🐺006

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O vento glacial acariciou a face do ômega que estava sentado à beira do lago, as águas cristalinas transmitiam sua imagem, Ettore acariciou a protuberância evidente em sua barriguinha por debaixo da camisa social que usava.

Tommaso observava distante a visão do seu predestinado com um longo sorriso presente em seus lábios, nessas duas semanas que se passaram, o ômega estava adaptando-se formidavelmente, os dias no chalé seguiram-se de maneira calma com uma rotina que condizia com os gostos do ômega, pela manhã tomavam café da manhã em frente ao lago, pela tarde caminhavam pela floresta, reuniam-se no jardim do chalé para fazerem proveito de um bom livro com café ou chá, logo observando o pôr do sol com Tommaso acariciando sua barriguinha, pela noite jantavam à luz de velas agraciados pela companhia da grande mãe lua.

Eram dias calmos após o caos, gradualmente ambos nutriam uma intimidade digna de um casal, os lobos ficavam cada vez mais conectados, ansiavam pelo dia que suas partes humanas pudessem compartilhar do mesmo sentimento.

-Boa tarde, mio piccolo angelo.- Aproximou-se lentamente para não assustar o gravidinho.
(meu pequeno anjo)

-Boa tarde, alfa.-Sorriu, tentando levantar-se, sendo cessado pelo lúpus.

-Está melhor?- Pela manhã quando os primeiros raios solares atravessaram as janelas, Ettore acordou com um leve enjoou, correndo rapidamente para o banheiro vomitando todo o jantar.

O alfa ficou extremamente preocupado, fazendo todos os desejos do ômega.

-Sim estou melhor, obrigada pela massagem.-Suas bochechas tornando-se rubras, ao lembrar da imagem do alfa parado em sua frente, massageando seus pés, barriga e ombros.

-Não precisa me agradecer, você é minha prioridade agora, se necessário ficarei acordado a noite toda cuidando de vocês.-Depositou um longo selar nas bochechas do pequeno, sentando-se ao seu lado.

Lágrimas em abundância se acumularam nos pequenos olhos, nunca em toda sua existência alguém se preocupou com sua saúde mental ou física, com seus gostos, seus medos e inseguranças, se estava bem, se estava se alimentando devidamente, se estava vivo.

Seus delicados lábios tremeram, um choro baixinho fora ouvido, pequenos e gordinhos braços abraçaram o tronco do alfa.

Suavemente o lúpus retribuiu o abraço, tomando cuidado com o pacotinho de amor que crescia no ventre do seu ômega, fazendo um suave carinho nos fios escuros como a noite, sorrindo abertamente com tal demonstração de afeto vindo do mesmo.

Ettore escolheu-se envergonhado, as mãos fortes do lúpus agarram a cintura cheinha, massageando o local, o alfa que até então só admirava os traços, a personalidade, a sensibilidade, a timidez e beleza do ômega, beijou as bochechas gordinhas, inalando do cheirinho de morangos.

-Julgo que precisamos conversar e colocar algumas questões em ordem.- Deu início, colocando uma mecha de cabelo do ômega atrás da orelha, que concordou.

-Adiamos demais essa conversa.-Ettore riu, sentindo suas bochechas avermelhadas, era completamente assustador e estranho dá sua opinião sem receber nenhuma ofensa.

Bianchi que estava ao lado do ômega segurando suas mãos, deixou um singelo carinho na mesma, nessas duas semanas ambos conversaram só o essencial deixando assuntos de cunho mais importantes para outra ocasião quando o ômega estivesse melhor.

Em duas semanas foi o tempo necessário para buscar informações concretas sobre a vida de Ettore, Tommaso descobriu toda a origem da sua linhagem, "seus progenitores" forjaram a morte do ômega ainda quando estava no ventre de sua progenitora, fazendo seus pais biológicos sofrerem com a morte do recém-nascido.

Nas mãos de um Alfa Lúpus (Abo/Bl)Onde histórias criam vida. Descubra agora