second chance (Neteyam x Ao'nung)

ESTADIA

Leyewla pov

-Que?!- Ouço o garoto à minha frente indagar, claramente chocado com o fato de eu ter achado sua mão incrivelmente legal. -Você não achou esquisito?

-Esquisito? -Começo a explicar, revirando os olhos sem tirar o sorriso do rosto. -Cara, você deve ter uma vantagem absurda com manuzeio de armas! E-

-Leyewla! Há quanto tempo. -Fui interrompida por uma voz grave e masculina atrás de mim, logo percebendo que se tratava de Tonowari, que se aproximava ao lado de Ronal. Sorrio ao ver a Tsahik passar a mão em sua barriga, exibindo com orgulho sua gestação terminal. Reya havia me dito, em nossas trocas de cartas, que ela teria um irmãozinho ou irmãzinha logo logo. -Eu vejo você, irmã.- Torno minha atenção ao olo'yektan, que faz o gesto costumeiro dos na'vi, mas logo estendendo sua mão para que eu possa fazer a saudação de meu povo.

-Eu vejo você, irmão. -Logo me viro para Ronal, esta que exibiu um sorriso e me puxou para um abraço dificultado por sua barriga. -Eu vejo você, Ronal. Como tem passado?

-Eu vejo você, Way. -Retribui a Tsahik, logo desfazendo seus braços de mim e pousando suas mãos em meus ombros cobertos. -Temos passado bem, graças à Grande Mãe. Mesmo com a perda de minha irmã de espírito e alguns dos nossos, conseguimos derrotar o povo do céu, e logo seremos abençoados com um novo ou nova líder. -Agora levou às palmas ao abdômen, ampliando seu sorriso belíssimo, que fez meu coração amolecer.

-Tsireya me contou! Eu fico extremamente feliz por vocês e seu pequeno punhado de alegria! -Digo alegre, me abaixando e aproximando minhas mãos de sua gravidez. -Eu posso?

-Pode sim. -Com sua permissão a toco, tentando manifestar todas as energias positivas que puder. Que Eywa abençoe esta criança.

Após os devidos gracejos e cumprimentos vejo Tonowari se distanciar de nós e caminhar até Pumpum, meu hufwe'n, que se encontrava deitado ao sol com sua barriga para cima enquanto várias crianças Metkayinas passavam as mãos curiosas por seus pelos grossos. Ele gostava de carícias, então não me preocupei se ele seria hostil com os pequenos. Ao se aproximar mais, olo'yektan se agachou frente à cabeça do animal e acariciou seu grande maxilar com um leve riso no rosto, fazendo a cauda de Pumpum chacoalhar em alegria. Sem de demorar muito Tonowari se levanta novamente e vai até o centro do porto onde era possível que todos os ali presentes o víssem.

–Meu povo, nossa irmã Leyewla está de volta! Dêem as boas vindas e a tratem com cordialidade! -Ordena o líder em um tom alto, logo se virando e apontando para a figura de Tsireya, que não tardou a ir em direção ao pai. -Mostre à ela onde ficará aposentada, minha filha. E a ajude com o que precisar para se instalar.

Concordando com um sorriso no rosto, a linda menina vem em minha direção em saltitos, logo pegando-me pela mão e a puxando, me indicando um lugar para onde iriamos. Antes de prosseguirmos nosso caminho assobio para Pumpum, que prontamente se levanta, assustando levemente as crianças que ainda estavam próximas a si, e toma sua posição ao meu lado, com seu andar majestoso e absoluto. Meu peludinho é tão fofinho.

Autora pov

Após as figuras de Tsireya e Leyewla desaparecerem por entre os maruis, os aldeões começaram a se dispersar e retornar às suas devidas rotinas e tarefas, deixando apenas o pequeno grupo de jovens para trás.

-Leyewla parece legal.- Comentou Neteyam, revezando seu olhar com todos ali presentes. -Pelo menos o suficiente para não ter nos chamado de demônio ou algo parecido. E viram como ela é alta? Acho que deve ter a altura do pai.

-É...Ela e a Reya parecem muito próximas. -Disse Lo'ak, com os braços cruzados e semblante sério, fazendo Ao'nung olhar para o sully mais velho com um semblante debochado e revirar os olhos, movimento esse que foi acompanhado pelo alvo de seu afeto. Logo, o herdeiro metkayina começou as provocações.