas da vida. Da próxima vez suas antenas ficarão ligadas 100% antes de fazer qualquer ato que exija cuidado e risco — me consolou mas ao mesmo tempo orientou minha madrinha.

— É por isso que ela continua fazendo merda, vocês passam muito pano pra ela, mimam ela demais!!! Ela vai continuar aprontando e cagando na boca de vocês já que não conseguem ser duros e firmes!!! Se arrependerão mais tarde!!! — Junior sai extremamente chateado com aquela situação, pega a bike dele e não diz pra onde vai.

Nunca vi meu irmão assim. Entendo perfeitamente a reação dele e sei que se preocupa com a segurança de todos e sempre mostrou essa postura de proteção, cuidado e responsabilidade. Era pra ele ter enchido aquele tanque e ter recebido mais confiança da casa. Talvez eu esteja recebendo privilégios e regalias demais....







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