🐺010

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O vento frio bateu contra a janela juntamente com a escuridão da noite, o cômodo mal iluminado apenas sendo preenchido pela fraca luz da lua, Ettore escolheu-se na cama ouvindo passos apressados  vindo do corredor.

A porta fora aberta com brutalidade, Tommaso entrou no cômodo, agarrando o corpo do ômega que gemeu assustando-se com o contato bruto, e o barulho alto da porta batendo contra a parede, a sua respiração falhou ao sentir beijos e chupões sendo espalhados sobre o seu pescoço de maneira agressiva.

Lágrimas encheram os seus olhos, as suas mãos batiam contra o peitoral do alfa, numa tentativa inútil de afastá-lo para longe.

— Para Tommaso, eu não quero. - O alfa negou, sorrindo maliciosamente, beijando os lábios do ômega, que chorava em desespero.

Lembranças do seu último relacionamento percorreram a sua mente, a sensação angustiante, o medo, todos esses sentimentos invadiram o seu corpo novamente.

O lúpus continha um olhar ameaçador, malicioso, a áurea antes doce, gentil, amorosa não se fazia mais presente em seu olhar, dando lugar a um completo monstro.

Sua respiração tornou-se ofegante, o seu corpo coberto de suor, os seus dentes mordicavam os seus lábios, ao sentir os beijos do alfa, suas vestes abandonavam o seu corpo, as mãos do lúpus agarraram a cintura do ômega, que gemia em total desespero pelo esforço de tenta se soltar.

Sua consciência foi tomada pelo arrependimento ao acreditar que mais uma vez havia feito a escolha errada, confiou em alguém que no final só fez falsas promessas, e machucou-lhe como todos que rodeiam a sua vida.

Ettore acordou assustado, observou o cômodo ao seu redor, o pôr do sol se fazia presente, sua respiração estava ofegante, seu corpo trêmulo e dolorido devido ao pesadelo que teve.

O mesmo tocou levemente sua barriga, acariciando o local, lágrimas em abundância molhavam seu rosto, o ômega desceu calmante da cama sentindo sua respiração ofegante, e seu corpo febril. Precisava do seu alfa, do seu cheiro, dos seus beijos, precisava esquecer esse pesadelo tão real, e fantasioso ao mesmo tempo.

Seu alfa não seria capaz de fazer isso, ou seria? - Balançou a cabeça, esquecendo esse pensamento. - Seus pés tocaram o chão frio, trazendo arrepios para sua pele quente.

— Tommaso? - Chamou, caminhando calmante até tocar na maçaneta, abrindo a porta, procurando pelos corredores a presença do lúpus.

Não obtendo resposta, sentou-se no chão, deixando o desespero tomar conta do seu ser, não queria ter uma crise, mas era inevitável, estava uma bomba de hormônios, e as lembranças do seu último relacionamento e do pesadelo eram vividas em sua mente.

Eliott que fazia a ronda pelo interior da mansão encontrou o ômega sentado no chão em prantos.

— Sr. Ettore. - Aproximou-se cautelosamente.

— Onde está o Tommaso? - Limpou o rosto, em uma tentativa inútil de conter as lágrimas.

— Está no galpão, ele precisou sair para resolver alguns assuntos importantes.

Liang Lǐ que estava a procura do alfa, assustou-se com o estado do ômega.

— O que está acontecendo?

— Não sei, por favor, liga para o Vincenzo, peça para que Tommaso venha imediatamente. - O ômega concordou, fazendo exatamente o que fora pedido, o alfa ajudou o ômega a levantar-se, levando-o novamente para o quarto.

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Passou-se uma semana desde a consulta, a relação com Ettore estava encaminhando-se bem, o alfa acompanhava o ômega em suas consultas com sua nova psicóloga, acompanhando cuidadosamente todas as recomendações médicas.

Nas mãos de um Alfa Lúpus (Abo/Bl)Onde histórias criam vida. Descubra agora