Progressos

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SOKKA


Você está certo de que é o melhor, Aang? – Toph o questionou.

Aang estava com uma pequena bolsa com seus poucos pertences já reunidos e algumas refeições recolhidas às pressas na mesa do jantar recém servido. Haviam estranhado o comportamento dele quando ao invés de se sentar puxou algumas vasilhas e começou a seguir para fora do palácio. E então quando Toph perguntou o que estava fazendo disse-lhes que seguiria para Ba Sing Se ainda essa noite. Agora estavam nas baias reais, Aang arreava Appa e ele o ajudava depois do bisão lhe dar uma longa e gosmenta lambida.

-Sim. Com certeza há muita coisa para resolver na capital depois da recente queda. E... – Ele suspirou com tristeza, se deixando cair suavemente de cima da sela, com Momo voando à sua volta.

- Eu entendo... O tempo meio que ajuda. – Ele o consolou.

Sokka se sentia um tanto quanto nostálgico devido os últimos assuntos tratados com Suki. Como uma coisa tão boba durante a festa de Katara poderia ter despertado tantos tópicos a serem conversados? O relacionamento com Suki sempre fora muito natural e até agora parecia não ter muita necessidade de longos diálogos e explicações. Só que isso estava mudando, assim como muitas outras coisas. E isso não era exatamente ruim, só bem doloroso em alguns pontos. Ela tinha suas histórias e particularidades para dividir, assim como ele também. O problema era que tentara evitar até mesmo pensar sobre o 'tema principal' que ela queria conversar por muito tempo, afinal não foi fácil achar um lugar dentro de si para guardá-lo. Mas ver o amigo passando por aquele sofrimento, de certa forma muito similar ao que passara, apenas contribuía ainda mais para acordar sentimentos e sensações que deveriam ser deixados onde já estavam. Ele respirou fundo, era importante dividir sua experiencia com Aang, tentar diminuir um pouco da angústia que o amigo estava passando. E, talvez, encarar verdadeiramente a sua própria também.

- Venha cá. – Sokka o chamou, trocando um olhar significativo com Suki enquanto se encaminhavam para fora. Toph também entenderia e os dariam privacidade para conversar.

Saíram para o pátio externo, estava tudo quieto e vazio. Andaram em silencio por um tempo até que acharam uma espécie de picadeiro e se sentaram. A lua cheia estava brilhante no céu claro, o que provocou um nó ainda maior em sua garganta.

- Você sabe que passei coisa similar no Polo Norte, não é? Ou passaria se... Bem... – Suspirou. - Se não tivesse necessidade de ela ter se sacrificado a este ponto. – De repente ficou impossível continuar olhando para a esfera prateada no céu e precisou desviar-se um pouco para o chão. O silencio voltou a tomar conta até que Aang perguntou.

- Como você lidou com tudo isso?

- Acho que não muito bem, para falar a verdade. Insistia em me aproximar dela, mesmo sabendo que era dolorido para nós dois... E meio que soquei o noivo quando descobri quem era. – Ele deu de ombros, Hahn era um completo imbecil.

Livro 4: O Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora