[47]-last battle

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" Querido tio Daryl

Eu sabia que você era uma pessoa boa desde o início. Assim que pousei meus olhos em você no acampamento, eu não me importei com o seu temperamento, sabia que você ía me proteger até ao final. Eu agradeço isso.

Sempre esteve ao lado do meu pai desde o começo, nos protegeu e amou. Quando minha mãe morreu você estava lá para mim, me contou sobre a sua mãe e me ajudou. Isso é algo que eu nunca vou esquecer. Obrigada por tudo que fez por mim e espero mesmo que cuide de Athena e a ama como ela merece. Nunca se esqueça que você tem uma chance para viver, sobreviver e amar.

A vida não é só sobreviver, Daryl. Se lembre disso.

Sei que queria ficar com vocês até ficar velhinho, criar uma família e os proteger, mas o meu final chegou. Queria ter matado Negan, mas não o consegui fazer. Lamento imenso ter de te deixar. Por favor não chore. Eu estarei a tomar conta de todos vocês e Judith vai continuar o meu legado, por ela eu vou continuar a sentir todos vocês. Sei que disse que não ía morrer mas isso acabou por acontecer. Não quero que se sinta culpado, não é sua culpa.

Quero que viva bem, sem guardar rancor. Não pode deixar a raiva tomar conta de si.

Meu último desejo para você, é que cuide bem de Judith como cuidou de mim. Sempre será meu tio favorito e tenho a certeza que Judith vai amar você. Quero que brinque com ela, a ajude a lutar, a faça rir e não a deixe chorar, quero que nunca a abandone. Você é meu segundo herói, nunca lhe pode contar isso, mas você é. Tenho a certeza que também será um herói para seu futuro filho.

Você é uma boa pessoa.

Com amor,
Carl"

Sentado na parte de trás da casa Barrington, Daryl limpou o seu rosto. Pequenas lágrimas haviam manchado a folha. Voltou a colocar a carta no envelope e se levantou.

Havia passado um dia desde o ataque de Simon a Hilltop. O Dixon havia chegado da sua missão com Rosita. Os dois haviam ido ao Santuário para trazer Eugene de volta e, com a ajuda de Jack, o Porter seguiu caminho com a dupla de Alexandria. Enquanto faziam uma pausa para acabar com os zumbis, Eugene acabou fugindo, deixando claro a sua traição.

Passando pela beira dos trailers, Daryl avistou Athena junto de Morgan. A Dixon se encontrava parada enquanto que o Jones aplicava uma pomada nos pequenos ferimentos que ela tinha.

— Daryl! — Chamou Athena, retirando de leve a mão de Morgan. — Esteve chorando?

O Dixon olhou um pouco para o outro Homem e Morgan entendeu o recado. Quando o Jones se afastou, Daryl se sentou com Athena.

A mulher entrelaçou seus dedos com os de Daryl e com a sua mão livre, virou o rosto do Dixon para si. Encarou aquele mar azul durante vários segundos e depois o abraçou  fazendo carinho nas costas do namorado.

— Carl te ama. — Garantiu a mulher. — Tudo bem em ficar triste.

Daryl passou a sua mão pela cintura da mulher, a trazendo para perto.

Nunca pensou que se sentiria seguro ao lado de alguém. Sua família sempre lhe fora indeferente. Sua mãe não falava muito com ele, seu pai lhe batia quando não havia ninguém por perto e Merle passava o tempo todo com drogas, só de vez em quando que passava tempo com seu irmão mais novo.

Mas agora encontrou uma nova família.

Só não esperava que fosse preciso acontecer um Apocalipse para isso chegar.

Quando quebrou o abraço, o Dixon levou seu olhar até o rosto de Athena e beijou levemente a bochecha da mulher.

— Só acabei de ler a carta que Carl me deixou. — O Dixon segurou nas mãos da namorada.— Eu estou bem, amor.

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