onze

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Onze 

Emma observava Regina ao seu lado no mais completo silêncio. Sabia que a Delegada não estava dormindo direito, – e ainda aparecera na sua casa às cinco da manhã - então não quis chamá-la nem mesmo para trocar de posição.

Ruby, na noite anterior, a perguntou se, caso soubesse dois anos atrás que tudo isso aconteceria, se algo seria diferente. Emma não pensou que pudesse dar uma resposta tão rápida para algo.

E não. Definitivamente não mudaria nada. Claro, não é fácil passar pelo que passou mas como falara anteriormente, Regina a ajudou a lhe reconstruir. Quando se conheceram, Emma estava melhor, mas ainda despedaçada. Regina, sem se dar conta, em cada mínimo detalhe seu, ajudou Swan a se reconstruir.

Sua testa se franziu diante dos pensamentos. Realmente amava Regina e isso a deixava curiosamente surpresa. Nunca pensou que pudesse amar alguém, ainda mais com tamanha intensidade.

Lembrava muito bem do amor de seus pais, da cumplicidade, da compreensão, de todos os fatores que faziam deles sua maior inspiração. Então desde pequena era sonhadora, imaginava-se facilmente em uma biblioteca imensa com seu futuro amor ou mordendo uma maçã envenenada para ser salva pelo príncipe encantado – ou princesa. Na verdade, Emma sabia que se tratava de uma Majestosa Rainha e não poderia estar mais satisfeita.

Sorriu com este pensamento.

Com extremo cuidado, se aproximou da morena e passou o braço esquerdo pela cintura, escondeu o rosto em seu pescoço e inspirou o cheirinho marcante e tão familiar.

—Tudo bem? — Regina despertou.

—Uhum.

A delegada a abraçou com ambos os braços e voltou a fechar os olhos. Emma depositou beijinhos no pescoço da morena e se apoiou no cotovelo, ficando frente a frente com Regina.

A delegada abriu os olhos e sorriu ao vê-la tão perto. Um sorriso apaixonado, era pequeno e bobo. Voltou a fechar os olhos e passou carinhosamente a ponta do nariz pelo queixo e bochecha da loira. A beijou na mandíbula, queixo, nariz, olhos e por fim, nos lábios.

—Eu te amo tanto... — falou voltando a encará-la.

—Eu te amo, meu amor.

A mais velha prensou os lábios.

—Gostaria de estar cuidando de você...

—Pode vir. — Regina sorriu pois sabia que era sincero.

—Eu adoraria. Mas sinto que Louise não consegue ficar muito confortável na minha presença.

—Ela falou algo? Te destratou de alguma maneira?

—Não, meu bem. Ela até tentou disfarçar, mas consigo perceber essas coisas. — explicou. Ficou uns segundos em silêncio analisando as expressões da loira e voltou a falar. —Por exemplo, eu percebi que sentiu o mesmo na presença do meu pai.

—Eu... Talvez seja a circunstância. — cogitou sem negar e Regina admirou isso.

—Talvez. No entanto, papai é realmente muito difícil. — falava com a atenção presa entre os olhos e lábios da loira, enquanto a mão fazia um carinho suave em sua bochecha. —Mas é um bom homem.

—Sei que sim. Você é o resultado do ser humano incrível que ele deve ser. E você, meu amor, é foda. — frisou a última palavra. —Não parece nem mesmo ser real. — complementou fazendo a delegada rir e seu coração se aquecer. —Só não foi a melhor ocasião para nos conhecermos. Tive a impressão dele estar me fuzilando com os olhos.

Paixão Quase Impossível -  Cenas De Um Crime Onde histórias criam vida. Descubra agora