Você não ta, amor.

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Milena Ferreira.
São Paulo, Brasil.

Depois que a aula terminou eu logo peguei um uber e fui pro CT, Veiga não me respondia e sua última mensagem era avisando que não ia dormir em casa.

Como ja teria que ir pra la mais tarde para o estágio, aproveitei que precisava ver ele e fui mais cedo.

Quando cheguei, minha entrada foi liberada e alguns funcionários estranharam me ver ali tao cedo. Eu nem havia almoçado ainda.

- Chegou cedo.- Meu pai falou.

- Vim ver o Raphael antes de dar meu horário.- Falei. Nossa relação estava melhorando, eu ja não ficava com tanta vergonha ao falar do jogador na frente do meu pai.

- Ele ta finalizando alguns exames, so seguir reto aqui.- Ele disse apontando para o corredor que havia saído.

Fui andando e quando cheguei na última porta fiquei esperando ele sair.

- Por enquanto é só isso Rapha.- Um homem alto disse, o médico provavelmente.- Nos vemos amanhã, e nada de forçar essa perna.

- Muito obrigado Marcos.- Veiga disse e então me viu.- Mi?

- Eu vim te ver, você não me responde.- Falei entrando na sala em que ele estava.

Sentei na maca perto dele e fiquei olhando pra ele.

- Como você ta?- Perguntei e ele forçou
um sorriso.

- Ta tudo bem.- Ele disse.- Serio. Sei que vai passar rápido.

- Não precisar mentir pra mim.- Falei segurando a mão dele e entrelaçando nossos dedos.- Não faz bem reprimir os sentimentos.

- Eu to bem.- Ele falou com a voz pesada.- To fora pelo resto da temporada, mas com sorte volto em janeiro do ano que vem.

- Rapha.- Falei e ele negou com a cabeça

- Por favor.- Ele pediu.- Não quero falar sobre isso.

- Tudo bem.- Falei beijando sua bochecha.- Tenho certeza que vai voltar mil vezes melhor.

- Obrigado por ter vindo.- Ele disse e eu sorri.- Você chegou bem cedo, ja comeu? Você precisa comer princesa.

- Eu esqueci, tava preocupada demais com você.- Falei envergonhada.

- Eu ainda não comi, podemos ir juntos.- Ele falou e eu sorri.

- Pode ser, vem.- Falei descendo da maca primeiro e estendi a mão pra ele.

- Eu que deveria te ajudar a descer, e não ao contrário.- Ele falou e eu revirei os olhos.

Ele pegou uma muleta, parecida com uma bengala e me deu a mão livre pra segurar. Caminhamos até o refeitório e fizemos nosso prato.

- Fez amigos aqui?- Veiga perguntou e eu suspirei.

- Não, apenas um.- Comentei.- Uma das estagiárias andou falando que eu só consegui a vaga por causa do meu pai e de você.

- Mas é mentira.- Veiga disse.

- Eles não tiveram a capacidade de pensar nessa possibilidade, preferem acreditar no que é mais escandaloso.

- Sinto muito princesa.- Raphael disse.- Pelo menos você esta se saindo bem, se destacando.

- Sim, ao menos a Luisa sabe do meu potencial.

Continuamos conversando e mesmo com ele rindo um pouco eu não conseguia esquecer de sua lesão, Veiga parecia não querer acreditar na situação e se recusava a conversar sobre, e isso me preocupava.

Bᥱιjᥲ Fᥣ᥆r; Rᥲρhᥲᥱᥣ VᥱιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora