Capítulo 8

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Olá, peço perdão pela demora em atualizar, juro que vou tentar manter melhor frequência. Agradeço aos leitores que não desistiram de mim e prometo tentar impressioná-los com meus "roteiros".
Outra coisa, atualmente nosso país está passando por um triste evento de fome e doenças em uma das tribos indígenas que vivem aqui, e eu, como escritora desse tema, não podia deixar de levantar minha hashtag ao menos para conscientizar quem consome o que eu escrevo. 
Vamos dar suporte com o que pudermos para que nossos irmãos nativos se recuperem, e que as medidas certas sejam tomadas. 
#SOSYanomami
Boa leitura!

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— ISTO SÓ PODE SER ZOAÇÃO! — Berrou Levi dentro da sala que dividia com Leonor e Miguel, ele chegou tempos depois sem informação do que procurava, e ficou raivoso ao descobrir de repente que tudo que estava acontecendo tinha um culpado, aquele cujo nome se chamava cunhada.

O homem olhou para Leonor com rancor, e depois para o irmão que parecia absorto nos pensamentos mais sombrios possíveis. Não podia estar diferente de Levi, somente não demonstrava.

— Nós vamos dar um jeito — Leonor tentou acalmar, entretanto foi como se jogasse gasolina ao fogo. Levi se aproximou dela com revolta.
— Como?! O que sugeres?!
A mulher não teve o que dizer, logo, abaixou o olhar. Levi rangeu os dentes e encarou Miguel de frente.
— Pergunte a ela — Apontou para Leonor. — Pergunte o que fazer, porque para selar um pacto estava convicta, sendo assim precisa estar também agora.

O homem encarou o irmão com seriedade e nada disse. Foi Leonor que se aproximou de Levi.
— Eu fiz o que achei necessário! — Defendeu-se
— Salvar um para matar dois de nós? O que havia na sua cabeça?

O silêncio surgiu e o cunhado se afastou olhando para a janela, ele abaixou a cabeça e respirou fundo. — Não me entenda mal, mas não se podia esperar outra coisa de uma mulher com traumas. Muita emoção, e pouco raciocínio. — Ele olhou novamente para Leonor de modo acusativo e displicente.

— O que está insinuando?!
Leonor rosnou e imediatamente soltou suas presas, seu corpo entrou em modo de ameaça e ela correu até Levi.
O homem virou e a encarou face a face, brilhando, de mesma forma, suas presas no rosto da cunhada.
— Estamos em guerra e a culpa é de tua maternidade excessiva!

A portuguesa avançou no homem, mas antes que pudesse agarrá-lo e fazê-lo engolir cada palavra, Miguel atravessou na sua frente feito um vulto e empurrou Levi com força.
Levi tropeçou para trás com o impulso, "seu irmão de fato era forte", se ergueu recuperando-se do susto pois de fato, estava assustado, e mirou Miguel com confusão, era óbvio que ele temia ao irmão muito mais do que a cunhada, pois logo perdeu sua postura.
— NÃO VAIS FALAR ASSIM DA MINHA MULHER EM MEU TECTO!
O homem grande caminhou até a porta da sala abrindo-a com força, em sinal universal de ordem de retirada.
— Saia daqui!

Levi caminhou até a porta ofegante, mas antes de sair se virou de frente para Miguel.
— Nunca pensei que foste ser tão cego com sua esposa Miguel, não posso imaginar como será ter que limpar a sujeira que ela cometeu.
O homem apertou o maxilar com força.
— Mais uma palavra, e limparei eu a ti desta casa à força!

Levi encarou Leonor uma última vez, e partiu como um vento de outono das terras de seu irmão. Estava revoltado, mesmo com a esposa estando claramente errada seu irmão a defendia, mas agora estava feito, a guerra viria nada havia que fazer.

Leonor encarou o marido, que parecia se não tanto quanto, ainda mais decepcionado que seu irmão com ela, de tal forma que não teve coragem de devolver o olhar da esposa sob ele.

Miguel observava o chão pensando em como sua esposa tivera a coragem de esconder algo assim dele, ela sabia do preço do pacto e dos desastres que este traria, e fez mesmo assim. O homem sentia repulsa ao se ver concordando com o irmão, talvez Leonor fosse mesmo entregue aos caprichos da maternidade.

O EncouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora