Cinco Versões de Mim

Capítulo 11: Tragédia

Eu vi naquele momento que não seria uma boa eu continuar naquele trabalho. Aquele cara tem algo de estranho, algo que está começando a me assustar... então resolvi conversar com a minha mãe:

— Oi filha — ela fala enquanto entra no meu quarto — Você queria falar comigo?

— Sim mãe, por favor entra — ela fecha a porta atrás dela e se senta na  cama ao meu lado.

— Que foi Lena?

— Ai mãe, eu preciso sair desse emprego — fui rápida sem rodeios.

—  Mas por que minha filha? Você está melhorando e aquela fase ruim já passou. O trabalho pelo menos está te ocupando e acredito que está te fazendo muito bem!

— Ai mãe,  não dá — levanto da cama, coloco a mão no rosto e logo em seguida coloco o cabelo pra trás tirando ele do meu rosto — O meu chefe, ele, sei lá — fico sem saber como falar — ele me assusta, ele me sufoca e ele é maluco — começo a chorar.

— Ele encostou em você? — minha mãe pergunta seriamente.

— Não mas, ele falou que eu sentei nele! Ai mãe, eu tô apavorada!

Minha mãe não falou mais nada e saiu do quarto, depois de um tempo retornou:

— Olha, fica lá só mais essa semana e a gente vai voltar a conversar sobre isso!

— Mas mãe — fiquei chocada com isso, como ela pode manda eu retornar pra lá?!

— Selena eu já falei! Espera até a minha segunda ordem — e ela saiu de novo.

Eu me jogo na cama e começo a chorar, não tenho ninguém por mim. Ninguém pra me apoiar e ninguém pra acreditar em mim. Olho o grupo das meninas e sentir vontade de mandar mensagem, porém não tinha cara e nem sabia como falar. Dormir de tanto soluçar depois.

Amanheceu e tive que me arrumar pra ir a escola, aonde eu não tinha mais nenhum amigo. Ninguém quer ficar perto de mim e a historia do  Vitor repercutiu por toda a escola, o que não me ajudou muito. Quando fui ver já estava na hora de voltar pra aquele lugar, aonde já não me sentia confortável. Agradeci a Deus por ter um dia calmo e pela hora ter passado rápido. Já estava me arrumando pra voltar pra casa, saindo pela porta do predio e sentir o vento gelado no meu rosto.

CRISTINA ON:

A conversa que eu tive com a Selena ontem me deixou desorientada. Tive que sair do quarto porque comecei a passar mal e isso faz mal ao bebê. Não falei nada com o pai dela porque isso não iria dar certo. Eu precisava saber se ela estava falando a verdade, não que eu não confie nela, só que é bom ter certeza antes de acusar. Quando deu a hora dela sair do trabalho, fui buscar ela.

Estava do outro lado da rua, quando vi a Selena saindo do prédio. Uma mãe com sua filha andava logo na frente dela, eu estava esperando o sinal ficar vermelho pra poder atravessar, foi quando a moto perdeu o controle e bateu de frente com um carro! Foi tudo tão rapido mas não conseguir acreditar no que estava vendo: Vi a Selena colocando o pé na frente da menina fazendo ela cair bem na hora que o carro perdeu a direção e foi parar na calçada, passando por cima da criança e a Selena ficou parada olhando a cena, sem nenhuma reação, mas conseguir ver um pequeno sorriso no seu rosto bem de leve o que me fez congelar! Não Pode ser verdade...

Entrei em choque, ela poderia ter puxado a menina mas colocou o pé, o pé pra ela cair! A mãe chorava gritando o nome da garota e a Selena só virou as costa indo embora como se nada tivesse acontecido.