Date
Autora pov
Tão rápido quanto veio a manhã, veio o fim de tarde, e com ele, Ao'nung ficava cada vez mais ansioso pelo encontro com Netayam. O que o azulado queria mostrar? Será que era legal? Será que era um presente? Será que era algo legal? Será que era algo....Não, não, não poderia pensar em algo assim agora, ainda não tinha atingido a maioridade. Puberdade era realmente algo difício de lidar, por que qualquer devaneio relacionado à seu amado poderia se transformar em algo extremamente sexual em questão de segundos. Hoje a tarde foi o maior exemplo disso: Ao'nung ajudava Rotxo à cuidar dos ilus, alimentando e limpando, quando olhou de longe e viu os Sully's tratando de seus próprios mascotes, os Ikrans. Lo'ak parecia bem concentrado no que fazia, mas reparou que Neteyam vez ou outra desviava seu olhar para o filho do chefe, lançando pequenos sorrisos ao mesmo. Estava indo tudo bem até ali, mas quando o primogênito dos omatikaya se agachou para cuidar dos pés do bicho, a mente de Ao'nung foi longe, pensando em várias situações onde gostaria de ver o mais velho naquela posição novamente. Espantando as memórias do dia de sua mente, o metkayina se levanta do deck de seu quarto, onde se encontrava sentado até então, e vai até o de sua irmã Tsireya, afim de pedir um favor à garota.
Ao'nung pov
-Reya, posso entrar? -Pergunto, já invadindo o cômodo e vendo a caçula mexendo em diversas miçangas e cordas espalhadas pelo chão. Ao perceber ser chamada, ela olha em minha direção sorrindo e me exibindo aquelas covinhas fofas.
Após receber a confirmação de que poderia adentrar o quarto, vou à sua direção e me sento de frente à ela no chão, encarando as bijuterias coloridas.
-O que está fazendo? -Pergunto simplesmente, curioso.
-Pensando em qual adereço vou usar em meu encontro com Lo'ak, amanhã de noite. -Tsireya diz sorrindo e me chamando à atenção. Parece que nós dois temos planos para esta semana então. E ironicamente com os únicos omatikayas da aldeia. Vejo a garota se aproximar de mim e ir em direção à meu ouvido para, aparentemente, sussurrar alguma informação. -Acho que ele vai me pedir em cortejo.
-Sério? No primeiro encontro? -Indago confuso, vendo Tsireya me encarar com um brilho nos olhos, sorriso aberto e dando uma mordida no lábio inferior, em sinal de ansiedade. -E depois eu que sou afobado, Reya.
-Ah Ao, eu sinto em Eywa que ele é o certo. -Ela afirma, pousando a própria mão em seu coração. -Eu passaria a vida perdida naqueles olhos dourados, e jeito ousado, e...
-Pelo amor de Eywa, me poupe dos detalhes , já tenho que aturar o Rotxo falando da Kiri toda hora. -Reviro os olhos, recebendo um tapa na cabeça da mão gigantesca da minha irmã. -Isso dói, sua mão de homem é do tamanho da minha cabeça, sabia?
-Sua bunda desidratada, Ao'nung. -Ela retruca, me fazendo arregalar os olhos. Desde quando minha Tsireya é sem educação assim?
-Não sei se aprovo esse relacionamento, esse menino é má influência para você. E minha bunda não é desidratada. -Digo, apontando meu dedo em sua direção, fazendo a garota rir e agarrar meu dígito. Após o silêncio se instalar no quarto, vejo o sorriso de minha irmã desaparecer e seu olhar abaixar, dando lugar à uma expressão triste e preocupada. -Mano, não recebo notícias de Way tem tempos. A última carta dela foi à dois meses.
-Você sabe que ela está bem, Reya. -Comento, acariciando os cabelos da caçula à minha frente, que agora possuía os olhos marejados.
-Eu quero acreditar que sim, mas ultimamente tenho me sentido angustiada. -Desabafou a mais nova. -Sinto que um mal agouro ronda os recifes.
-E já falou com a mamãe sobre isso? -Ajudo a limpar algumas das lágrimas do rosto delicado de Tsireya, que me olhava apreensiva. Minha irmã mais nova sempre teve um olhar muito aguçado espiritualmente. Sinto que ela, de alguma forma, serve como um canal para a grande mãe se comunicar com nosso povo, algo além da compreensão de nossa mãe, mesmo que ela seja Tsahik. Dias antes do povo do céu nos atacar, Tsireya me disse que estava angustiada e que a maré estava estranha. Ela falou que teve vários sonhos de perda e dor.
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second chance (Neteyam x Ao'nung)
Romance"Depois do funeral. Depois de todos irem para suas casas. Depois de todas as luzes se apagarem e mesmo depois de todos fecharem os olhos, Aunung ficou lá. Ficou pensando sobre o que poderia ter feito de diferente. Como poderia ter salvo Neteyam, o p...