Dez
—.... e devemos tudo isso ao trabalho impecável da Delegada Mills e sua equipe. — as palmas que se seguiram após o monólogo despertaram a delegada.
Não ouviu absolutamente nada do que seu superior falara, nem mesmo sabia se os repórteres tinham feito alguma pergunta. Somente prensou os lábios num sorriso forçado quando a atenção de todos caiu sobre si.
Inspirou com força tentando respirar. Estavam em frente a delegacia, ao ar livre, mas ainda sim permanecia com falta de ar e com uma dor no peito.
—Robin... — chamou baixinho o homem ao seu lado. —Eu não consigo respirar, preciso sair daqui.
O agente a encarou profundamente e, sem se importar que o certo seria que a Delegada respondesse as perguntas que viriam, a segurou com delicadeza no braço e a levou embora em meio ao aglomerado de pessoas. O burburinho dos repórteres não importou, Regina somente se deixou ser levada e entrou no carro do homem.
Em silêncio, Robin dirigiu pelas ruas esperando o momento que Mills estivesse pronta para falar. Não perguntou onde iriam, só ficou dirigindo sem rumo. Nem mesmo o choro repentino e compulsivo lhe desviou a atenção, permaneceu sério olhando para a pista.
Minutos depois, Regina enxugou as lágrimas e olhou para o lado.
—Me deixe no hospital.
Robin a encarou rapidamente e assentiu. Começou a rota.
—Sabe, obrigada. De verdade. Além de ter feito exatamente o que pedi, não me pergunta se estou bem ou se ele nunca tinha dado sinais de que era um assassino. Fora a Emma, você é o único que não me faz perguntas idiotas.
Robin sorriu e deu continuidade.
—Obrigada. — agradeceu soltando o cinto de segurança.
—A senhorita Swan recebe alta hoje?
—Tudo indica que sim. — Robin sorriu sincero.
—Ótimo. Tem um restaurante aqui perto, vou comer lá. Se dentro de uma hora ela receber alta, é só me ligar e venho buscá-las.
Regina sorriu e abriu a porta, agradeceu mais uma vez e se afastou, mas a voz do homem a impediu quando chegou perto da janela do motorista.
—Senhora? — se virou. —Minha mulher constantemente sente falta de ar e essa dor no peito. Por favor, se cuide. Essas crises são sérias, procure ajuda. Ansiedade e pânico não é brincadeira. — ao terminar, buzinou em despedida e foi embora.
Regina ainda ficou uns segundos parada olhando o carro se distanciar. A mulher de Robin, Marian, sofrera um acidente há quatro anos – e neste dia, perdeu tragicamente a única filha do casal.
🚓
—Como ela está, doutor?
—Bem. O medo, o trauma daquela noite foi o motivo da senhorita Swan ter desmaiado, apesar da perda de sangue excessiva. No entanto, ela realmente precisa de repouso total pois houve o sangramento e o ferimento. Então os medicamentos nos horários, nada de esforço por causa dos pontos. Dentro de duas semanas, volte para que eu possa examiná-la.
Ao finalizar, o doutor acenou com a cabeça e deixou o quarto.
—Eu realmente vou poder sair hoje?
—Sim. — a delegada sorriu e se abaixou até poder beijar a loira nos lábios. —Mas se dependesse de mim você ficaria aqui até acabar os dias do medicamento.
—Dramática. Dois dias aqui é muito tempo.
—Eu sei...
Emma ficou em silêncio observando cada detalhe da mulher que mesmo se esforçando, não conseguia sustentar seu olhar por muito tempo. Com delicadeza, passou uma mecha do cabelo escuro para trás da orelha e pousou a mão na bochecha de Mills.
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Paixão Quase Impossível - Cenas De Um Crime
FanfictionRegina C. Mills, quarenta e um anos, casada e mãe. Emma Swan, vinte e quatro anos, solteira e mãe/irmã. ________ é intencional ser algo pouco descritivo, por enquanto será somente o primeiro capítulo. Capa retirada do Pinterest ⚠️ GATILHOS ⚠️ cris...