Entrando no jogo • Antony

Capítulo 11

*Obs.; contém cenas explícitas!!

Antony

A cerveja já estava quente em minhas mãos. Eu brincava de passar a latinha de uma para a outra, totalmente entediado. Os caras e eu nos programamos para uma noitada daquelas, mas a quem eu queria enganar, se na minha mente só havia uma pessoa ocupando constantemente meus pensamentos?

As coisas não estavam fluindo e nenhuma resposta eu tive, e desde que meu amigo conversou com Hannah, minhas esperanças duplicaram e eu ficava ansioso atoa, já que nada acontecia.

Não era falta de opção, claro que não, nunca foi, mas nada mais me cativava sabe? Meu amigo lá de baixo não cooperava de forma alguma, o que mantinha minhas frustrações ainda mais na mulher. O bar ao qual estavamos, estava cheio, a movimentação me causava náuseas junto as luzes piscantes da pista de dança. Os corpos colados, esfregando-se num ritmo sensual, não causava absolutamente nada em mim, o que antigamente fazia com que eu investisse em qualquer uma para saciar a fome. E isso não passou despercebido por meu amigo, que mantinha os olhos atentos a mim desde que sentamos na mesa. Os caras nem percebiam a minha falta de comunicação, estavam mais entretidos em assuntos banais e muito menos entenderiam as análises que Martinelli lançava pra mim. Por isso eu não estranhei quando ele me chamou lá pra fora, com uma desculpa que precisava de ar.

- Quanto tempo vai ficar nessa? - ele diz bebericando de sua latinha enquanto observa algumas pessoas passando e carros no trânsito. - Estamos aproveitando os dias de folga em Liverpool, você mesmo concordou em deixar Hannah em Manchester e o que diabos você está fazendo esse tempo todo? - ele agora vira pra mim, esperando uma resposta que eu não gostaria de dar.

- Você sabe que não gosto que me pressionem. - digo me sentindo incomodado.

Eu sabia exatamente o que eu disse a dois dias atrás, mas passar alguns dias em Liverpool não apagaria uma pessoa da minha cabeça, no mínimo passaria um branquinho bem ruim, que logo descascaria e mostraria Hannah novamente. Mas uma coisa eu havia prometido a mim mesmo, se essa mulher não entrar em contato comigo nesse tempo, eu com certeza iria me esforçar para esquecê-la.

- Não quero fazer você se sentir assim, mas é difícil não se envolver.

- Eu entendo Gabi, de verdade, mas estou cansado sabe? Está tão repetitivo, acho que minha vida precisa de uma guinada. - digo suspirando.

- Sabe que está sendo contraditório agora né? - ele ri enquanto nega com a cabeça - Antony, estamos literalmente na Inglaterra, jogamos futebol onde é televisionado para milhares de pessoas, não sabemos o resultado de cada partida que jogamos e sempre há a adrenalina do que há por vir.

- Cara, porque você sempre tem que estragar os meus momentos? - empurro seu ombro enquanto caimos na risada.

Entramos em outro assunto, afim de por um ponto final nessa história quando meu telefone toca e na tela eu vejo um número desconhecido, logo arrastando o botão para encerrar a chamada, eu nunca atendo telefonemas de números que nunca vi, mas aquele mesmo número persistiu por mais três vezes antes que eu me estresse mais do que já estava, atendo.

- O que é caralho? - digo atendendo a ligação e ouvindo a risada de Gabi tirando uma comigo.

- É assim que estava tão desesperadamente tentando falar comigo? - Ouço a voz que tanto sonhei ultimamente.

- Hannah? - acho que bebi demais e talvez esteja alucinando coisas. Vejo Martinelli me observar sorrindo ladino.

- Eu nem se quer fui atendida adequadamente, já que você não me atendia, tive que insistir, o que foi? Não tem meu número mais? Além de ter atender tão carinhosamente. - sinto o cinismo em sua voz.