Festa

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- Onde você vai toda arrumada?- Eduarda pergunta entrando no meu quarto sendo seguida pela irmã.

- Vou a uma festa na casa do Ciro...- digo passando meu perfume. Eu tô linda com essa roupa. Uma blusa gola alta verde musgo, uma calça preta e um sapato Mocassim tratorado também preto.

- Quem foi que te convenceu a ir em uma festa na casa do Ciro Gomes?- Eduarda pergunta aparentemente surpresa.

- Certeza que foi a Sn!- Fernanda diz convicta. Aí meu Deus, será que ela sabe de algo?

- Por que acha isso?

- Ah mãe você sabe. Você vive na casa dela e convenhamos talvez ela seja a única amiga que você considera de verdade.

- Talvez, mas isso não vem ao caso!

***

Quando eu cheguei na casa dele já tinha um pessoal conhecido conversando e bebendo.

- Oi Mone!- Leila vem correndo até mim- fiquei surpresa que tenha vindo.

- Simone Tebet?- Ciro aparece- Que bom que veio!

Aí meu Deus, será que eu morri e tô no inferno? Onde será que ela tá? Porque os dois começaram um diálogo de como estavam surpresos com minha presença e eu não tô nem um pouco com vontade de ouvir eles dois. São pessoas boas, mas não tem nenhum assunto bom.

- Oi gente, cheguei- S/n surge por trás de mim, dessa vez sem os gessos, já fazia um tempo desde aquele acontecimento.

Ela tava uma gata, dava vontade de agarra-la alí mesmo. Cadê meu autocontrole?

- Está esplêndida, vossa excelência - Leila brinca e ela ri.

- Você também está maravilhosa, Lê - Vou voar no pescoço dessa loira fingida! Que é isso, flertando com ela na frente de todo mundo.

- Vou buscar bebida, vocês querem algo?- Ciro pergunta e negamos então ele sai.

- A janja chegou com o Lula, vou lá falar com eles!- Ela avisa animada. Ela é animada demais... Credo!

- Que carinha é essa?- SN diz assim que a loira sai.

- Não tô com cara nenhuma...- olho para o nada e cruzo os braços.

- Tá sim! Você fechou a cara desde que eu cheguei... Eu fiz alguma coisa? - Ótimo, Simone, fez ela ficar triste!

- Você não fez nada, claro que não fez! - tento suavizar minha cara de ódio descruzando os braços e olhando para ela.

- Então por que tá assim?

- Nada. Só acho que a Leila é muito atirada e inconveniente as vezes, meu bem. Não tem nada a vê com você.

- Sério? Eu não percebi, ela fez algo que você não gostou?

- Você não viu? Ela parecia que queria te agarrar na frente de todo mundo, parecia não, ela queria!

- Ah é isso- Ela ri me fazendo fechar a cara de novo- Tá com ciúme de mim, Tebet?- ela fica na minha frente e põe uma mecha do meu cabelo para trás.

- Não tô com ciúme de você, ter ciúme de alguém que não é seu é coisa de gente tóxica!

- Então tudo bem ter ciúmes de mim- ela se aproxima do meu ouvido - Eu sou toda sua... E tô louca pra te beijar!

- SN... não é uma boa ideia.


- Tem razão, estamos cercados de heterosexuais privilegiados que se acham superiores. Eles surtariam. Por que heterosexuais são tão sensíveis?

- Não os julgue, eles só foram criados assim.

- A gente também, mas a gente superou isso.

- Talvez porque somos gays.

SN POV

Já tava todo mundo bem "altinho", quer dizer eu não, já que eu não podia beber.

A Simone era uma que tinha bebido mais que a conta, sempre que tinha uma oportunidade ela me levava pro canto e me beijava. Não posso negar que eu amei vê-la bêbada, era a mesma pessoa só que agora mais alegrinha, mais leve, parecia que iria voar a qualquer momento, sem contar seus beijos que estavam bem mais quentes.

- Eu acho que a gente tem que ir embora, já chega de bebida por hoje - alerto pegando um copo de sua mão.

- Poxa, oque que eu te fiz?

- Não me fez nada, mas tenho certeza que se você tomar mais uma dose você contrai cirrose.

- Só mais um pouquinho e eu vou pra casa, prometo.

- Nada disso eu vou te deixar em casa agora, anda que tá tarde.

A Simone dormiu o caminho inteiro, parei na frente de sua casa e tentei acorda-la.

- Sisa... Simone...- cutuco ela, mas nada dela levanta- Simone Tebet olha aí os Bolsonarista querendo me enpitimar!- Nada- Você morreu? Você não pode morrer no meu carro... Morta cê não tá cê tá respirando... Simooone... Acorda, Tebet!- cutuco ela de novo e ela permanece paralisada- Vou tirar minha blusa, ela tá me apertando...

- Uhmm...- ela murmura abrindo os olhos.

- Pensei que tinha morrido!

- Tô vendo duas você... Não grita.

- Vem a gente já chegou na sua casa- saio do carro e abro a porta pra ela que desceu com dificuldade e se apoiou na porta do banco de trás.

- Cê vai dormir aqui comigo?

- Não, você vai ter que dormir só...

- E se eu passar mal?

- Tá cheio de funcionários em casa.

- Mais nenhum me beija gostoso - Diz com manha.

Candidate - Simone Tebet & S/N S/SOnde histórias criam vida. Descubra agora