[60]-Capítulo

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Com a confirmação que a comunidade estava em segurança, os dois — Jack e Athena — saíram em direção da floresta, esperando chegar no lugar que a mulher havia falado no dia anterior.

Desta vez, não houve nenhuma complicação durante o percurso.

Após checaram o perímetro daquele rio, eles deixaram suas mochilas e seus casacos no chão, seguindo para perto da água.

Sem nenhum sinal de zumbi, Athena mergulhou os pés na água gelada e se sentou na grama, que já não estava muito verde. Jack, ficou encantado com a vista, ansiava por ver um lugar tão bonito desde muito tempo. Aquilo era mágico.

— Parece que você ama muito esse lugar. — Disse Jack, se sentando ao lado de Athena e tocando levemente no braço da mesma.

A mulher confirmou com a cabeça.

Queria evitar falar as próximas palavras, mas as falou.

— Nick e eu costumavamos passear com nossos pais perto de um rio. Tinha várias flores à volta e os campos eram puramente verdes. Aquilo era mágico. — Uma risada curta escapou pelos lábios de Athena. Ela fechou os olhos, relembrando os momentos. — Meu pai sempre cantava para nós.

Jack desceu o olhar até à boca de Athena. Um sorriso doloroso formado em seus lábios. Sem nem pensar duas vezes, ele a envolveu num abraço apertado.

Era a única solução correta.

— Tá tudo bem. — Reforçou a mulher.

— Comigo sim, agora com você eu não sei. — Retorquiu Jack numa voz baixa.

Poucas lágrimas foram se formando em seus olhos e Athena quebrou o abraço. A mulher utilizou dois dedos para colocar umas mechas de seu cabelo para trás da orelha e depois, com um singelo sorriso, ela entrelaçou seus dedos nos dele.

— Eu sinto falta deles, não posso e nem consigo ocultar isso. — Disse, não escondendo a verdade. — Mas eu ainda tenho o Nick.

— Você... tinha uma boa relação com seus pais?

A questão de Jack fez Athena franzir o cenho.

— O quê?

— Seus pais. Você e Nick. Você sabe, né!

— Nem era perfeita e nem era má. — Respondeu a mulher.

— Isso é bom.

Athena franziu as sobrancelhas.

— Jack. O que tá havendo? — Perguntou, separando-se dele.

— Nada, Athena.

Ele endireitou seu corpo e abraçou seus joelhos, ficando pensativo. Por mais que odiasse admitir, ela sabia que algo estava errado.

— Seus pais também estão mortos? — Pergunta ela.

Jack olha para Athena. Ele solta um suspiro inaudível e larga as suas pernas.

— Nunca os conheci para falar a verdade. — Diz ele. — Passei uma parte da minha vida no orfanato e a outra fora dele, tentando ficar vivo.

O coreano deita a cabeça nas coxas de Athena. Os dois ficaram encarando as águas límpidas. Uma indescritível brisa a tocar neles.

— Todos os dias eu acordava e pensava que a culpa era minha. — Falou Jack baixinho. — Eles nunca procuraram por mim, nem mandaram mensagem e nem telefonaram, nada. Cresci junto daquelas crianças, descobrimos novas coisas todos juntos e sempre nos apoiamos. Eu fazia muitos planos, muitos mesmo. Mas agora tudo isso é impossível.

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