três

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Três

Regina estava observando Emma dormir há bastante tempo, acordou muito cedo. A loira não parecia estar num sono tranquilo, a respiração estava descompassada. Prestes a acordar Swan, levou um susto quando a mesma levantou e correu até o banheiro. Foi atrás e viu a loira no chão, apoiada no vaso sanitário e vomitando. Aproximou-se e segurou os cabelos, acariciando as costas de Emma com a mão livre.

Ao se sentir menos pior, Emma se afastou e encostou-se na parede, sentada no chão. Seus olhos fechados era única e exclusivamente culpa da vergonha. Quando finalmente os abriu, encontrou os de Regina preocupados.

Swan sentia os olhos arderem e um bolo na garganta que a impedia de falar. Quando tentou dizer alguma coisa, as lágrimas desceram pesadas. Percebeu quando Regina ia se aproximar, mas num gesto pediu que não o fizesse, levantou e jogou uma água no rosto, escovando os dentes em seguida.

Regina saiu do banheiro somente quando ouviu o celular tocar, Emma deixou o cômodo em seguida e sentou na cama, podendo ouvir um pouco da conversa. Se tratava de Daniel, tinha certeza.

-Você pode ir. – falou, dirigindo uma voz fria nunca antes escutada pela Delegada.

-Eu quero estar com você.

-Você é casada! Nem sei por quê está aqui...

Mills ficou um tempo encarando Swan com as sobrancelhas franzidas. Por fim, riu e jogou o celular na cama.

-É, acho que tem razão.

Tirou a camiseta que usava e vestiu a calça da noite anterior, uma blusa social e jaqueta preta. Em frente ao espelho, passou as mãos no cabelo, alinhando-os. Antes de chegar a porta do quarto, voltou até a cama e encarou Swan, expressão séria, mandíbula trincada.

-Não sabe... Eu posso te responder o porquê estou aqui, Emma! Por quê estar com o homem que sou casada há quase vinte anos se tornou um fardo, por quê enquanto ele fala eu te vejo, vejo seus olhos e não consigo sequer ouvir sobre como foi o dia dele... Por quê... – cruzou os braços e mordeu o lábio, rindo novamente de maneira nervosa. -Por que eu não estou conseguindo nem ser tocada por ele, não o beijo, não o deixo me beijar, me tocar, meu corpo pede o seu, Swan! Por quê a última vez que consegui ter alguma coisa com ele, eu estive pensando em você durante todo o tempo, eu senti prazer por quê estava com você na cabeça, eu sentia os seus dedos, sua boca, sua língua.... eu ouvia seus gemidos.

O coração de Regina batia acelerado, a respiração descompensada.

-Mas se quiser eu posso ser mais sucinta e dizer que estou aqui porquê eu te amo.

Regina

Só realmente me dei conta do que falei, quando já tinha saído. Quando percebi seu olhar arregalado me recompus e peguei o celular, apesar de todo o tempo ter falado olhando diretamente em seus olhos, agora, não conseguia mais retribuir.

-Regina... – não parei, abri a porta do quarto e saí apressadamente. Ouvia seus passos me seguindo, mas não posso encará-la, não posso mostrar a confusão tão evidente em meus olhos. -Regina!

-Me deixa, Swan! Por favor, me deixa...

Ergui a mão para segurar a maçaneta, mas senti a sua em meu cabelo me puxando de volta e interrompendo minha ação. Se fosse em outra ocasião, o gemido seria inevitável, mas minha raiva é tanta, que me limito em apenas suspirar.

-Me larga! – ordeno, mas ela não dá a mínima.

Ainda segurando meu cabelo na força que eu gosto, me virou obrigando-me a encará-la. Mantive a expressão séria, não desviei o olhar mesmo que ela esteja sorrindo tão linda pra mim.

Paixão Quase Impossível -  Cenas De Um Crime Onde histórias criam vida. Descubra agora