quatro

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Quatro

Seria uma dia normal, sem graça e cheios de aulas, mas certamente havia algo de errado. Emma andava tranquilamente com seus fones perto da universidade, já na entrada, avistou policiais trazendo uma multidão de alunos para a saída. Rapidamente tirou os fones e procurou por sua colega, Belle.

-Emma! Graças a Deus! Onde estava? Tá atrasadíssima.

-O que houve?

Perguntou ignorando a pergunta, ficava vez ou outra na ponte dos pés na falha tentativa de ver alguma coisa.

-Não sei, cheguei agora pouco e já estavam proibindo a entrada. – a baixinha deu de ombros. —Tão dizendo que é o serial killer. 

Emma, curiosa como bem era, se encaixou entre todos os alunos até ter uma boa visão. Seus olhos rapidamente avistaram a Delegada. Os cabelos escuros presos, calça, blusa social e jaqueta, todos pretos, incluindo a bota. O famoso cordão com o distintivo e protegendo os olhos do sol, óculos escuros. Regina estava de braços cruzados e vez ou outra andava de um lado ao outro com Daniel e mais algum oficial em seu encalço.

Um barulhinho fez todos se esticarem para saber do que se tratava. Logo, policiais apareceram junto com mais algumas pessoas fardadas que arrastavam duas macas. Dois corpos. Dois assassinatos.

Ou não...

Emma cerrou os olhos na tentativa de enxergar melhor e percebeu que somente um corpo estava no saco preto. O outro, estava difícil de reconhecer, mas quando passaram por perto para levar até a ambulância, sentiu o coração se partir e um bolo se formar na garganta.

-Ruby... – murmurou baixinho sentindo falta de ar. -RUBY! – gritou chamando a atenção de todos para si.

Mas, mesmo diante de todos aqueles olhares, se esquivou de mais alguns alunos e de dois policiais e correu até a maca. Não conseguia falar, sequer enxergava direito mas sentiu quando algo molhando tocou suas mãos. Sangue.

-Ruby... amiga, meu amor... – falava chorando compulsivamente. -ME LARGA! – se debateu quando sentiu braços fortes tentando afastá-la. -Ela não tá abrindo os olhos! Por quê ela não abre os olhos???! – perguntava segurando-se a barra de ferro erguida na lateral.

Ainda sentia braços ao seu redor, mas o medo de ver amiga desacordada era maior. Porém, quando tentaram novamente forçar seu corpo e afastá-la, tornou a se debater.

-EU MANDEI ME LARGAR!

Regina se aproximou e fez um sinal mandando soltar a jovem e fora prontamente obedecida. A passos lentos chegou mais perto e tocou o braço de Emma suavemente. Levantou o olhar pedindo silenciosamente que levassem Ruby.

Swan estava prestes a rebater, quando deu de cara com Regina.

-Emma... – chamou baixinho segurando os braços da loira. -Você a conhece?

Swan não falava, o nó na garganta ainda a impedia. Seu corpo tremia, estava difícil manter-se de pé.

-Me diga logo pra poder acompanhá-la ao hospital.

Regina tentava se manter firme, mas o choro alto e doloroso de Swan estava partindo seu coração. Engoliu seco e apertou os braços da loira.

-Me diga. Eles vão levá-la e você não vai poder vê-la por um tempo. Precisa me falar logo! – suplicou.

-Ela... ela é minha família. – disse por fim, tão baixo que Mills precisou ler seus lábios.

-Ok.

Regina levantou um braço e fez um gesto que todos os oficiais entenderam e começaram o trabalho pedido. O outro braço passou pelos ombros da loira e andou rapidamente até o carro preto, a sirene acima já estava ligada.

Paixão Quase Impossível -  Cenas De Um Crime Onde histórias criam vida. Descubra agora