Nós poderíamos conversar sobre tudo, tudo
Mas tudo era sobre amor, esquecemos tudo
Eu escrevi em uma carta, uma mensagem de texto, em uma música
Farei tudo por você e viverei por seu amor
E eu tenho esse amor, e muitas vezes em excesso- Duurt te lang, Davina Michelle
Pedi finalmente que meus homens me encontrassem no quarto. Depois de aperfeiçoar os detalhes com Danso, tirei alguns dias para me dedicar ao nosso vínculo e assim que senti segurança em me abrir novamente sem assustá-lo, chamei meus outros machos para uma diversão em grupo. Eu queria mesmo explorar minha loba. Kareem explicou que não se sentia interessado em estar na forma humana enquanto eu estivesse transformada. Combinamos que ele se transformaria primeiro, e depois de já estarmos bem íntimos de cada nova função passei a convidar os outros a participarem. Foi tudo bem mais simples do que eu imaginei e não deu qualquer trabalho para cada um saber onde se encaixar. Só ver a interação de Caius e Jabari que, definitivamente me aqueceu. Danso também preferiu não se transformar. E depois que eu, Kareem, Jabari e Caius já estávamos na forma lupina, ele preferiu sair do quarto e nos dar espaço. Foi uma noite louca.
Ao me levantar da cama no dia seguinte, e me espreguiçar, pude sentir cada novo pedacinho no meu corpo que eu nem sabia que existia, doer gostosamente. Fazia eu me lembrar do cio. Faltava muito para o próximo? Agora tínhamos novas posições e novas ideias e eu queria muito que Caius passasse finalmente pela experiencia completa, ficava eufórica só de imaginar como seria.
O inverno se arrastava frio e implacável pela floresta, e comecei a sair para brincar mais frequentemente com a neve, porque aquilo me deixava quase tão feliz quanto um dia de chuva era capaz de deixar. Minha neném também parecia gostar.
Eu a levava diariamente para passear agarradinha no sling, por dentro do meu casaco para protege-la do frio rascante. Aproveitava os períodos do dia que não ventava muito forte, e ia explorar nosso quintal com ela. Era uma delícia ver o grande lobo da tundra me seguindo de perto, eu fazia graça, dançava e pulava, mostrava a língua para meu lobo lindo branco-dourado. Às vezes tinha a sensação de que tinham mais olhos sob mim e minha filha, e sabia que estava com certeza rodeada de lobos famintos, e isso nunca me assustou. Às vezes tinha a impressão de olhar para meu lobo da tundra e ver seus olhos de um tom diferente de cor, as vezes ele parecia ter olhos dourados, e hoje foi uma dessas vezes. Fiquei focada nos olhos âmbar e percebi que o formato dos olhos era diferente também dos olhos de Caius, um pouco mais puxadinhos, quando os olhos do meu marido eram definitivamente mais redondos e de um azul quase branco.
Ou eu estava ficando louca, ou aquele não era meu Caius. Farejei o ar a procura de seu aroma de Limão siciliano, manjericão e cedro e me assustei ao notar que não tinha aquele aroma ao meu redor. De repente me tornei hiper consciente de tudo ao meu redor, os aromas, sons e sensações. Percebi que não estava rodeada da minha matilha como pensava, e os aromas que consegui distinguir tinham uma certa familiaridade, mas não conseguia saber de onde era. Alerta e em posição de ataque por sentir hostilidade vindo dos três pares de olhos que me cercavam, reparei em um lobo grande e cinzento com cheiro de baunilha, ágar e tâmara. Por um momento pensei que poderia ser Kareem, mas o pelo do meu menino era mais puxado para o marrom e esse tinha mais cinza e branco. Do outro lado, me cercando pela direita, o lobo branco com olhos maliciosos e um sorriso estranho, tinha cheiro de ginseng, bétulas e lírio de prata. E na minha frente o último espécime, de pelo parecido com o meu, e aroma de cravo, wasabi e bambu. Quem eram esses machos? Pelo visto barbatões, mas por que estariam ali?
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Sociedade da Lua
FantasyUma pandemia assolou a humanidade, recursos naturais quase foram extintos por causa da ganacia, mas a sociedade da lua apareceu e resolveu. Encontrou uma cura para a pandemia, dividiu o planeta em novas sociedades. Um mundo igualitário, onde pessoas...