Minha especialidade.

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Milena Ferreira.
São Paulo, Brasil.

Acordei e senti um perfume diferente do que eu estou acostumada. Abri os olhos com certa dificuldade por conta da claridade que entrava no quarto e sorri lembrando da noite passada.

Veiga tinha só cara de quietinho.

Rolei um pouco na cama e então notei a ausência dele, escutei alguns barulhos na cozinha e imaginei que fosse ele. Coloquei minha calcinha e peguei a camisa que ele usava ontem abotoando apenas alguns botões, fui pro banheiro e escovei os dentes com a escova que ele tinha deixado lá.

Lavei o rosto tentando tirar um pouco da maquiagem e limpei o resto com papel higiênico e sabonete líquido. Abri a porta do quarto e fui em direção a cozinha.

- Bom dia.- Falei me aproximando dele.

- Bom dia princesa, te acordei?- Ele perguntou após deixar um selinho em meus lábios.

- Não, eu sou acostumada a acordar nesse horário.- Falei ao ver que era quase nove horas.- Ta fazendo o que?

- Minha especialidade. Panquecas.- Ele disse voltando a atenção para o fogão.

- Não sei se confio nos seus dotes culinários.- Falei rindo e ele me entendeu um prato com algumas panquecas.

Peguei o prato e coloquei um pouco do mel que estava na bancada, levei um pedaço pra boca e então aprenciei o sabor.

- Pela sua cara sei que gostou.- Ele se gabou.

- Ta ótimo.- Falei.- Pensei que você vivia de ovo e macarrão.

- Eu sei cozinhar, minha mãe me ensinou.- Ele disse e eu ri.

Ele finalizou a última panqueca da torre e me puxou pra mesa onde tinha suco e outras comidas.

- Você realmente se empenhou.- Falei.

- É a sua primeira vez aqui, quis impressionar.- Ele disse sorrindo.

- Se for assim das próximas vezes eu vou passar mais tempo aqui do que na minha casa.- Respondi comendo mais um pedaço da panqueca.

- É exatamente o que eu quero.- Ele falou.

- Então, você gostou da nossa noite?- Perguntei tentando esconder a insegurança.

- Eu gostei, meus vizinhos talvez nem tanto.- Ele zombou e eu neguei com a cabeça sentindo minha bochechas queimarem.

- Eu ainda te mato Raphael.

- Você me ama.- Ele falou e eu revirei os olhos.- O que acha de um banho depois de comermos?

- Pode ser, aproveito e pego uma camiseta sua.- Falei provocando ele.

No momento em que ele foi devolver a provocação, meu celular começou a tocar e eu precisei atender quando vi que era meu pai.

"- Quando você volta da Helena?

-Pretendia voltar mais
tarde, por que?

- Um amigo meu ta aqui em São Paulo e nos convidou pra almoçar com ele e a familia, você provavelmente lembra do filho mais velho dele. O Carlos.

-Lembro! Claro que eu lembro.
Não sabia que eles estavam aqui.

-Vieram depois de fechar a empresa.
Vem pra casa se arrumar então, assim não nos atrasamos.

-Claro, só vou terminar o café da manha com a Lena.
Tchau pai.

-Tchau meu amor."

Bᥱιjᥲ Fᥣ᥆r; Rᥲρhᥲᥱᥣ VᥱιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora