Julgamentos - Parte 01

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TOPH


-Zuko. – O tom da múmia velha era seco, mas ela conseguia reconhecer muito além daquele sentimento superficial que o homem desejava externar...

-Surpreso? – O coração de Zuko, assim como o do velho, também acelerou mais do que o comum. Não era de se estranhar... A última vez em que estiveram reunidos muita coisa havia sido exposta.

-Nenhum pouco... Dessa vez veio tratar de algum assunto importante ou serei obrigado a ouvir mais lamurias sobre sua mãe? – Conseguia perceber os lábios dele se movimentar indicando que abriria seu costumeiro sorriso desafiador.

-Será obrigado a muitas coisas Múmia velha! – Era hora de começar. Toph se sentia impaciente, já haviam enrolado demais, e logo deveriam iniciar os julgamentos ao cair da tarde. Não havia mais tempo a perder, e, além do mais, se encontrar com aquele homem depois de descobrir suas próprias falhas não era nada satisfatório. - Mas viemos ouvir sobre a sua família dessa vez. De um sobrinho para ser mais exata...

-Sobrinho neto. – O velho corrigiu, interrompendo-a. Toph afundou mais o pé no piso da cela se preparando para receber as próximas palavras e interpreta-las bem. Percebeu os lábios dele se repuxar ainda mais. Exalava um humor sempre irônico, defensivo, intimidador e maléfico. - Vocês finalmente descobriram? Hahahaha! Ah Zuko! Eu me pergunto como ainda tenho a capacidade de superestimar tanto você...

Toph não conteve um sorriso em resposta. Era engraçado o velho tentar demonstrar tanto desprezo por Zuko e, ao mesmo tempo, sempre dirigir a palavra a ele... Lhe era claro, mesmo que assim não o fosse para mais nenhum dos presentes ali, como o homem reconhecia Zuko, como o enxergava como adversário... E, sentia também que, as vezes, ele lutava ferozmente contra algum sentimento que beirava a submissão frente a autoridade do Senhor do Fogo.

Devia ser algo intrínseco, talvez... Mas sabia que era engraçado. Muito engraçado vê-lo usar palavras distintas, tomar atitudes em pose de superioridade enquanto tentava vender uma farsa para sí mesmo. Na verdade, apenas tentava não sucumbir à própria mediocridade e covardia.

- Interrogamos seu sobrinho neto duas vezes e mesmo ele, assim como você, não sendo dos mais inteligentes... – Voltou a falar, mas o velho a interrompeu novamente.

-O interrogaram duas vezes e o deixaram ir sem sequer descobrirem que ele era meu sobrinho?! Hahahaha... – Gargalhou alto. Ele podia não estar tão confortável como demonstrava, só que também não estava mentindo... Como ele sabia sobre a partida de Shuan Tseng? Enterrou mais alguns centímetros seu pé no chão. - Quanta coisa mais será que vocês deixaram passar!?

-E quem disse que deixamos ele ir? – Blefou.

-Os guardas. – O homem respondeu prontamente e, mais uma vez, não mentiu. - Se me permitem uma sugestão, seria melhor rever a disciplina deles... Acho que consigo ter mais acesso as notícias trancado aqui do que as tinha no meu próprio templo.

Livro 4: O Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora