Capítulo 13 - Breaking Up Slowly

124 12 4
                                    


(Kon Diao)

Estou na entrada da minha casa. Kuea sabia que eu estava morrendo de medo de Hia Yi, ele não parava de me ligar a horas, e na noite passada brigamos por não acompanhar ele naquela baile beneficente, passei a noite recebendo olhares matadores e ainda tive coragem de dormir fora de casa, o que provavelmente deixou ele ainda mais furioso.

A cada passo que dava em direção a porta me deixava mais apreensivo, ignorei as suas ligações desde ontem para não receber nenhuma ordem ou xingamento, minhas mãos tremia enquanto tocava a maçaneta e empurrava aquela porta gigantesca da sua mansão moderna.

O ranger da porta denunciou minha chegada e a casa estava silenciosa demais, segui em direção a sala e vi garrafas de bebidas espalhadas pela mesa de centro, peguei cada uma delas e fui em direção da cozinha para coloca-las no lixo.

No caminho senti que estava sendo acompanhado e me virei para olhar, Hia Yi estava parado no corredor me olhando, sua expressão era de pura fúria, ele foi se aproximando e eu senti o cheiro das bebidas misturadas com cigarro.

-Aonde você estava? – Ele falou rispidamente.

-Na casa de Kuea.

-Você foi para lá depois do baile?

-Sim. – Menti, se ele soubesse que eu estava em um bar com Kuea depois do baile, provavelmente eu seria um homem morto.

-Mentira. – Engoli em seco quando ele falou isso. – Vou te dar mais uma chance, me conte a verdade.

-Fui para um bar com o Kuea, e como você sabe disso?

-Sempre aquele moleque metido em tudo né, irritante do caralho. – Não vou deixá-lo ofender meu amigo assim, pelo menos não hoje, Kuea tá passando por tanta coisa, se eu fosse ele provavelmente não aguentaria. – E não importa como eu sei dessa merda, você acha mesmo que o noivo de um empresário renomado vai passar despercebido?

-Não fale dele desse jeito comigo e muito menos com ele.

-Qual foi? Agora não pode mais tocar no nome do santo? – Ele falou com tom de deboche – Os dois namoradinhos não se divertiram o bastante ontem à noite?

-Vai se foder. – Tentei ignora-lo e segui em direção a cozinha para deixar as garrafas de vidro, mas fui interrompido pois Hia Yi segurou o meu pulso.

-Volte, ainda não terminei.- Ele segurou meu braço com muita força e me machucou um pouco.

-Me solta porra! – Puxei minha mão agressivamente quase derrubando a garrafa no chão.

-Só o Kuea pode te tocar né, afinal ele parece o seu namorado, não a porra de um amigo. – Ele estava passando de todos os limites.

-Ele me trata melhor que você né, você finge que eu não existe até precisar de mim para algo.

-Então o que você está esperando para mandar toda essa merda pros ares e assumir logo o seu namorico de merda?

-Chega Yi, paciência tem limite, mais uma palavra e... – Ele não me deixou terminar e interrompeu minha fala.

-O que o senhor Kon Diao vai fazer? O menino doce vai terminar com o empresário malvado? Será se o seu papai vai ficar feliz quando souber que o filhinho querido deles anda passeando de madrugada como um solteirão acompanhado daquele moleque metido a rockstar? Imagino que ele vai ficar triste quando minha empresa deixar de patrocinar aquelas merdas de lojas que estão quase indo à falência. – Chega, isso foi a gota d'água.

-Acabou. – Coloquei as garrafas de bebida que estava segurando no chão e tirei aquela aliança do meu dedo. – Fique com a merda do seu dinheiro e enfie ele no seu cu, doente de merda.

Joguei o anel no seu peito e fui em direção ao quarto, entrei e tranquei a porta, tirei todas as minhas roupas do armário, deixando tudo que ele comprou para mim, na verdade eu nunca usei o que ele comprava, não me sentia digno o suficiente para usar aquelas porcarias de grifes, deu três malas, duas grandes e uma de mão. Enquanto arrumava não consegui aguentar e desabei a chorar, eu estava me sentindo tão humilhado, eu nunca pedi para Hia Yi ajudar a minha família ou algo do tipo, nunca reclamei de nada que ele fazia, apenas vivia na sua sombra e me comportava, eu sempre me comportava... Tive que voltar um ano antes de Kuea para cumprir o meu "dever" de ser seu "noivo", e isso era uma merda porque completei meu ensino médio na Tailandia e ainda sem amigos, fui taxado de interesseiro diversas vezes por pessoas desconhecidas porque elas sabiam da situação atual da minha família, mas eu não podia controlar o que elas falavam então apenas ficava em silencio, mesmo não usando as roupas de grife que eles me devam, mesmo não andando de carros luxuosos e preferindo a minha bicicleta... Bom, mas agora acabou tudo e sou capaz de nunca mais falar com minha família se eles virem com história de reconciliação.

Depois de passar longos minutos chorando, fui pro banheiro, limpei a minha cara e tentei parecer forte, destranquei a porta e peguei minhas duas malas, o corredor estava vazio, mas os nossos quartos ficavam no segundo andar, eu tinha que passar pela sala de estar de novo e ir para a porta, respirei fundo e andei até as escadas. Quando estava na escada percebi que Hia Yi estava na sala de estar, incrédulo com a cena, ele provavelmente achou que não estava falando sério sobre terminar e pensou em ser apenas um blefe, se ele me conhecesse o suficiente ele saberia que eu nunca blefo.

-As coisas de valores eu não estou levando, está tudo lá em cima, só tenho nas malas o que é meu, o que comprei com meu dinheiro, enquanto a meu pai, não se preocupe, eu nunca pedi para você fazer essa merda, mas vou pedir para você acabar com ela.

-Para onde você vai? – Sua voz parece fraca e sem vida, seu olhar continha magoa e estava sombrio.

-Para qualquer lugar, terminamos Hia Yi, aqui eu não fico nem mais um minuto.

-Mas essa casa é sua...

-Não, ela é sua, você comprou.

-Mas a escritura está no seu nome...

-Eu mudo, sem problemas nenhum.

-Eu não vou deixar.

-Se não deixar eu vendo essa casa e jogo a porra do dinheiro nos seus pés. – Ele estremeceu mais ainda quando ouviu as minhas palavras, não parecia mais o grande empresário Hia Yi que estava com toda aquela bravura minutos atrás. – Tenha uma boa vida com seu dinheiro e status, ache alguém que suporte seus caprichos mesquinhos.

Voltei a entrada daquela mansão e prometi para mim mesmo que seria a ultima vez que estaria ali, peguei meu telefone e liguei para Kuea, mas infelizmente não consigo esconder nada dele, no telefone minha voz conseguiu sair tremula e chorosa.

-Kuea você pode vim me pegar na casa dele...

-"Como assim na casa dele? Ai é sua casa Diao...

-Bom, não é mais.

-"Estou indo." – Ele entendeu tudo o que eu queria dizer só na frase anterior, amo demais meu amigo.

Kuea apareceu em alguns minutos, ele me viu com algumas malas e disse para levar o que conseguia, que no momento era apenas a de mão, mas ele vinha pegar o resto, abraçei sua cintura e coloquei minha cabeça em seu ombro, ele dirigiu até a sua casa me tirando daquele inferno. 

(Nota do Autor - GENTE VOCÊS GOSTARAM? AMEI ESCREVER ESSE CAPITULO, se vocês quiserem posso escrever alguns extras do Hia Yi com o Diao, mas não vai ser sempre, apenas quando necessitar mesmo na história do Lian e do Kuea. )
(N/A2 - Eu sei que está só sofrimento até agora, mas os dias de glória vão chegar, eu prometo!)

Can't love you anymore.Onde histórias criam vida. Descubra agora