Não estou pronto

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Sn pov

O leilão acabou e eu e a Simone decidimos ir para a casa dela.

Entramos em seu carro e ela dirigia em silêncio me provando que aquela mulher era uma perdição até calada.

- Te amo...

Ela freia o carro de uma vez e me beija.

- Eu também te amo!- Não consigo não sorri. Ela põe a mão na minha barriga e acaricia com o polegar - Amo vocês!

Meus olhos se encheram de lágrimas. Era a primeira vez que ela citava algo que tinha avê com meu filho ou filha.

Beijo ela de novo e seguimos para sua casa.

Ela abre a porta pra mim e eu entro tendo uma visão da sala meio escura já que a única claridade vinha de um poste da rua.
Simone fechou a porta com a chave e ligou a luz para que pudéssemos enchergar melhor.

- Tá muito cansada? - pergunta beijando meu pescoço.

- Depende... Se tiver planos iguais aos meus posso dizer que não... - Rodeio seu pescoço com meus braços e aos beijos seguimos para seu quarto.

***

O bar em que Luiz tinha me chamado não estava tão cheio. Eu esplicava animada o significado de alguns nomes que eu e a Simone tínhamos separado, mostrava também algumas roupinhas que o neném já tinha ganhado. Mas seu rosto não transmitia a mesma leveza de sempre, mesmo que vez ou outra ele sorrisse e acenasse com a cabeça.

- Você tá bem?

- Tô... Tô sim... É só que- ele engole seco- esse negócio de ser pai... Eu acho que eu não tô pronto pra ter um filho agora...

- Co-como assim "não tá pronto pra ter um filho agora"?- pergunto nervosa e ele baixa o olhar - Por que não me disse isso antes, seu idiota?!

- Me desculpa, é que eu não quero ter um filho agora, sabe... Não é só a sua opinião que importa!

- Você é um ba-ba-ca!- jogo meu drink nele e saio com pressa indo em direção a minha casa.

Assim que entrei no carro não consegui conter as lágrimas, elas desciam sem pedir licença. Tinha uma dor enorme dentro de mim, ouvir o Luiz falar em ter o bebê como se fosse adotar um cachorro me machucou muito.

Me perdi em quanto tempo fiquei dentro do carro chorando com a cabeça no volante, só reparei o tempo passando quando meu celular começou a tocar alto dentro da minha bolsa.

- A-alô..- tentei disfarçar minha voz de choro.

- Oi me- oque aconteceu?- é óbvio que eu não iria conseguir fingir para a Simone.

- O lu-luiz- Solucei- Vem me buscar...- sussurei com lágrimas escorrendo em meu rosto.

- Eu tô indo! Você tá no Ber que me disse, né?- murmurei em concordância e ela disse que estava a caminho e desligou.

Joguei o celular no banco e tentei me acalmar bebendo uma água que tinha no meu porta-luvas, eu nem lembro que dia eu tinha comprado, mas isso não importava.

Bateram no meu vidro e era a Mone. Abri a porta e desci, recebendo um abraço dela logo em seguida me permitindo chorar oque eu tava segurando.

- Oque aconteceu? Ele fez alguma coisa com você?

- Ele... Ele falou que não "tava pronto pra ser pai"...- fungo tentando controlar o choro - Ele falou do neném como se tivesse indo comprar um carro novo, Simone!

- Ele é estúpido, meu amor! - ela acaricia meu rosto - Ele não sabe o tanto de coisa que perde ao dizer isso! Eu tô aqui, tá bom? - Acenti - Vou te levar pra minha casa, depois eu peço para alguém vim aqui buscar seu carro.

Concordei com a cabeça e fui pegar alguns pertences no banco do passageiro, depois de trancar o carro me sentei ao lado da Simone que estava no banco do motorista em seu carro.

Durante todo o caminho ela fez carrinho em minha cocha, vez ou outra ela me olhava sorrindo.

Quando estacionou o carro na garagem saiu do veículo e abriu a porta para mim.


Candidate - Simone Tebet & S/N S/SOnde histórias criam vida. Descubra agora