Não ta abrindo.

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Raphel Veiga.
São Paulo, Brasil.

Abel começou os treinos pesados logo na segunda. Sexta teriamos um jogo importante pela libertadores e não podiamos perder de jeito nenhum.

Não tive notícias de Milena e nem ousei perguntar. Embora eu sei que fiz certo em contar para Abel, eu ainda quebrei a promessa que fiz pra Milena e eu normalmente cumpro minhas promessas.

- Cara você é maluco.- Escutei Danilo para Piquerez enquanto eles se alongavam.

- A conversa tava boa, se ela não tivesse impedido.- Ele falou rindo e eu entendi que era sobre Milena.

- Jacó perdeu o medo do perigo.- Scarpa zoou.

- Brinca mais que a brincadeira.- Ze Rafael falou e eu ri. Não havia motivos para ficar bravo, ele e Milena nem ficaram mesmo.

- Para com isso gringo!- Scarpa falou e bateu no dedo de meio de Piquerez.- Isso é feio, quem ta te ensinando isso.

- Vai tomar no cu.- O uruguaio falou por último e se levantou indo pro campo.

Seguimos ele e claro continuamos a zoação.

- Bom dia.- Abel desejou e fois respondio por todo o time.- Primeiro quero agradecer a presença de todos na festa. E enquanto vocês vão batendo bola e aquecendo, o Piquerez vai dar 5 voltas no campo.

Gabriel e Zé Rafael começaram a gargalhar. Segurei a risada o máximo aue eu consegui, mas não pude evitar soltar um riso ao ver a cara de bravo de Abel para o Uruguaio.

- Esse gringo é um terror de Abelito.- Menino falou rindo.

- Vai aquecer se não você é o próximo Gabriel.- Abel ameaçou e finalizou o papo.

Depois do treino eu fui direto tomar um banho para almoçar depois, maioria correu para fazer o mesmo mas sempre zoando e fazendo piadas pelo caminho.

O time se tornou muito unido, os meninos da base estao subindo o que melhora mais ainda e é legal ver eles tão animados e empenhados.

- Vai ter o que de sobremesa hoje Maria?- Perguntei a "tia da cantina" da SEP.

- Pra vocês hoje é fruta, a nutricionista não liberou doce.- Ela falou.

- Tenta liberar um docinho pra gente.- Gabriel pediu baixinho e ela riu negando.

- Você parece uma formiga Gabriel, vive atrás de doce.- Ela disse.

- Não sabia que ela vinha hoje.- Murilo disse e eu olhei para onde ele olhava e la estava ela.

Milena estava acompanhando Abel e João Martins, ela usava uma calça jeans rasgada e uma regata básica.

- Por que você ta encarando ela?- Gabriel questionou e eu desviei o olhar indo me sentar na mesa.

Ele e Murilo entraram em um papo aleatório e até tentaram me incluir mas eu apenas pensava na conversa que eu precisava ter com Milena.

Observei que ela ainda estava sentada ao lado do pai e ria de algo que havia sido falado e pela primeira vez eu notei como seu sorriso era bonito.

Aos poucos o refeitório foi esvaziando e quando eu a vi levantar decidi ir atrás.

- Milena.- Chamei mas ela pareceu não ter escutado. Corri um pouco e a segurei pelo braço.- Precisamos conversar.

- Precisamos?

- É serio.- Falei e olhei para os lados.- Vem.

- Serio? Um quartinho de limpeza?- Ela falou ao ver para onde eu havia nos levado.

- Você esta bem?- Perguntei e a me olhou.

- Estou.- Ela disse desviando o olhar

- Desculpa.- Pedi e ela me olhou novamente, bem no fundo dos meus olhos.- Desculpa por prometer e não cumprir.

- Ta tudo bem. Sei que não fez por mal.- Falei.- Fui egoísta ao te pedir para esconder isso do meu pai.

- Eu não deveria ter prometido algo aue sabia que não cumpriria.- Falei e ela abriu um sorriso.

