Felicidade

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KALIN
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— Soren! Onde está sua irmã?

Meu grito autoritário faz Soren parar imediatamente de andar pelo corredor e se virar para mim. Ele ergue as sobrancelhas e dá de ombros.

— Não sei.

Solto um bufo de irritação.

— Mas você sempre sabe onde ela está, ela te conta tudo. 

Ele ergue ainda mais as sobrancelhas com uma expressão de zombaria, o que me causa ainda mais irritação.

—  Assim como ela conta para você.

Mas hoje ela resolveu sair de fininho e me causar desespero, essa sorrateira.

— Eu sou o irmão, você o marido.

Respiro fundo para não ficar ainda mais irritado com esse tom de caçoada dele. Como odeio quando alguém vem com gracinhas quando eu estou zangado.

— Que foi? — ele abre um sorriso de canto, maroto. — Não aguenta uma brincadeira? Você é mais divertido quando saímos para beber, é um amigo melhor.

Ha-ha-ha.

O olho da cabeça aos pés com irritação, deixando claro que não gostei nada disso, e aproveito para avaliá-lo. 

Soren está sem camisa e com calça de banho, ou seja, ele estava na praia ou na piscina de banho. Chuto que na piscina, ele tem passado muito tempo lá já que Cyril está no castelo. Ainda estou tentando descobrir o que esses dois tem, mas não hoje, porque estou irritado.

— Onde ela está, Soren? — pergunto novamente com a voz ainda mais zangada.

Ele me olha com os olhos cerrados, desconfiados.

— Vocês estão brigados?

Sei muito bem que se eu responder "sim", ele não vai me contar onde ela está, porque é o irmão dela e sente a necessidade de protegê-la de qualquer coisa. Eu também sinto, por isso estou a procurando.

— Não. — respondo-o com firmeza, para ele saber que estou sendo sincero. — Ela devia estar descansando e está na hora do remédio dela.

Ele solta uma risadinha.

— Você sabe que Mari é inquieta e não ia ficar quieta mesmo que um curandeiro mandasse.

Um resmungo zangado me escapa.

— E você acha isso certo? Ela devia estar de repouso.

Ele dá de ombros.

— O curandeiro disse para ela pegar leve, não ficar enfurnada dentro do quarto e, vendo que ela está bem, não acho nada de errado ela fazer os experimentos dela. Ela está atrás de progresso e fazendo algo bom.

Sinto um desespero me percorrendo e dou um passo a frente, querendo respostas. 

— Ela está fazendo os malditos experimentos? Onde? Porque no escritório de pesquisa ela não está!

— No jardim…— Soren segura meu braço no instante em que estou me virando para correr até lá fora. — Calma, Kalin, ela está bem. Quer um conselho?

— Não. — respondo-o imediatamente.

Não quero nenhum conselho sobre relacionamentos, eu sei como o meu relacionamento com Marigny funciona e dá certo.

— Certo, você já sabe como é a Mari. — ele balança a cabeça, rindo. — Então só vai com calma, não chegue todo afobado, ou ela vai ficar brava com você.

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