Descendência

A não tão nobre Família Monroy

Naquela noite fiquei com Brian esperando na sala de estar compartilhada do meu dormitório enquanto Agnes pegava o livro que ela tinha me dado no dia anterior e ia para a ala privada da sua mãe, o silêncio era confortável já que eu precisava estudar para a prova de elementos que teríamos em algumas semanas, por mais que eu me esforçasse ainda não tinha encontrado meu elemento, água, ar, fogo e terra, sendo os dois primeiros os mais comuns em nosso colégio, eu lia o princípio quando Agnes abriu a porta com um olhar preocupado.

- Sua mãe te pegou. - Brian levantou em um pulo correndo para olhar o corredor e fechar a porta.

 - Eu não sou estúpida que nem você, e só que o livro não está lá, eu procurei, mas não está lá, eu tenho certeza que temos ele, porque quando era mais nova minha mãe me mostrou e contou sobre a marca de nascença da nossa família. - Ela mostrou uma pequena rosa em um tom mais escuro na sua pele acima do cós da calça.

 - Uol vai com calma, eu estou aqui. - Brian colocou as mãos na frente dos olhos voltando a se sentar no sofá.

 - Talvez sua mãe possa ter jogado fora, ou emprestado, alguma coisa assim. - Vi ela negar antes mesmo que eu terminasse de falar.

 - Ela não faria isso, é um livro especial, recebemos a muitas gerações e foi minha Tataravó quem deu pra ela. - Ela se sentou ao lado de Brian.

 - Bom no fim vou pedir para meu pai mandar o que temos em casa, alguns dias e teremos nossa resposta, paciencia. - Depois disso, cada um foi para seu quarto.

Se o livro era tão importante para Diretora Dália, o que poderia ter acontecido com ele.

Quebra de tempo...

Os dias passavam lentos, Brian tinha pedido o livro a seu pai que disse que mandaria, o correio mágico chegaria apenas na quinta e isso fez com que tivéssemos que esperar, estava indo para a frente do colégio como sempre fazia quando vi um homem alto todo vestido com uma roupa social em preto e um casaco, mesmo entanto Sol, ele fumava distraido olhando para a direção oposta encostado em uma árvore, entre nos estava a única pessoa na escola que conseguia me tirar do sério, Rebecca Kisty, uma aluna modelo de família tradicional e rica, ela era literalmente perfeita, cabelos loiros até quase os quadris, olhos azuis vívidos, lábios levemente rosados, bunda e seios redondos de dar inveja, mesmo que eu odiasse admitir, ela era linda de dar raiva, mas tudo se esvai quando abria a boca, além de ser extremamente esnobe era burra como uma porta, talvez até mais, e sua voz fina era de dar aneurisma em qualquer um em um raio de dois metros, ela estava com seus cãos de guarda Kisty 1 e Kisty 2, ela eram gemeas tão submissão que eu nem perdi meu tempo em aprender seus nomes, elas estava olhando Sebastian que parecia distraido demais para perceber que estava sendo observado, por um momento um sentimento de ciumes me tomou e talvez, só talvez, seria bom mostrar para as Kisty que ela não tinha tudo que queria, e antes que pudesse me parar avancei a passos decididos até o homem, imediatamente como se sentisse seus olhos foram para os meus e fincaram em mim.

 - Finalmente você apareceu. - Sorri para ele que continuou me olhando de forma atenta.

Apagou o cigarro na árvore que estava encostado e o jogou longe, desencostou chegando mais perto de mim.

 - Não sabia que estava ansiosa para me ver. - Sua voz rouca fez meu corpo reagir de forma automática, mas seu sorriso de deboche mostrava sua verdadeira intenção e senti meu rosto esquentar.

 - E claro que estava ansiosa, quero saber o que descobriu lembra. - Desviei meus olhos para me acalmar e voltei para ele sorrindo igual a ele que agora parecia mais sério.