oito

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Oito 

Por volta das seis e meia da manhã, Louise apareceu na cozinha dando de cara com Emma. Ambas se encararam em silêncio, até Swan erguer a sobrancelha sutilmente e a mais nova desviar os olhos até a mesa posta.

—Saiu ontem a noite? Ouvi o carro.

Emma somente balançou de maneira afirmativa a cabeça e continuou seu desjejum.

—Tenho dois dias para entregar sua autorização. Já assinou?

—Não.

—Caramba, Emma! É só assinar, isso tudo é implicância por ontem!?

—Não estou com paciência para suas infantilidades, ok? Tenho tido muitos dias de merda, você não vai piorar tudo. — encarou a irmã seriamente e sorveu um pouco do café. —E hoje tá sendo o pior de todos eles.

—Dias de merda? — uma sombra de preocupação apareceu em sua expressão, mas logo tratou de mascarar. —Enfim, talvez já saiba o motivo.

—Não seja assim. — pediu parecendo cansada. —Sabe que não vou permitir que desrespeite a nós.

—No entanto, não sou obrigada a aceitar vocês.

—Não. Mas vou exigir que nos respeite, sou sua irmã, Louise.

—Exato. Minha irmã, e não minha mãe. — soltou.

Ambas ficaram em silêncio, a mais nova pareceu arrependida, seus olhos não saíram do prato desde a última fala.

Por fim, Emma balançou a cabeça de cima pra baixo e riu de lado. Deu de ombros e olhou para a irmã.

—É. Não sou sua mãe, tem razão. — inspirou devagar. —Sinto te decepcionar, Louise, mas sou a única pessoa que você tem. Gostaria que fosse diferente? Eu também. — Louise levantou o olhar, só então Emma viu os azuis da irmã marejados.

Louise abriu e fechou a boca, mas nada saiu. Emma ficou em silêncio e voltou a comer. O silêncio só fora rompido com a chegada de Ruby.

—Bom dia. — a mais nova respondeu. Ruby se aproximou de Emma e, segurando as mãos da amiga, sorriu pequeno e de maneira triste. —Sinto muito.

—Sinto muito? Por quê? —Louise pergunta, confusa.

—Oito anos da morte dos seus pais. — Ruby prensou pra lábios. —Sinto muito, Lou. Amiga, vou sair mais cedo hoje e passamos a tarde juntas, o que acha?

—Perfeito, amiga. Eu já vou, tenho que encontrar Regina antes de ir pra aula.

Sem se despedir nem falar mais nada, deixou o cômodo e logo a casa. O tempo estava fechado e parecia que logo começaria a chover, e por mais que não quisesse usar o carro, seria o mais seguro a se fazer. Então entrou em seu companheiro fusca amarelo e deu partida.

Em uma parada no sinal vermelho, sua atenção fora roubada até o banco do carona, e focou somente no celular desligado. O ar lhe faltou com o medo de ouvir o aparelho tocar.

____

Sua animação e euforia era tanta, que suas mãos tremiam levemente. Olhava vez ou outra para sua irmãzinha ao lado e sorria boba.

—O que foi, irmã? — a pequena Louise de sete anos pergunta.

—Nada. Por quê?

—Tá me olhando esquisita.

Emma riu e assentiu concordando. A verdade é que seus pais estavam em casa, chegaram mais cedo de uma viagem de duas semanas e resolveram fazer uma surpresa para a mais nova.

Paixão Quase Impossível -  Cenas De Um Crime Onde histórias criam vida. Descubra agora