- Ta tudo bem agora. Fiquei brava aquela hora.- Ela disse.- Podemos sair?

- Sim, era so isso que eu precisava falar.- Falei sem graça e peguei na maçaneta para abrir a porta.- Não ta abrindo.

- Como assim não ta abrindo?- Milena perguntou nervosa.

- Não ta abrindo, deve ter emperrado.- Falei agitado.

Quando vi que não abriria soltei a maçaneta e procurei meu celular no bolso.

- To sem meu celular, devo ter deixado na mesa.- Falei e olhei para Milena, notei que ela estava cutucando o dedo.- Ta tudo bem Mi nós ja vamos sair.

- Toma o meu.- Ela disse entregando o celular desbloqueado.

Liguei para Abel e deu direto para caixa postal, tentei ligar pro meu número mas tocou até cair a ligação. Infelizmente não lembrava o número de mais ninguém.

Entreguei o celular pra ela e comecei a bater na porta e gritar por alguém. Fiquei tanto tempo assim que não percebi em que momento Milena havia ficado tão quieta.

- Ta tudo bem?- Perguntei vendo ela escorada em um dos armários enquanto respirava fundo.

- O que você acha?- Ela respondeu.- Desculpa. Eu não gosto de lugares pequenos.

- Desculpa. Se eu soubesse teria te puxado para o meio do campo.- Brinquei e ela me olhou brava.- Relaxa, daqui a pouco alguém aparece.

Ficamos em silêncio, ela respirando fundo e eu tentando achar uma maneira de abrir a porta.

- Veiga.- Milena chamou.- Eu não to bem.

- O que você ta sentindo?- Falei segurando ela.

- Eu não consigo respirar.- Ela disse com dificuldades.

- Me acompanha Mi.- Pedi.- Respira pelo nariz. E solta pela boca. Denovo. Respira. Solta.

- Não ta funcionando Raphael.- Ela falou com lágrimas nos olhos.- Por que isso tinha que ser tão pequeno.

- Mi, você ta bem. Tenta ficar calma.- Pedi, tentei ficar calmo para não piorar a situação mas estava tremendo.

Quando ela olhou nos meus olhos eu tomei impulso e fiz a única coisa que me veio em mente.

Segurei seu rosto com minhas mãos e colei nosso lábios. Sentia o rosto de Milena molhado e seu coração acelerado igual o meu, mas tudo parou ela pediu passagem com a língua e uma corrente elétrica passou por todo o meu corpo. Desci minha mão esquerda para sua cintura e a puxei mais ainda contra o meu corpo.

Quando separei nossos lábios encostei minha testa na dela e tentei recuperar o fôlego.

- Você-. Milena falou mas foi interrompida pela porta sendo aberta. Rapidamente me afastei dela e olhei para a porta.

- O que estão fazendo aqui?- Um funcionário perguntou.- Ou melhor, nem me falem, so saiam daqui.

Sai na frente e quando ia esperar por Milena, ela ja estava passando correndo por mim. Pensei em chamar por ela mas o que falaria?

Andei na direção contraria e fui atrás do meu celular para ir embora. Enquanto andava até o refeitório, sentia meu lábio formigar, era bizarro como eu ainda sentia a sensação de beijar a boca dela.

- Tava onde cara?- Ze Rafael questionou me vendo entrar no refeitório denovo.- Ta tudo bem? Você ta com uma cara de quem viu um fantasma.

- Ta tudo bem.- Falei ríspido.- To indo já, tchau.

Sai do ambiente antes mesmo de ele falar mais alguma coisa. Peguei minhas coisas e fui para o meu carro, quando cheguei no estacionamento bateu um vento e eu jurei ter sentido o cheiro do perfume de Milena mas ao olhar em volta não tinha ninguém.

Respirei fundo e dirigi pra casa, precisava descansar.

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Oii gnt voltei!!
Perdão pelo sumisso, vou tentar me organizar melhor pra isso não acontecer denovo.

Bᥱιjᥲ Fᥣ᥆r; Rᥲρhᥲᥱᥣ VᥱιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora