[73] - Capítulo

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2 anos depois
𝙴𝚖 𝙰𝚕𝚎𝚡𝚊𝚗𝚍𝚛𝚒𝚊, 𝚙𝚎𝚕𝚊 𝚝𝚊𝚛𝚍𝚎:

— Eu sou durona. — Athena murmurou para o vento, olhando o túmulo de Carl Grimes na sua frente. — Mas a vida não é nada fácil. Sempre existe algo que arruina nossas vidas.

A Dixon continuou com suas palavras baixas e suaves, carregando suas emoções. Repousava sua mão direita nas pedras que formavam um "C" sobre a terra.

— Oito anos se passaram... — Engoliu em seco, suspirando. — Oito anos. — Voltou a repetir, parecendo não acreditar, mesmo que fosse a pura verdade. — Pessoas morreram, ou desapareceram. O dia sempre nasce. Seja chuva ou sol. Outras pessoas chegaram e trouxeram mais uma dose de alegria para nossas vidas. Já outras... somente trazem problemas. E no final de tudo, Negan ainda está vivo.

Athena esperou um pouco, esperando talvez uma resposta do garoto, ou alguma reclamação, mas nada. Sabia que nao ia receber nada. Ele estava morto à tanto tempo.

Morto.

— Só espero que você tenha razão sobre o final feliz. — A mulher regressou com suas palavras, dando um pequeno sorriso. — Um final para todos.

A Dixon fez um breve carinho sobre o túmulo de Carl. Respirou fundo ao lembrar do sorriso dele. Sorriso esse que via em Judith. Sorriso que não queria esquecer.

Carl Grimes havia deixado um pedaço em seu coração. Uma parte dele no futuro que estavam construindo.

Verdade dura e crua era que nunca deixou de sentir saudades dele. A cada dia que passava o sentimento não ia embora e, para piorar tudo, ainda havia uma culpa remoendo seu peito e estômago ao lembrar que Rick estava desaparecido. Talvez morto. Queria poder retirar todas as palavras que tinha dito a ele, antes daquela ponte maldita ter explodido. Antes do seu corpo desaparecer sem deixar nenhum rasto.

E não era só deles que sentia falta. Sentia falta de todos que morriam naquele mundo injusto. Mesmo aqueles que a machucaram.

Saudades de seus pais, Morgan, Noah, Phoebe, Meddy, Abraham, Glenn, seu primeiro bebê, Carl, Rick. De todos eles...

— Eu tenho medo. — Athena comentou, continuando seu desabafo e conversa num tom baixo e trêmulo. — Medo das pessoas. Medo dos mortos. Sou durona, mas também Humana. Ultimamente ando a pensar no passado, a pensar no tempo que não espera por nós. O tempo que não cura nossas feridas e perdas, só tenta ajudar com essas mesmas cicatrizes. E agora... sempre que cada lágrima escorre em meu rosto, eu me sinto vulnerável. E isso doí.

Athena engoliu um soluço de choro que estava prestes a sair, enxugou suas próprias lágrimas. Estava prestes a voltar a falar quando um sorriso gentil e puro apareceu em seus lábios ao ouvir uma risada, ou até mesmo um suspiro de um bebê.

O olhar de Athena recaiu sob Eliza, que descansava em seus braços.

A Dixon tentou não derramar mais nenhuma lágrima, enquanto brincava com a pequena mão de sua filha. Devagar, a mais velha aconchegou Eliza ainda mais em seus braços, e começou a embalar a mesma.

De seus lábios saindo apenas uma única canção, — You are my sunshine.

Seu olhar se enchia de felicidade ao ver sua filha voltar a dormir. Havia encontrado mais uma felicidade.

Sua filha, seu bebê, sua mais nova esperança naquele mundo.

Seu fruto de amor com seu marido, Daryl Dixon.

Com a confirmação que Eliza dormia suavemente, ela voltou a falar para o túmulo de Carl, mas dessa vez, colocando sempre um olho em sua filha.

— Acho que você ía amar conhecer o tio Carl. — Athena disse para sua filha, nao deixando de sorrir ao ver aquele anjo dormir em seus braços. Depois voltou a olhar para a frente, para o túmulo do Grimes. — Se você está ouvindo isso, então quero falar que estou cuidando de Judith, como você pediu. Estou cuidando de todos, na verdade. — Ela fez uma pausa, gargalhando sozinha.

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