Capítulo 12: Sol

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Eu fiquei em choque com o que aconteceu mas resolvi  ir atrás da minha filha! Esperava que ela falasse qualquer coisa que acalmasse meu coração, como entrei em pânico, não conseguir ver nada! Qualquer coisa fui o mais rápido que eu conseguir! Pequei no braço dela fazendo-a virar, Ela me olhou friamente de cima a baixo e não falou nada.

— Selena minha filha — parei pra pegar fôlego— Você está bem? Poderia ter se machucado, eu vi tudo!

ela me olhou com uma cara de desprezo que nunca vi antes.

— Moça, você não está bem, com licença — ela já ia saindo e eu a segurei.

— Selena não me responda assim!

— Moça de verdade, me solte e pare de me chamar de Selena, meu nome é Sol!

— CARALHO MENINA — gritei.

— Caralho digo eu! Não suporto gente me tocando ainda mais alguém que claramente não está com a higiene em dia. Sabia que escova de dente e sabão existem minha filha?! — ela puxou o braço com força, já tinha até esquecido que ainda estava segurando ela — nunca mais encoste em mim, praga — ela falou isso com um tom ameaçador vindo na minha direção e olhando nos meus olhos.

Eu não absorvir o que estava acontecendo! Sacudir a cabeça e quando dei por mim, ela já havia sumido na multidão que agora estava enorme com gente curiosa sobre o acidente. Tive que me acalmar pois tudo que acabou de acontecer me deixou com falta de ar. Então peguei o ônibus e fui pra casa, chegando lá fiquei sem acreditar: Selena estava na cozinha aparentemente bem com o cabelo molhado e roupa diferente. Fui até ela e fiquei olhando sem crê.

— Oi mãe — ela pegou um copo de água — sair mais cedo hoje, não aguentei ficar naquele lugar por conta do que a gente conversou ontem — ela sorrir pra mim que continuo parada — a onde a senhora estava, não te vi quando cheguei.

Não conseguir falar nada.

— Eu vi que a senhora comprou o berço pro bebê — ela se aproximou de mim — sei que a gente não está muito bem mas quero ser mais presente. Posso comprar um carrinho — falou toda animada.

Fiquei tonta, me apoiei na mesa, pedir licença e fui pro meu quarto. Entrei no banheiro e chorei em baixo do chuveiro como uma covarde que só queria fugir! Não via a hora do meu marido chegar, só ele pra me acalmar.

DIA SEGUINTE:

Acabei dormindo, não vi quando meu marido chegou e quando acordei, ele ja havia saído de novo. Saí do meu quarto devagar  vendo se tinha alguém em casa mas Selena ja havia ido pra escola. Respirei fundo e fui me arrumar para o pré-natal.
   

SELENA ON:

Cheguei na escola e fui me sentar lá atrás. Minha cabeça estava doendo. Não tive uma noite muito boa e não conseguir dormir, então decidir deitar a cabeça na mesa e tirar um cochilo. Quando tomei um susto e me deparei com Brenda me sacudindo e me chamando. Olhei pra ela com baba no meu rosto e sem entende muito o que estava acontecendo.

— Oi...

— Olha vou falar bem rápido porque ainda estou brava com você e falei pra mim mesmo que não voltaria a falar contigo!

— O que está acontecendo? —perguntei.

— Olha esse vídeo — ela me mostra um vídeo de uma criança sendo atropelada.

— Meu Deus coitada — falei desnorteada parecendo que era perto do meu trabalho.

— Selena meu Deus, é você ali — Brenda quase grita e me deixa assustada.

— Como assim eu ali, eu não lembro disso!

— Menina isso foi ontem e você colocou o pé pra essa menina cair e ela morreu — eu não consegui falar nada — foi filmado Selena, todo mundo está vendo esse vídeo e é capaz da Polícia ir atrás de você!

Nesse momento eu me levantei sem falar nada, peguei minhas coisas e saí! Quando saí da sala uma garota tacou uma garrafinha cheia de água na minha cabeça que doeu muito e me chamou de assassina! Corri e saí da escola. Não queria ir pra casa, não iria  trabalha e não queria ver ninguém!

Saí andando sem rumo. As palavras daquela menina não saía da minha cabeça: assassina. Sentei num ponto de ônibus pensando que nesse momento a polícia poderia está na minha casa agora, no meu trabalho ou até na minha escola me procurando! Peguei o meu celular e não demorou muito pro vídeo aparecer pra mim: tava no Twitter, no Facebook, no Instagram... meu Deus! Claro que vendo o vídeo rapido não dava pra ver muita coisa mas fui observar de perto e realmente em questão de segundos da pra ver que eu coloquei o pé na frente e da pra ver que eu poderia ter puxado a menina.

Mas não entendo, como eu não lembro disso, não é possível algo sumir da minha cabeça assim e novamente me vejo chorando. Uma mulher para no ponto e acho que ela me reconheceu, me levantei e comecei a andar, minha cabeça não parava de me torturar e quando eu vi estava muito longe de casa. Quando me dei conta estava acordando num banco de uma praça, meu celular tinha descarregado e eu não fazia idéia de quanto tempo estava ali.

Estava clareando e não tinha ninguém na rua. Esperei aparecer alguém e vi uma senhora indo comprar, perguntei a hora e ela disse que era cinco da manhã, fiquei desorientada, como assim?! Ela me disse mas fiquei em pânico quando a senhora me disse o dia que era: Fazia quatro dias que eu estava na rua. Estava fedendo e cansada. Como o tempo passou tão rapido assim?! Pedir informação e as dez horas conseguir chegar em casa. Como fui parar tão longe? Não sei, nesse momento não sei de mais nada... não entendo mais nada. Eu só quero morrer.

Entrei em casa e não tinha ninguém, o que me deixou muito preocupada. Aonde estava a minha familia? Subir para ir ao meu quarto, quando de repente ouvir a voz da minha mãe.
  

CHRISTINA ON:

Estava no banheiro, quando ouvir alguém abrir a porta. Me enrolei na toalha e saí correndo pra ver quem era. Já que a minha filha sumiu da escola do nada sem falar pra ninguém e está há quatro dias sumida. Escutei um barulho de passo a passo na escada, então subir e congelei quando vi minha filha naquele estado! Passei por tanta coisas esses últimos dias, mesmo vendo ela magra, suja e muito abatida, fiquei feliz por ela estar viva.

— Selena — finalmente  conseguir.

Ela se virou e veio até mim com lágrimas nos olhos, parou na minha frente me observando e em questão de segundos seu olhar muda pra algo sombrio e maligno. Ela sorrir pra mim de um jeito perverso e me diz:

— Não, não, não! Aqui não é a Selena— gargalha me deixando sem reação — Agora quem está no controle sou eu, a Ket! E aqui as coisas funcionam como eu quero e o unico bebê nessa casa sou eu — ela faz biquinho — você não me ama — um olhar pra baixo fazendo cara de triste — você tem que me amar, eu quero ser amada, se você não me ama não vai amar mais ninguém!

Na hora que ela falou isso, me empurrou da escada me fazendo rolar. Ela abaixou depois disso e só vi escuridão.

Cinco Versões de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora