Super Proteção

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Ando pelo jardim tentando controlar minha raiva para não estrangular alguém.

Alguém em específico.

Não sei o que esse garoto maldito está fazendo em Mylathow sendo que ele mora em outro reino, a quilômetros e quilômetros de distância, e ainda veio sem avisar.

Como chega na casa dos outros sem avisar?

E ainda fica ao livre, beijando minha irmã! Que pouca vergonha! Eles são muito jovens para fazer isso!

Mas eu preciso do maldito para uma coisa, então tenho que ser simpático com ele. A coisa mais difícil que faço hoje. Mas eu vou conseguir, ah se vou. Estou determinado.

Quando chego perto dos dois, limpo minha garganta bem alto para chamar a atenção de ambos e digo:

— Olá!

Eles se separam da boca um do outro imediatamente e me olham com os olhos arregalados, surpresos de me ver. Os olhos do garoto tem um brilho de medo. Me sinto muito bem percebendo isso, saber que boto medo nele. É bom que ele tenha mesmo medo de mim.

— Henrik. — minha irmã força um sorriso com os olhos ficando bravos. — O que está fazendo aqui? 

— Vi por uma das janelas vocês dois conversando aqui no jardim e resolvi vir cumprimentar nosso convidado.

Lanço um olhar avaliativo e sério para o garoto, mostrando todo meu sarcasmo.

Ele não é um convidado se eu não sabia que ele viria.

Estou falando a verdade, realmente os vi pela janela de um corredor do castelo e resolvi vir até aqui. Vim porque eu precisava muito, mas se eu não precisasse também teria vindo para saber o que ele está fazendo aqui.

— Olá, s-senhor…príncipe Henrik… quer dizer, majestade…— a voz do garoto sai trêmula, assim como a mão que ele me estende. — Como vai?

Olho seriamente para sua mão, considerando se a aperto ou não, mas lembro de ser simpático, então eu pego a mão dele e a aperto com força. Muita força. Posso até notar ele cerrando os dentes por causa disso. Isso me faz sorrir, o que me torna ainda mais simpático.

— Muito bem, obrigado, e você, Nicholas? — aperto sua mão com mais força antes de soltá-la, o que faz o garoto quase soltar um suspiro de alívio. Ele é forte, consegue segurar o suspiro e continuar como se tudo estivesse bem. — Como vai sua família?

— Bem.

— Está tudo bem por lá?

— Sim, bem.

— Veio até aqui trazer um recado deles?

Ele respondeu minhas perguntas com rapidez, mas hesitou nessa última. Minha irmã tem que ir a sua salvação quando ele lhe lança um olhar de socorro.

— Ele veio me ver. — Weynar responde com dureza. — Já disse para vocês que estamos namorando.

Disse mesmo, namoro a distância. Eles vivem trocando cartas. E agora o garoto está aqui.

— Estranho, ninguém pediu sua mão para mim ou Keeran.

Certo, não consigo segurar minha língua e meu olhar de repreensão para o garoto. Me perco na minha atuação.

— Ah…hã…eu…

O garoto tenta se explicar, encontrar palavras para me dizer, mas se enrola todo. Ele tem sorte de ser salvo novamente por minha irmã, que solta uma risada bem alta e me olha com sarcasmo.

— Nick não precisa pedir minha mão para ninguém, isso não é um casamento. Somos jovens namorando, se liga, Henrik. Deixa de ser chato.

Ela tem um ponto. Não posso insistir nesse assunto. Mas ainda não gosto que esse garoto tenha pedido minha irmã em namoro e não tenha falado nada para os irmãos dela, nem se apresentado como namorado dela. Mas é meio compreensível, ele deve ter ficado com medo de nos encarar.

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