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Um dos principais mecanismos de defesas presentes no ser humano é o medo, quando de maneira moderada ele te salva de situações inusitadas e constrangedoras, mas quando o medo se transformar em um sentimento desesperador? O que fazer para se livrar dele?

Se adaptar a essa situação desesperadora e simplesmente aceitar conviver diariamente vivendo na escuridão do medo, do arrependimento de acreditar nas falsas alusões do amor de um simples e traiçoeiro judas? Ou lidar com o medo, se reerguer e lutar e vencer o desespero.

Era o sentimento de desespero que antes emanava o coração de Ettore, agora era preenchido pelos mais sinceros sentimentos de acolhimento, proteção, amorosidade e tranquilidade, o seu lobo interior estava sentindo-se amado e cuidado como nunca, como se estivesse encontrado o seu ponto de paz, o seu verdadeiro lar, e, na verdade ele havia sim, encontrado o seu lar no calor dos braços do seu verdadeiro alfa.

-Ômega?-Bianchi aproximou-se lentamente sentindo o cheiro de morango ainda mais intenso, misturado com algum cheirinho mais adocicado, sua intenção era acalmar o seu ômega, retira-lo dali, leva-lo para sua casa, que agora se tornaria também o seu novo lar, e cuidar do seu físico e emocional. Iria vingar os anos de tortura de seu ômega e mostra-lhe que nem todos os alfas pertencentes na terra eram arrogantes, abusivos, alfistas ou insensíveis.

-Alfa?-Choramingou, seus olhinhos enchendo-se gradativamente de água.-Me ajuda.-Implorou, sentindo sua respiração falhar, o ar em seus pulmões estava ficando cada vez mais escasso, seu pobre coração machucado estava batendo de maneira desenfreada em sua caixa torácica.

-Seu alfa está aqui, e não deixarei ninguém lhe machucar, se preciso lutarei com todas até com o próprio diabo para proteger il mio piccolo omega.-Sua voz estava mansa e suave na intenção de ganhar a confiança do ômega, e não deixa-lo mais assustado, o seu focinho fazia um carinho singelo em sua pelagem branca, adorando a sensação de finalmente está ao lado do seu predestinado.
Tommaso nunca acreditou em histórias de amor ou de lobos predestinados, mas agora todas as histórias que sua mãe contava todas as noites antes do pequeno filhote alfa dormir rondavam sua mente e faziam sentido.

Ettore ronronou com as carícias deixadas sobre o seu pelo, gradualmente o medo que antes percorria seu interior e seu lado lupino se esvaziava.

-Você está machucado?-Apesar de Ettore está cansado e com um leve incomodo em seu baixo ventre, ele estava razoavelmente bem, sua mente poderia estar bagunçada e cheia de pensamentos negativos e desorganizados, mas estava em liberdade, sua alma estava livre, livre do medo de morrer a qualquer momento nas mãos de Enrico, livre dos abusos, da pressão psicológica, da escuridão e do vazio daquela casa, livre daquele relacionamento conturbado, então sim, ele já não estava 100% machucado, estava 1% bem, e esse 1% já fazia a diferença em sua vida.

-Não muito.-Ronronou ao ser aromatizado pelo cheiro do alfa, seu cheirinho era tão bom, forte e amadeirado, com uma leve pintada de vinho, aquele cheirinho é tão bom.

-Eu preciso que você confie em mim, vamos sair daqui e eu lhe levarei para nossa casa, irei cuidar dos seus machucados, e pedir para o meu médico de confiança examinar o seu estado e constatar que não está muito machucado.

Observando que o seu ômega estava cansado, Bianchi tocou levemente na região do seu pescoço segurou com precisão ali, mas não colocando muita força para não machucar ou assustar mais o seu ômega. Abaixou-se mais sobre o chão, pegando estimulo para levantar o corpo fraco e colocá-lo em suas costas.

-Segure-se.-Pediu, começando a correr para fora da extensa floresta.

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Nas mãos de um Alfa Lúpus (Abo/Bl)Onde histórias criam vida. Descubra agora