Capítulo 8- Reencontro

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Edward se perguntava se realmente Louis voltaria junto a Harry para base, ele não tinha família, ou outro tipo de coisa para distrai-lo da missão e isso era o que mantinha suas esperanças altas. Sua distração era lançar dardos na parede e testar receitas com os poucos ingredientes que tinha. Arou alguma terra e jogou sementes que saqueou em um mercado, molhava as vezes. Um outro passatempo que tinha quando saia do quartel para buscar suprimentos era libertar os pássaros ou animais que ainda viviam, algumas gaiolas tinham passarinhos comidos pelos da mesma espécie numa brutal alusão a seleção natural, Edward sempre abria as gaiolas e rezava para que se readaptassem.

Edward também salvou um cachorrinho, era pequeno e peludo, não tinha raça definida e parecia assustado, o encontrou quando os mortos tentavam devora-lo e não exitou em pega-lo para criar, Boo, era como chamava a bolinha de pelos marrom era dócil, estava magro mas parecia feliz em ser salvo.

- Somos só nós dois meu amiguinho- Acariciou as orelhinhas peludas de Boo, que lambia sua mão- Acho que Harry vai gostar mesmo de você sabia? Ele ama tudo que se move, tão doce o meu Hazz... Você não o conhece? Certo, ele é meu sobrinho Boo, ele nasceu quando eu era criança e ninguém nunca viu pessoas tão parecidas que não eram gêmeas. Harry sempre foi minha cópia, não na personalidade, claro...

A conversa unilateral durou muito tempo, horas, com Edward contando histórias de sua família e de Louis para o peludinho dormindo em seus braços largos, decidiu malhar um pouco, outra coisa que fazia muito, seus músculos estavam maiores e seu cabelo também, nessa tarde ele pegou uma tesoura e cortou ele mesmo, nunca deixava seus cachos grande, seu cabelo estava até mais liso pelo pequeno comprimento, fazia isso pois era a primeira diferença que todos notavam entre si e Harry, depois o corpo mais musculoso, depois as finas linhas de expressão, a cor dos olhos poucos notavam, e suas covinhas eram mais rasas, apesar de notórias.

- Bom dia Boo- o cachorrinho o seguia como um pintinho atrás da mãe- Você está com fominha pequeno? Vou sair um pouco para conseguir ração para você na cidade... Ei! Não late para mim que eu sou seu pai.

O cachorro o encarava entediado- Não posso te levar então não insista! Você queria conhecer a mamãe?-
- coçou a nuca envergonhado- Bem, ele está vindo Boo, e seu primo Hazz também, eu te falei dele mais cedo, não saia sem mim, e seja um bom cão de guarda para o papai- Se agachou para dar um beijinho na cabeça do pequeno‐ Te amo nenê.

Já lá fora, em seu Jeep, Edward olhava as ruas atrás de algum galpão, ou pet shop onde encontraria ração para Boo, em uns cinquenta metros achou o que procurava, então não perdeu tempo em entrar no galpão e encher um saco grande de ração, pegou também sementes e alguns sacos de terra, o bastante para encher a traseira do jeep.

Edward voltava dirigindo lentamente, seu óculos de sol na cabeça e braço pendurado na janela, cantava uma música animada e eventualmente desviava de um morto, vestia o uniforme, costume que mesmo sozinho nunca deixou de usar, nem ele, nem seu colar militar, ele sentia que isso era algo que o aproximava de Louis de alguma forma.

- Para bailar la bamba
se necesita una poca de gracia
Una poca de gracia pa' mí pa' ti...

Yo no soy marinero soy capitan
Soy capitan...

Enquanto cantava pensava que realmente era capitão, mas as vezes, um desejo latente de ser um simples marinheiro se apossava de si. Queria não ser sempre aquele a dar as ordens e ter toda a responsabilidade do mundo nas costas, seu desejo sempre foi ser cuidado, as vezes no silêncio da noite, depois de um dia de trabalho pesado, sentindo falta da família e triste pela barreira entre si e o ômega, nessas noites ele chorava, bebendo um whisky, as costas curvadas parecendo levar todo peso do mundo, não contava a ninguém essas pequenas falhas, se contasse iriam rir e acha-lo fraco, essas noites eram tristes, ele estava se tornando triste. Então na manhã seguinte ele acordava,  vestia uma máscara de indiferença e começava tudo outra vez.

Zombies and Lovers- LARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora