Você é doido?!

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Milena Ferreira.
São Paulo, Brasil.

Sabe o que é péssimo para uma segunda? Atrasos. Sim exatamente isso, meu primeiro dia de aula em uma faculdade totalmente desconhecida e eu to atrasada nessa maravilha de cidade.

Meu pai deixou um dos carros pra mim e foi mais cedo pro trabalho e a otaria aqui se ferrou porque caiu no trânsito de São Paulo.

Quando finalmente a fila andou um imbecil cortou minha frente me fazendo bater na traseira dele. Foi ai eu eu lembrei da frase: Sempre tem como piorar.

Dei sinal que ia pro acostamento e ele veio junto. Respirei fundo tentando não cometer um crime.

- Você é doido?! Entrar na minha frente desse jeito.- Falei quando desci do carro.

- Se eu sou doido você é cega então. Eu literalmente estava com a seta ligada a minutos!- O homem em minha frente falou e eu olhei pra ele indignada.

- Mas é muita audácia sua me chamar de cega né. Sonso.- Falei e ele riu ironicamente.

- Maluca.- Ele devolveu o xingamento e eu abri a boca pra xingar até a décima geração dele, mas fui interrompida.

- Ta tudo certo por aqui?- Um polical perguntou e nós negamos.

- Ela bateu no meu carro.

- Ele cortou minha frente.- Rebati.

- Vamos resolver isso logo tá. Se os dois não sairem daqui vão levar multas, porque aqui não é lugar de estacionar.- O polical falou pouco se importando com a batida.

Parece que ninguém acordou num bom dia hoje nessa cidade.

Revirei os olhos e vi o homem pegar o celular.

- Anota seu numero aqui e eu te ligo para resolvermos isso. Estou atrasado para meu trabalho e acredito que você também.- O moreno falou e eu concordei. Peguei o celular e passei meu número para ele.

Nem me despedi dele e logo segui para meu carro. Meu pai me mataria mas isso é problema pra mais tarde.

O dia ja começou mal e eu sinto aue vai piorar ainda.

(...)

Quando cheguei na faculdade tinham poucas pessoas pra fora ainda. Como ja estava atrasada aceitei que a aula ja tinha começado. Resolvi tomar um suco no refeitório e me acalmar pra próxima matéria.

Até agora o moço do carro não tinha ligado e eu me sentia burra, com certeza ele não ligaria e eu teria que pegar o conserto do carro. E levaria a maior bronca de meu pai.

Parei para olhar a faculdade e fiquei chocada com a estrutura. Tudo era moderno e com cara de novo, fora que era enorme e eu com certeza me perderia la.

Fiquei mexendo nas minhas redes sociais e li alguns comentários da minha ultima foto em Barcelona. Muitas fãs do time tinham comentado e até alguns brasileiros apareceram lá. Desde entao meu numero de seguidoras subiu um pouco, principalmente quando viram que eu era filha do Abel.

Quando deu o horário eu fui para a aula e me sentei perto de uma menina riuva. Ela era uma típica patricinha mas parecia ser simpática.

- Eai.- Ela falou.- Primeiro dia aqui?

- Sim, vim de Portugal.- Falei.- Sou Milena.

- Sou Helena. Gostei do sotaque.- Ela elogiou e eu agradeci.- Ta afim de sair depois da aula?

- Tenho compromisso já, podemos ir amanhã ?- Perguntei e ela concordou.- Ótimo! Me passa seu número.

A riuva me passou o contato dela e logo paramos de falar pra prestar atenção na professora que iniciava sua aula.

(...)

Ja era duas da tarde e eu finalizava meu dia na faculdade. Mandei uma mensagem para meu pai avisando que ja estava indo pra lá e fui até meu carro.

Torci para não ter tanto trânsito e fui para o CT.

O caminho foi bem mais tranquilo que o de hoje cedo e eu consegui não me estressar com o povo paulistano.

Meu pai disse que deixaria avisado sobre pra a minha ida então era só falar o nome e entrar. E foi o que eu fiz, cheguei no portão e disse meu nome e que era filha do Abel. Eles me liberaram e eu fui avisada de que teria uma moça me esperando quando entrasse.

Estacionei o carro e andei para dentro da recepção.

- Milena Ferreira?- Uma moça perguntou e eu concordei.- Sou Estela, seu pai avisou que você viria. Me acompanha por favor.

Segui a jovem moça e logo cheguei em um escritório. Ela bateu na porta e abriu relevando meu pai.

- Filha! Que bom que chegou.- Ele falou vindo até nós.- Obrigada por acompanhar ela Estela.

- Se precisar de mais alguma coisa é so chamar.- Ela falou e saiu da sala.

- Então, como foi a aula?- Ele perguntou e eu ri sem graça.- O que você aprontou Milena?

- Te explico em casa. Prometo.

- Ta bom. Vem, vou te levar pra conhecer o time.- Ele falou e me abraçou de lado.

Durante o caminho ele ia cumprimentando outros funcionários e até me apresentou para alguns. Quando entramos na sala, vi que era de reuniões pelo visto. Ja que tinha uma grande lousa e uma mesa enorme.

- Boa tarde galera.- Meu pai falou e todos se viraram pra gente.- Essa é minha filha Milena.

- Oi gente, meu pai falou muito bem de vocês.- Falei tentando ser simpática.

- Isso é novidade. Abelito falando bem da gente?- Um deles falou gerando risadas. Vi que sua camiseta tinha o número 25 mas não vi o nome.

- Muito engraçado Gabriel.- Meu pai falou e eu ri.- E antes que tentem, não quero ninguém dando em cima da minha garotinha.

- Pai!- Falei morrendo de vergonha.- Não me faz passar vergonha meu deus.

- Relaxa Abel.- Um homem de barba falou.- Vou manter eles na linha.

- Tenho certeza que sim Gomez.

Quando decidi passar os olhos pela sala finalmente vi melhor cada jogador e arregalei os olhos quando vi quem tava lá. Isso só pode ser brincadeira.

- Vamos passar a estratégia de domingo e depois podemos ir treinar.- Meu pai falou e eles concordaram, cada um sentou em uma cadeira da mesa e eu fiz o mesmo mas me sentando em outro canto.

Meu pai falava e gesticulava fazendo todos prestarem muita atenção nele mas eu sentia alguns olhares em mim algumas vezes. Principalmente de um certo moreno.

Quando eu olhava ele fazia questão de desviar o olhar e voltar a prestar atenção em meu pai, mas eu ja estava irritada com isso. Precisa me olhar tanto assim pra ver se é a doida do trânsito?

Quando acabou a reunião eu me levantei e segui o time para o campo de treino.

- Milena ne? Sou Danilo.- Um garoto se apresentou e eu sorri.- Abel provavelmente não comentou mas eu moro no mesmo prédio que vocês. Então se precisar de algo pode me avisar.

- Obrigada Danilo, vou me lembrar disso.- Falei sendo simpática e ele logo foi para a fila que eles estavam formando.

- Anda logo Raphael, ta empacando a fila.- Um dos jogadores falou e eu olehi para a direção da voz.

Um homem cabeludo que tinha falado e  seu olhar estava direcionado ao homem do trânsito. Raphael estava parado na fila olhando pra mim mas logo parou de me encarar e começou o exercício.

Garoto esquisito, foi o que eu pensei enquanto revirava os olhos lembrando do burrice que ele cometeu hoje mais cedo.

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Ebaa, se conheceram 🥰🤩

Bᥱιjᥲ Fᥣ᥆r; Rᥲρhᥲᥱᥣ VᥱιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora