Os deuses estavam comemorando alegremente a vitória sobre os Titãs e resolveram falar com Zeus, o deus dos deuses. Um deles, tomado pela euforia, pediu que Zeus criasse uma divindade que cantasse, para que assim, a comemoração durasse ainda mais. Ele nada respondeu, apenas foi ao encontro de Mnemósine.
Filha de Urano e Gaia, irmã de Chronos e Oceanos, Mnemósine era a deusa da memória. Guardiã de toda uma infinitude de sua ideologia - filha do céu (Urano) e da Terra (Gaia), irmã do tempo e do oceano, ela atravessava o tempo absoluto, ou seja, o tempo medido e racionalizado.
Zeus e Mnemósine passaram nove noite juntos, e assim, deram origem às Nove Musas. Todas eram o próprio cantar, e dessa forma, cantavam a memória. Elas nasceram para trazer à tona, por meio do canto, o prestígio dos deuses; eram filhas e ao mesmo tempo eram a personificação da memória: uma vez em seu canto, o que fora dito não poderia ser esquecido.
As Musas viviam no Monte Hélicon, e Apolo, o deus da música, as acompanhava cantando e dançando. Além do mais, elas eram a inspiração de poetas, músicos e filósofos, e comumente, eram convocadas por estes em busca de alento.
Assim sendo, as Musas sempre cantavam as memórias dos deuses: suas glórias, a origem do mundo, seus habitantes e os feitos heróicos.
Antes do nascimento das nove irmãs, todos os homens ainda sem serem tomados pela vida e poderem vir para o mundo, precisavam beber a água do Rio Lete, o rio do esquecimento, e, consequentemente, não lembrariam jamais de suas origens. Logo, as musas ajudavam esses homens a recordar de qualquer coisa através do canto.
Todos acreditavam que o talento ou a criatividade não era originário de poetas ou artistas, e sim das musas. Dessa forma, os homens eram inspirados por elas e através disso, eram capazes de obter grandes sucessos.
A música é uma forma de se desconectar do mundo e de tudo a sua volta, mas também de criar memórias e de se afundar em lembranças que nunca voltarão.
Veja bem, quantas vezes você ouviu aquela música só por que te lembrava alguém?
Quantas vezes você ouviu aleatoriamente as suas músicas preferidas só para criar cenários imaginários em sua cabeça?
Músicas criam sentimentos e emoções. Elas podem facilmente influenciar você em suas ações e até mesmo no seu coração.
Eu sou a Morte. Eu já vi inúmeras pessoas criando interesses sobre outras apenas porque o estilo musical era compatível, e, aquilo as tornava atraentes uma para a outra, despertando o desejo, a paixão, e em último caso, o amor.
Os dias que antecederam a inauguração do estúdio de Enid - o Black Photography - passaram em uma velocidade normal. Nesse meio tempo, a menina loira vira poucas vezes Wednesday desde a ajuda que recebera ajuda com a organização do apartamento. Elas trocavam poucas palavras, mas Enid sempre admirava silenciosamente a beleza da mais baixa e achava divertido como Wednesday parecia se perder no meio das roupas largas e geralmente de tons escuros que tanto parecia gostar.
Quando se viram pela última vez, Enid a chamou para acertar o orçamento de seu trabalho e passar o endereço do estúdio.
Ela estava animada, mas também curiosa. Ouvira Wednesday tocar na boate Hell na noite que se conheceram e as músicas lhe agradaram bastante; mas, o que de fato atiçava sua dúvida era sobre como Wednesday aprendera a tocar um instrumento como o violoncelo apenas com nove anos de idade. Enid não era uma conhecedora de instrumentos musicais, mas o que sabia era que com certeza ela não tinha coordenação motora suficiente para fazer diferentes movimentos com as mãos ao mesmo tempo.
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Um Acaso por Acaso
FanfictionOlá, eu sou a Morte. Quero contar-lhes a história de duas almas gêmeas que se amaram desde o primeiro instante que viram. ⚠️ A mitologia no início dos capítulos sempre vai ter a ver com o acontecimento narrado.