O medo de viver é um mecanismo de defesa criado para te proteger das desilusões, dos medos e dos traumas, ou apenas para te impedir de observar a realidade através da ilusão? Para alguns, viver não é necessariamente uma obrigação; para outros, a vida é baseada na sobrevivência.
Quando o modo de sobrevivência é ativado, aquilo que te movia a continuar lutando se desfaz, mas quando ele é roubado do domínio de suas mãos, você não consegue recuperar. Você luta, briga, grita, insiste em permanecer de pé, inconscientemente acreditando em uma possível salvação que talvez nunca chegue.
Talvez você nunca seja liberto, porque a verdadeira solução está em suas mãos. Ninguém nunca será capaz de salvar sua vida, seus medos, suas inseguranças, seus traumas. Tommaso salvar a vida de Ettore foi apenas uma consequência e, no fundo, o ômega sabe que ele é o único capaz de romper suas próprias barreiras. O amor é apenas uma das motivações, porque a força está presente em seu interior.
Ettore estava aninhado no peito do lúpus; sua respiração estava lenta. As mãos do alfa acariciavam a pele macia do ômega, que dormia tranquilamente. Naquele momento o medo não estava presente em seu interior. Sua mente estava calma; seu subconsciente livre temporariamente das memórias traumáticas.
O lúpus estava acordado fazia horas e imaginava como seria futuramente. Se o filhote herdaria os traços do pai ômega; como seria quando o bebê nascesse; se conseguiria criar um vínculo paternal. Era um mar de pensamentos e questionamentos, e pela primeira vez estava inseguro.
Esse sentimento corrompia seu interior, deixando a incerteza tomar conta do seu subconsciente. O medo de não conseguir ser um bom pai corroía sua carne. Era bom com armas; era bom sendo um mafioso, matando pessoas, mas isso não seria útil na criação de um filhote - Um ser tão inocente, tão delicado e dependente que precisará de seus cuidados e do seu amor para absolutamente tudo.
— Bom dia, alfa - Assustou-se com a voz manhosa do ômega, que abraçou seu corpo com certa força.
— Bom dia, Mio piccolo angelo - Beijou carinhosamente sua bochecha gordinha, sorrindo largamente. (Meu pequeno anjo)
— Dormiu bem?
— Maravilhosamente bem. E você?
— Sim, mas meu corpo está dolorido - Suas orelhas e bochechas ganharam uma tonalidade mais avermelhada, fazendo o lúpus gargalhar.
— Desculpa. Hoje temos uma consulta marcada. Talvez consigamos descobrir o sexo do filhote.
— Sério? Estou ansioso. Você tem alguma preferência? - Sorriu com tamanha meiguice; seu desejo era abraçar o ômega e apertar fortemente.
— Eu queria ser pai de uma menina, mas independente do sexo irei amar e cuidar da mesma maneira.
Ettore beijou a bochecha do lúpus, que sorriu com o carinho, retribuindo o gesto beijando seus lábios docemente. Sentiu-se imensuravelmente feliz por ver como seu ômega estava evoluindo.
— Quer tomar banho? - Propôs acariciando sua face.
— Sim, vai me acompanhar?
O alfa concordou, levantando-se da cama e logo pegando o corpo do ômega em seus braços, levando-o até o banheiro onde aproveitaram para tomar um banho relaxante na banheira.
🐺
Uma hora depois o casal estava na recepção da ômega obstétrica que irá acompanhar a gravidez de Ettore, ambos vestiam roupas confortáveis já que o clima estava muito frio, e possivelmente mais tarde poderia começar a nevar.
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Nas mãos de um Alfa Lúpus (Abo/Bl)
RomancePreso em um casamento arranjado e abusivo Ettore forá obrigado a ser casar com Enrico, um alfa aspirante a ladrão que cruza o caminho do bando de Tommaso Bianchi, o alfa lúpus mafioso temido por toda a Itália. Respeitando o antigo código de conduta...